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O Brasil tem potencial para dobrar o volume de exportações, principalmente a de manufaturados , afirmou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, na abertura da 32ª edição do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex) 2013, no Rio de Janeiro. "O potencial brasileiro é enorme, basta ver que o país é a 7ª economia do mundo, mas ocupa o 22º lugar no ranking dos países exportadores", destacou.

Em 2013, ressaltou Castro, o Brasil deverá pela primeira vez apresentar déficit na balança comercial. Ele estima que a participação do país no comércio mundial caia para 1,25% este ano. No ano passado, essa fatia foi de 1,33% e, em 2011, foi ainda maior: 1,41%. "Mas a vontade de exportar hoje é muito maior do que os problemas que temos."

Também participaram da cerimônia de abertura o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, o vice-presidente do Sistema Firjan, Carlos Mariani Bittencourt, o ex-ministro da Fazenda e consultor econômico da CNC Ernane Galvêas, do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, e do diretor da CNI Carlos Eduardo Abijaodi, entre outros.

Políticas de Governo

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, Daniel Godinho, apresentou durante o Enaex 2013 as políticas de comércio exterior do Governo. Godinho defendeu a prorrogação e a ampliação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), mas destacou que há agora uma dificuldade de renovação do programa para 2014 por falta de espaço fiscal. "O Reintegra é uma medida que beneficia a exportação na veia, com efeitos importantes para o exportador. Quero dizer que o MDIC apoia a renovação e a ampliação do Reintegra", afirmou.

O secretário também defendeu a política de acordos comerciais do País. Segundo Godinho, o governo trabalha para construir um acordo multilateral na Organização Mundial do Comércio (OMC) até o fim do ano; rebateu críticas de que o país está parado, destacando a rede de acordos na América Latina.

Infraestrutura logística

Para o diretor da CNI Carlos Abijaodi, o Brasil está em patamar muito abaixo da média dos países em mesmo estágio de desenvolvimento no aspecto de infraestrutura logística. Segundo ele, é preciso aumentar a densidade da malha ferroviária, expandir o sistema rodoviário e reduzir a defasagem tecnológica da gestão dos portos para reverter esse quadro.

Abijaodi disse ainda que o Brasil precisa solucionar seus problemas internos e, ao mesmo tempo, buscar maior inserção internacional. "Temos uma base industrial bastante diversificada e esse ativo precisa ser complementado com uma maior exposição internacional", destacou. E acrescentou: "Temos que aprimorar os ambientes público e privado para que o Brasil possa dar um salto de competitividade."

Produtividade do agronegócio aumentou

O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues, afirmou no painel "Agronegócio - desafios do conhecimento" que o Brasil pode liderar uma grande revolução mundial no setor, vendendo tecnologia de ponta e insumos. "A segurança alimentar é uma área crítica, essencial, para a manutenção da paz no mundo", afirmou Rodrigues, ressaltando que o país tem muito a contribuir, em função do aumento da sua eficiência na agricultura.

Impactos do câmbio

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em seu painel sobre "Infraestrutura e logística - reflexos na competitividade" afirmou que o país não pode ficar à mercê do câmbio. "É necessário criar mecanismos que nos permitam atravessar períodos mais ou menos favoráveis sem que a estratégia de exportação seja afetada", ressaltou. Para Coutinho, o país precisa acelerar seu ganho de produtividade na indústria e aperfeiçoar instrumentos de desoneração tributária.

Após a palestra de Coutinho, foram realizados outros dois painéis. "Multinacionais brasileiras - avanços na internacionalização" contou com a participação do CEO da Marcopolo, José Rubens de la Rosa, e do embaixador Rubens Gama, diretor do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores. No painel "OMC: o multilateralismo e conferência de Bali", os debatedores foram o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel M. Godinho, e o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIESP e conselheiro da AEB.

O primeiro dia do evento terminou com a entrega do Prêmio Destaque de Comércio Exterior.

Fonte: Assessoria de imprensa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)

Em meio à pior queda das bolsas de muitos mercados emergentes desde a crise financeira, a China está se sobressaindo com um surpreendente bom desempenho.

 

Até ontem, o índice de referência Shangai Composite havia saltado 5,2% neste mês, fazendo da bolsa de Xangai o melhor mercado de ações da Ásia. Investidores estão convergindo para os títulos de dívida chineses denominados em yuan num momento em que a cotação da moeda chega perto de picos históricos.

A razão é que a economia altamente estatizada da China está se mostrando resistente aos sinais de que o Federal Reserve, o banco central americano, pode estar prestes a reverter as políticas de estímulo econômico que inundaram o mundo emergente de dinheiro nos últimos anos - sinais esses que estão derrubando mercados da Índia ao Brasil.

Além disso, o rígido sistema financeiro do país, que dificultou a entrada de capital na China em tempos melhores, está hoje impedindo uma potencial debandada. E as autoridades do governo aumentaram a confiança do mercado ao deixar claro que vão amparar o crescimento agora que a economia dá sinais de estar ganhando fôlego após um período de desaceleração no primeiro semestre.

"As indicações recentes são de que as coisas estão pelo menos se estabilizando em torno desse nível menor de crescimento", disse Colin Moore, diretor de investimentos da Columbia Management Investment Advisers, que administra US$ 335 bilhões em ativos. "Depois que os investidores se acostumarem, isso vai empurrar o mercado. Zera as expectativas e torna mais fácil surpreender as pessoas." Moore diz que aumentou recentemente sua exposição a ações negociadas na bolsa da China.

Mesmo em Hong Kong, onde os mercados de capital são abertos e vulneráveis a mudanças no sentimento internacional, as ações estão em alta. O índice Hang Seng China Enterprises, que inclui muitas das grandes empresas chinesas, subiu 2% desde o fim de julho. O HSBC afirma que os fundos mútuos aumentaram consideravelmente sua alocação de ações para Hong Kong e conservaram as ações da China. Por outro lado, a Índia está sofrendo os piores efeitos da queda dos mercados. A rúpia continua registrando desvalorizações recordes e a bolsa recuou 4,9% neste mês.

Os países menores do sul da Ásia, que estão entre os de melhor desempenho este ano na região, também foram golpeados em agosto. A bolsa das Filipinas havia caído 10,5% até ontem e o índice de referência da Indonésia teve baixa de 11%, colocando ambos os países a caminho do seu pior desempenho desde outubro de 2008, quando o banco Lehman Brothers apenas tinha quebrado.

"As pessoas têm estado preocupadas com a China ao longo de todo o ano", disse Leong Wai Hoong, diretor de renda-fixa da Nikko Asset Management, que administra cerca de US$ 162 milhões em ativos. A China "é menos vulnerável a [um] choque externo".

Parte do otimismo em relação à China também vem do sucesso das empresas em resistir à desaceleração da China no primeiro semestre deste ano. Mais de 50% das empresas que divulgaram os resultados do segundo trimestre tiveram desempenho melhor do que o esperado pelos analistas, de acordo com um relatório recente da corretora CLSA, de Hong Kong. O desempenho foi melhor do que em qualquer outro mercado da Ásia, excluindo o Japão, segundo o relatório.

"Parece que a China é o último sobrevivente dos mercados emergentes", disse Adrian Zuercher, estrategista sênior de investimentos da Credit Suisse Private Banking & Wealth Management, divisão do Credit Suisse em Hong Kong. O banco suíço gerenciava ativos no valor de US$ 1,4 trilhão, no primeiro trimestre deste ano. O banco mantém mais ações chinesas do que recomendam as referências que ele segue.

A alta dos mercados chineses é uma virada em relação a dois meses atrás, quando o sistema financeiro da China foi atingido por uma crise de liquidez que gerou temores sobre as perspectivas da segunda maior economia mundial. Desde então, o banco central tem inundado os bancos com dinheiro e há sinais cada vez maiores de que o crescimento econômico está acelerando, alimentado em parte pela melhora nos mercados exportadores dos EUA e da Europa.

Ainda assim, algumas preocupações sobre a China persistem, e as ações estão se recuperando somente depois de anos de fraco desempenho. O índice da bolsa de Xangai permanece em cerca de um terço do seu pico de 2007. Os níveis de endividamento estão subindo, forçando as empresas a gastar uma parcela maior da sua receita com o pagamento de juros em vez de investimentos produtivos. A capacidade ociosa em indústrias que vão de siderúrgicas a varejistas continua sendo um problema.

Os formuladores da política chinesa estão aderindo a planos que tornam o altamente controlado yuan mais forte como parte da prometida reforma econômica. A moeda subiu 1,7% em relação ao dólar no ano até agora, a única moeda asiática a se valorizar no período. Isso está beneficiando o mercado de Hong Kong dos títulos denominados em yuan (avaliado em US$ 38,4 bilhões), os chamados "dim sum bonds", fazendo com que eles subam de valor quando a moeda sobe.

Gordon Tsui, vice-diretor de investimentos da Hang Seng Investment, que gerencia US$ 163 milhões desses títulos, disse que está comprando mais. O fato de que a maioria da dívida vence no curto prazo, o que significa que os títulos são menos afetados pela queda no preço dos ativos do Tesouro dos EUA, torna os "dim sum" especialmente atrativos, diz ele.

Um índice do HSBC que monitora os títulos "dim sum" registra um retorno de 1% no ano até agora. Já o índice JPMorgan Asia Credit, que é mais amplo e monitora os títulos denominados em dólar na região, apresentou um retorno negativo de 4,9%.

"Os temores de um pouso forçado da economia chinesa diminuíram graças a dados encorajadores recentes", disse Chia Liang Lian, gerente de portfólio da Western Asset Management, que tem US$ 459,7 bilhões em ativos. Ele também tem comprado títulos "dim sum" nos últimos meses.

Por Daniel Inman e Fiona Law | The Wall Street Journal
Fonte: Valor

Em outubro começam a vigorar as novas regras relativas aos processos antidumping no Brasil. Com 15 capítulos e 201 artigos, o decreto nº 8.058, publicado em 29 de julho de 2013, substitui norma em vigor há 18 anos e, com isso, faz com que o Brasil passe a ter uma das legislações mais completas entre os Membros da Organização Mundial do Comércio (OMC). As novas regras atualizam a legislação brasileira em sintonia com o que há de mais moderno no tema, mas cria desafios importantes para as empresas brasileiras ameaçadas pela competição desleal dos produtores estrangeiros.

Fonte: Valor

México abriu uma cota global de importação de 300 mil toneladas. No 1º semestre, Brasil exportou 1,89 milhão de toneladas, queda de 4,9%.

A abertura do mercado mexicano para a carne de frango do Brasil, esperada para os próximos 20 dias,

tem potencial para permitir uma expansão de até 4% nas exportações do produto neste ano em comparação com as 3,917 milhões de toneladas embarcadas em 2012, disse nesta segunda-feira (15) o diretor de mercados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Ricardo Santin.

 

De acordo com ele, dois frigoríficos brasileiros, um da Seara e outro da Tyson, ambos em Santa Catarina, já foram aprovados pelo governo do México, e o início das vendas só depende da assinatura do acordo sanitário entre os dois países.

O consumidor não deve esperar o refresco na oferta como no fim do ano passado, nem os importadores devem esperar entregas a preço vil" - Francisco Turra, presidente da Ubabef

Sem o México, que abriu uma cota global de importação de 300 mil toneladas por conta do surgimento de focos de gripe aviária em seu território, a previsão da entidade para as exportações brasileiras foi revista de até 3% para até 2% de crescimento, em função da média observada no primeiro semestre, disse Santin. Ele calcula que o Brasil tem condições de vender até 120 mil toneladas se as sete plantas visitadas pelos mexicanos forem habilitadas.

Exportações

De acordo com a Ubabef, os embarques brasileiros de carne de frango no primeiro semestre do ano atingiram 1,890 milhão de toneladas e US$ 4,093 bilhões, com queda de 4,9% em volume e alta de 7,2% em valor, respectivamente, na comparação com igual período de 2012.

Considerando os embarques de todo o setor avícola (inclui ovos, material genético, ovos férteis, perus, patos e gansos), as exportações recuaram 5,7% em volume, para 1,977 milhão de toneladas, e cresceram 5,5% em receita, para US$ 4,381 bilhões.

A Ubabef projeta que a produção nacional de carne de frango ficará entre 12,3 milhões e 12,5 milhões de toneladas este ano, um pouco abaixo das 12,6 milhões de toneladas de 2012 em função do menor alojamento de matrizes de corte no ano passado.

Para o presidente da entidade, Francisco Turra, o aumento sazonal do consumo de carne de frango no segundo semestre nos mercados interno e externo, combinado com uma expansão menos intensa da oferta, tende a deixar o mercado mais "enxuto" e "ajustado" no fim do ano.

"O consumidor não deve esperar o refresco na oferta como no fim do ano passado, nem os importadores devem esperar entregas a preço vil", disse o executivo.

Para ele, o cenário deve contribuir para a recuperação da rentabilidade de produtores e indústrias, comprometida pela alta dos preços do milho e do farelo de soja para a produção de ração no ano passado.

Conforme o diretor de mercado da entidade, Ricardo Santin, a recomposição "tardia" das margens perdidas pela indústria em 2012 já se reflete no desempenho das exportações no primeiro semestre. De janeiro a junho, o preço médio das exportações brasileiras de carne de frango subiu 12,7% ante igual período de 2012, para US$ 2.166 a tonelada.

No mercado externo, o crescimento da demanda deve ser puxado pela China, pela esperada recuperação – ainda que modesta – da economia europeia e pela abertura do mercado mexicano, acrescentou Santin.

"Com isso vamos chegar a uma produção mais ajustada à demanda no fim do ano", disse. Segundo ele, a produção de aves natalinas, que fica mais de 60 dias nos aviários contra 35 a 42 dias dos frangos comuns, também contribui para a redução da oferta no segundo semestre.

OMC

Durante entrevista para divulgar os resultados, a Ubabef informou ainda que está preparando a abertura de um painel contra a Indonésia na Organização Mundial de Comércio (OMC) para questionar a resistência do país em abrir o mercado para a carne de frango do Brasil. A entidade já contratou advogados para preparar o processo, que deve ser apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) até o fim do ano, segundo Turra.

Ele atribui a resistência ao produto brasileiro a interesses de setores do governo local. Segundo ele, a Indonésia, com 250 milhões de habitantes, tem uma produção anual de 1,8 milhão de toneladas de carne de frango e um consumo per capita anual de 6,5 quilos. Para 2022, a projeção é de uma produção local de 2,4 milhões de toneladas e um consumo per capita anual de 7,8 quilos.

Fonte: Valor OnLine

As negociações em torno das novas cotas do acordo automotivo entre Brasil e Argentina estão praticamente congeladas. O livre comércio de veículos entre os dois países prevalece desde o início de julho. Não há nenhum sinal claro de retomada das discussões e fontes dos dois lados já anteveem a possibilidade de que não haja acerto ainda em 2013.

O Brasil mantém posição favorável ao livre comércio. Historicamente, a Argentina é contra, por temer que investimentos das montadoras e dos fabricantes de autopeças escolham o lado de cá da fronteira como plataforma de vendas para o Mercosul. O governo brasileiro decidiu que não tratará mais da questão automotiva isoladamente e condicionou a retomada de negociações, entre outros pontos, ao fim da exigência de declaração prévia pelos importadores argentinos.

A Casa Rosada impõe a obtenção da "Djai", sigla para declaração juramentada antecipada de importação, para empresas argentinas que queiram comprar produtos estrangeiros. O instrumento é a base do esquema "uno por uno" na Argentina, no qual só se permite um dólar de importações mediante outro dólar exportadora pela mesma empresa.

Nas últimas semanas, conforme revelou o Valor em sua edição de ontem, pelo menos 350 mil pares de calçados brasileiros estão retidos por atraso na liberação da "Djai" no país vizinho.

Em contatos recentes com autoridades argentinas, funcionários do governo brasileiro deixaram claro que só negociam questões comerciais "em bloco" e que não há chance de avançar nas cotas do acordo automotivo, sem colocar temas como a "Djai" na mesa.

Para cada US$ 100 vendidos pela Argentina ao Brasil, em veículos e autopeças, o Brasil podia vender US$ 195 à Argentina sem pagar tarifa de importação. Desde julho, não há mais nenhuma restrição. Na prática, o comércio tem se mantido equilibrado.

Os argentinos querem que autopeças fabricadas no país vizinho sejam contabilizadas, pelo Ministério do Desenvolvimento, como "conteúdo local" para a obtenção de incentivos tributários às montadoras instaladas no Brasil. Para conseguirem desconto no imposto sobre produtos industrializados (IPI), as montadoras precisam ter um determinado conteúdo local. Peças e partes do Mercosul ainda não são levadas em conta para esse efeito.

Por Daniel Rittner | De Brasília
Fonte: Valor

SÃO PAULO  -  A balança comercial da Alemanha foi superavitária em 18,1 bilhões de euros em novembro de 2013. O saldo superou aquele registrado um mês antes, de 17,9 bilhões de euros, e aquele apurado no penúltimo mês de 2012, de 16,9 bilhões de euros. Com ajuste sazonal e de calendário, o superávit comercial foi de 17,8 bilhões de euros em novembro passado.

Levantamento preliminar do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) mostrou que, no penúltimo mês de 2013, as exportações somaram 94,6 bilhões de euros e as importações, 76,5 bilhões de euros. Em outubro, essas cifras equivaleram a 99,1 bilhões de euros e 81,3 bilhões de euros.

De janeiro a novembro, a Alemanha apresentou saldo comercial positivo de 183,7 bilhões de euros.

O Bundesbank mostrou, por sua vez, que a conta corrente do balanço de pagamentos teve superávit de 21,6 bilhões de euros em novembro de 2013, resultado superior ao de mesmo mês de um ano antes, de 17,8 bilhões de euros.

Fonte: Valor

O governo decidiu não renovar a proteção concedida à indústria nacional por meio de aumento do Imposto de Importação. Os cem produtos que tiveram aumento de alíquotas em setembro do ano passado voltarão a ser tributados pelos percentuais que vigoravam antes da elevação. A nova regra será anunciada hoje e valerá a partir de outubro , quando vence o prazo original da lista de exceção negociada entre os países do Mercosul.

A maior parte dos produtos tem hoje alíquota de 25%. Na avaliação do governo, o cenário atual é diferente do que vigorava em 2012, especialmente no que diz respeito ao câmbio - então valorizado e hoje já em R$ 2,30. O novo valor da moeda americana é suficiente, na visão das autoridades, para garantir uma proteção natural contra os importados. Além disso, causou irritação entre as autoridades econômicas aumentos de preços que foram considerados abusivos e que tiveram impacto sobre a inflação. Entre os mais citados estão as resinas usadas pela indústria química, nas quais foram detectados aumentos de até 20%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a conversar com representantes do setor em junho para tratar do assunto. A intenção inicial era revogar os aumentos do imposto antes mesmo do vencimento da medida. Mas como faltava pouco tempo, decidiu-se esperar o vencimento.Os setores mais beneficiados pela medida haviam sido a siderurgia, a indústria química, de medicamentos e de bens de capital. Na lista havia também pneus, batata, tijolos, vidros, entre outros.

O fim da proteção não terá impacto relevante sobre as receitas do governo. Como se trata de uma barreira à entrada de produtos, o imposto mais alto não implica necessariamente em menor participação dos importados no mercado nacional.

Fonte: Valor Econômico

A empresa de logística UPS informou que o volume de pacotes excedeu sua capacidade de entrega para o Natal

A Amazon, maior varejista da internet, ofereceu aos clientes cartões de presentes de US$ 20 e a devolução dos custos de entrega, depois de uma avalanche de encomendas ter levado a empresa de logística UPS a deixar de entregar alguns pacotes no Natal nos Estados Unidos.

A varejista citou os problemas na rede de transporte da UPS em mensagens a clientes, ressaltando que os centros da Amazon processaram as encomendas dos consumidores a tempo para entrega no Natal. A Amazon está avaliando o desempenho das empresas de logística, segundo informou a porta-voz Mary Osako, por e-mail.

A UPS, maior empresa mundial de entrega de encomendas, informou em seu site que o volume de pacotes por via aérea excedeu sua capacidade no período imediatamente anterior ao Natal.

Em informe divulgado em novembro, a Forrester Research, projetava aumento de 15% nas vendas do comércio on-line nos Estados Unidos na temporada de feriados de fim de ano, para mais de US$ 78 bilhões. A UPS previa transportar mais de 132 milhões de pacotes internacionalmente na semana anterior ao dia 25 de dezembro, segundo reportagem da "Bloomberg Businessweek" da edição de 23 de dezembro.

"Sentimos profundamente por desapontar nossos clientes que esperavam entregas a tempo do Natal", disse Jen Johnson, porta-voz da loja de departamento Kohl's, outra empresa também afetada, em e-mail. "Embora o número impactado tenha sido limitado, nós levamos a sério a experiência com cada consumidor." A empresa vem contatando os afetados e a Kohl's vai cobrir integralmente o custo de todos os itens não entregues a tempo, segundo Jen.

A UPS há muito domina as operações de entrega nos feriados de fim de ano nos Estados Unidos, graças a sua frota, famosa pela lataria de cor marrom, de 101 mil caminhões, furgões, caminhonetes e motos, segundo a "Bloomberg Businessweek". A rival FedEx, de Memphis, no Tennessee, tem mais aviões, mas sua frota terrestre tem aproximadamente 30% do tamanho, com 32 mil veículos.

Em outubro, a UPS e a FedEx divulgaram suas previsões de entregas para os feriados de fim de ano. A FedEx projetou o transporte de mais de 95 milhões de remessas na primeira semana de dezembro. A UPS previa entregar 129 milhões de pacotes na mesma semana e esperava uma segunda corrida às compras na semana anterior ao Natal.

A UPS contratou 55 mil trabalhadores de meio período, arrendou 23 aviões extras e, na prática, montou uma segunda frota terrestre para lidar com o fluxo de pacotes na temporada, segundo a reportagem da Bloomberg Businessweek.

Fonte: Valor
Por Craig Trudell | Bloomberg

Navio traz um carregamento de novas comportas para as eclusas do canal do Panamá, que está sendo ampliado.

 

Após uma visita ao Panamá quase quatro décadas atrás, o romancista Graham Greene viu o canal tornando-se "cada vez menos" importante a cada ano, com "a passagem de menor tonelagem, menores receitas, um canal raso demais e comportas estreitas demais para os grandes petroleiros".

Esse temor de irrelevância apenas se intensificou à medida que os navios em todo o mundo ficaram grandes demais para atravessar o canal. Atualmente, cerca de 50% dos navios porta-contêineres em operação ou encomendados no mundo são grandes demais para atravessar suas comportas. Os navios panamax, historicamente projetados para cruzar o canal, são hoje quase apenas lambaris.

Como se isso já não fosse suficientemente problemático, o derretimento do gelo do Ártico poderá também abrir uma rota concorrente de acesso ao norte.

Interessados em defender seu status como uma das grandes vias do comércio mundial, os panamenhos decidiram ampliar o canal em um referendo nacional realizado quase sete anos atrás. Esse projeto, envolvendo investimentos de US$ 5,25 bilhões, está atrasado quase seis meses em relação ao cronograma original, mas quando a obra for terminada, em meados de 2015, o canal ampliado deverá transformar algumas das rotas comerciais mais importantes entre o Atlântico e o Pacífico. Empresas de logística, como ferrovias, tentam avaliar se a expansão irá, em última instância, aumentar substancialmente os embarques diretos para o leste dos EUA.

Na semana retrasada, celebrando a chegada das novas e gigantescas comportas para o canal, o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, previu que as obras de ampliação "vão transformar o setor marítimo mundial". "Nós, panamenhos, estamos estabelecendo um marco histórico", disse Martinelli antes do desembarque das comportas de 3,1 mil toneladas.

O canal - mais profundo e mais largo - permitirá a passagem de navios enormes, com até três vezes a capacidade dos maiores que atualmente usam a rota. As autoridades panamenhas preveem que o canal, que comemorará seu centenário no próximo ano, aumentará a tonelagem anual que dá vazão para mais de 600 milhões de toneladas em 2025, das 333,7 milhões de toneladas no ano passado.

Mas, embora o Panamá esteja fazendo suas projeções otimistas, a infraestrutura regional ainda não está pronta para os navios de maior porte. Muitos portos americanos são incapazes de acomodar navios maiores que atravessam o canal do Panamá. Vários portos tropicais também estão competindo entre si para se tornar centros de irradiação logística de águas profundas nas próximas décadas, mas observadores dizem que os processos de expansão portuária estão em dificuldade para acompanhar o ritmo das mudanças potenciais nos padrões marítimos.

Projeto envolve investimento de US$ 5,25 bilhões, está atrasado seis meses e deve terminar em 2015

No Panamá, 60% da expansão está concluída. A dragagem dos canais ao longo do trecho mais estreito, a Culebra Cut, está terminada. Num fosso colossal, 8.000 trabalhadores usando capacetes amarelos e coletes fluorescentes estão construindo compartimentos para os conjuntos de eclusas.

Numa tendência algo cruel para o Panamá, as dimensões dos navios estão mais uma vez ultrapassando as dimensões acomodadas pelo canal enquanto o próprio trabalho avança. A Maersk Line, operadora da maior frota de contêineres do mundo, tem 20 novos navios encomendados que são tão enormes que não conseguirão cruzar nem a hidrovia alargada.

Originalmente, previa-se que o programa de expansão tornaria basicamente mais fácil enviar bens manufaturados da Ásia para a costa leste dos EUA. Mas o tráfego de navios no sentido contrário tornou-se muito mais significativo que imaginado sete anos atrás. "Para o futuro, prevemos um crescimento do comércio entre a Ásia e a América Latina", diz Jorge Luis Quijano, administrador do canal do Panamá, "à medida que o leste asiático busca cada vez mais matérias-primas na América Latina".

Apesar de uma desaceleração no "superciclo de commodities", muitas empresas continuam demandando custos menores de transporte para enviar mercadorias como minério de ferro, carvão, soja e gás natural para a Ásia. Além disso, o fluxo de produtos asiáticos embarcados em contêineres para a América Latina continua forte, graças a um robusto crescimento dos salários e do crédito doméstico, que vem alimentando um boom de consumo na região.

Apesar disso, o Panamá não será capaz de explorar sem concorrentes essas mudanças nos fluxos comerciais. A Assembleia Nacional da Nicarágua, dominada pela esquerdista frente sandinista, deu sinal verde a uma proposta de investir US$ 40 bilhões para que a HKND, uma empresa chinesa pouco conhecida, abra um concorrente ao canal do Panamá. Muitos já duvidam da viabilidade econômica de um projeto com percurso três vezes mais longo do que os 80 km da hidrovia panamenha.

Sem querer ficar para trás, Guatemala e Honduras já anunciaram projetos de "pontes terrestres" entre o Atlântico e o Pacífico. Há também especulação no México sobre um investimento chinês numa conexão pelo istmo de Tehuantepec.

Empresas de transporte de contêineres, como a Maersk, com cerca de 15% de participação de mercado na América Latina, vêm tais projetos com mente aberta. "Para mim, qualquer investimento em infraestrutura que facilite o comércio entre os clientes é bem-vindo", diz Robbert van Trooijen, executivo-chefe da Maersk Line para a América Latina e Caribe.

Desde que o Panamá assumiu o controle do canal, em 1999, cerca de 5% do comércio mundial passam por suas comportas. O canal acumulou US$ 1,6 bilhão em lucros antes dos impostos no ano passado sobre um faturamento de US$ 2,4 bilhões e responde por 10% da produção econômica do país.

Os panamenhos estão confiantes que os concorrentes regionais não absorverão muito de seus lucros. "Não consideramos que haverá nenhum tipo de concorrência", disse Fernando Núñez Fábrega, ministro das Relações Exteriores do Panamá, ao "Financial Times" no mês passado, quando indagado sobre o concorrente nicaraguense. Para ele, se todos que desejam construir um canal fizerem isso, "a América Central acabaria ficando como um queijo suíço".

 

A expansão do canal deverá impactar a maneira como as linhas de transportes operam por razões muito além do tamanho dos navios que podem usar. Uma vez que navios maiores levam mais tempo para serem carregados e descarregados, as transportadoras de contêineres poderão enviar os novos e maiores navios para um menor número de portos nos EUA ou na América do Sul depois que saem do canal. Isso criará maior demanda nas duas extremidades do canal por novos serviços "alimentadores" transportando contêineres entre portos menores e maiores "centros de irradiação logística", onde os maiores navios aportam.

Provavelmente haverá intensa competição entre os candidatos a tornarem-se centros de irradiação logística. Neil Davidson, um analista de portos na Drewry Shipping Consultants, salienta que, no lado do Caribe, os portos de Caucedo, na República Dominicana, e Freeport, nas Bahamas, já têm profundidade suficiente. Obras de dragagem também estão em andamento em Kingston, Jamaica, embora tenha havido longas conversações sobre um centro de irradiação logístico potencial em Cuba. No lado do Pacífico, os portos mexicanos de Lázaro Cárdenas e de Manzanillo provavelmente demandarão algum trabalho de transbordo.

Mas Alberto Alemán, que deixou o cargo de administrador do canal do Panamá em dezembro de 2012, após 16 anos no comando, espera que grande parte das novas demandas busque portos do próprio Panamá, em ambas as costas. O Panamá oferece vantagens logísticas. Possui não só um aeroporto que opera como um centro de irradiação regional, como também conta com uma grande zona de livre comércio, como Cingapura e Hong Kong. O país é ainda a economia em mais rápido crescimento na América Latina, com taxas de expansão anual de cerca de 10%.

A alta qualidade dos portos panamenhos diferencia o país de muitos outros na América Latina. A maioria dos portos na região que atendem a demanda do canal e pelo fato de haver canais de ao menos 15 metros estão no Brasil e embora, por exemplo, Cartagena na Colômbia tenha acelerado seus trabalhos, ainda há um longo caminho a percorrer. "Temos de nos adaptar, e rapidamente, para reduzir o grande déficit de infraestrutura na região", diz Esteban Diez-Roux, especialista em transporte principal no Banco Interamericano de Desenvolvimento ou BID. "Os custos logísticos na América Latina são cerca de 50% maiores do que no restante do mundo".

De acordo com um estudo do BID, a região precisa acelerar a modernização de portos, estradas e outros elementos básicos de infraestrutura", do contrário não será capaz de tirar proveito dos baixos custos que serão gerados pelo crescimento do tráfego transoceânico de navios de grande porte". Afinal de contas, para descarregar todo o conteúdo de um navio de 10 mil contêineres são necessários 18 trens ou 5,8 mil caminhões ou 570 jatos Boeing 747 jumbo.

Não é apenas a infraestrutura latino-americana que enfrenta desafios para dar conta das demandas criadas por navios maiores. Apesar de US$ 46 bilhões terem sido gastos em guindastes maiores nos EUA, em canais mais profundos e em linhas ferroviárias de maior capacidade para atender o novo tráfego do Canal do Panamá, alguns portos na costa leste dos EUA ainda não estão prontos. Segundo Davidson, o porto de Norfolk, Virginia, parece melhor posicionado para capitalizar o cenário, por ser de águas naturalmente profundas e possuir ligações ferroviárias recém-modernizadas. O Porto de Baltimore, que sofre pela desvantagem de estar localizado perto do topo da baía de Chesapeake, bem distante das principais rotas de transportes, também pode acomodar os novos navios maiores.

Carga transportada deve passar para mais de 600 milhões de toneladas em 2025, de 333,7 milhões em 2012

Mas a maioria dos terminais no Porto de New York/New Jersey, de longe o mais movimentado porto de contêineres na costa leste dos EUA, enfrenta problemas significativos porque a ponte de Bayonne sobre a entrada para área principal do porto precisa ser erguida para dar passagem aos navios mais altos. O projeto de US$ 1 bilhão para elevar a pista da ponte não será concluído antes de 2016. Ambientalistas também entraram com ações legais protestando contra os planos de aprofundamento do canal ao longo do rio que leva ao porto de Savannah, Geórgia, atualmente o quarto mais movimentado porto de contêineres nos EUA.

Enquanto isso, um número crescente de companhias de transporte marítimo estão criando serviços da Ásia para a costa leste dos EUA através do Canal de Suez, que já podem dar conta de navios porta-contêineres muito maiores. A distância do porto de Yantian, na China, onde muitos produtos são enviados para Newark, é em média 4% maior pelo Canal de Suez do que pelo Canal do Panamá.

Apesar disso, em abril passado a Maersk reduziu sua freqüência de transporte de mercadorias da Ásia através do Canal do Panamá para a costa leste dos EUA em mais de 14% ao transferir seu tráfego para a travessia do Canal de Suez, onde pode alocar navios de maior porte e reduzir seu custo unitário. Mas a política de preços do Panamá também desempenhou o seu papel.

Nos últimos anos, o pedágio via Panamá quase triplicou e poderá chegar a US$ 450 mil por trecho, dependendo da carga, mas estima-se que os novos navios de contêineres maiores pagarão entre US$ 800 mil e US$ 1 milhão por travessia. "O pedágio será menor por unidade de carga. A vantagem será para os navios maiores", explica Rodolfo Sabonge, diretor de planejamento na Autoridade do Canal do Panamá, que opera o canal. "Atualmente, o número é baseado na capacidade dos navios, mas estamos tentando migrar para um sistema vinculado ao que a embarcação estiver transportando".

Para o Alemán, o ex-administrador do canal, as vantagens da hidrovia vão muito além das tarifas de pedágio: "Esse é o único porto do mundo com terminais nos dois oceanos, e esse é um conceito muito forte".

Por trás das torres de concreto em construção, um navio da Wallenius Wilhelmsen, uma joint venture escandinava que opera a maior frota transportadora de carros no mundo, está se preparando para cruzar as eclusas do Pacífico ao Atlântico. "Ainda não há outro lugar no mundo onde podemos estar em outro oceano apenas numa questão de horas", diz Alemán. (Tradução de Sergio Blum)

BRASÍLIA  -  Todos os órgãos governamentais que atuam na entrada e saída de pessoas no país poderão, em breve, utilizar informações do Sistema de Declaração Eletrônica de Bens de Viajante (e-DBV), lançado nesta sexta-feira pela Receita Federal do Brasil (RFB).

Assim, a anuência para produtos agropecuários, por exemplo, poderá ser dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diretamente no sistema. “O sistema permitirá a atuação integrada e a consulta a informação específicas [para os órgãos]”, explicou o subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, Ernani Checcucci.

Além disso, a RFB está trabalhando para conseguir a recepção antecipada das informações dos passageiros. “Quando a companhia aérea fechar as portas da aeronave, ela passará a lista dos passageiros para a Receita”, disse Checcucci.

A Receita também trabalha para implementar um módulo de reconhecimento facial que, a partir da foto do passaporte dos passageiros, selecionará e encaminhará as pessoas que entram no país para a Receita.

Essa seleção funcionará por meio de análise de risco já realizada hoje pelo órgão, que leva em conta critérios como a frequência de viagens, por exemplo. Checcucci não informou os prazos para a implementação dessas novidades, já que dependem da disponibilização das informações pelas companhias aéreas.

O e-DBV é um sistema desenvolvido pela Receita que eliminará as declarações em papel relacionadas às bagagens de turistas nas entradas e saídas do país. O software servirá para pessoas que entram no país em qualquer tipo de fronteira. Ele será obrigatório para quem chega por avião ou via marítima até novembro e março para a entrada por terra.

“O foco é acompanhar o aumento no número de viajantes internacionais”, explicou Checcucci. O objetivo é melhorar a recepção de viajantes internacionais em vista dos megaeventos, como Copa e Olimpíadas, que serão realizados no país.

Fonte: Valor
Por Lucas Marchesini

Após três meses de alta, analistas projetam recuo da produção industrial em novembro.  Rafael Bacciotti, da Tendências: acúmulo de estoques prejudica alguns setores.

Após sequência de três altas consecutivas na comparação mensal - a mais longa de 2013 - a indústria deve ter voltado a mostrar o comportamento volátil que marcou boa parte do ano em novembro, avaliam economistas. Ainda que alguns indicadores que antecedem o desempenho do setor tenham subido em relação a outubro, analistas afirmam que a produção de veículos foi a principal influência para baixo sobre a atividade industrial no mês.

A média de 20 consultorias e instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta que, depois de ter crescido 0,6% na abertura do trimestre, a produção industrial encolheu 1,1% em novembro sobre o mês anterior, feito o ajuste sazonal. As projeções para a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), a ser divulgada hoje pelo IBGE, vão de retração de 0,6% a queda de 1,5%.

Segundo Thovan Caetano, da LCA Consultores, cerca de 30% dos indicadores usados pela consultoria para antecipar o resultado da produção industrial cederam de outubro para novembro, o que indica contração de 1%. Medida pela Anfavea, entidade que reúne as montadoras do país, a produção de veículos diminuiu 10,7% na passagem mensal. Com o ajuste sazonal da LCA, a variação resultou em recuo de 4,7%.

Além dos veículos, Caetano menciona que outros indicadores importantes tiveram comportamento negativo em novembro, como produção de aço bruto (-3,1%) e a importação de matérias-primas (-2,6%), sempre com o ajuste sazonal. "A partir disso, é possível ter uma ideia de que a queda da produção em novembro não foi tão concentrada. "

Para Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, o recuo de 1,1% do fluxo pedagiado de veículos pesados em novembro ante outubro é outro indício de que a produção voltou a cair. Em suas estimativas, a atividade teve contração de 0,9% na comparação mensal. Na opinião do economista, o acúmulo de estoques ainda está prejudicando alguns segmentos, a despeito de uma melhora incipiente da confiança dos empresários.

Mesmo com a expectativa de desempenho ruim da produção em novembro, Bacciotti avalia que o último trimestre de 2013 será de recuperação da indústria, já que os primeiros indicativos de dezembro apontam para devolução da queda. A Tendências trabalha com avanço de 0,8% da produção entre o terceiro e o quarto trimestres, com ajuste sazonal. No trimestre anterior, o setor diminuiu 1,4%.

O Itaú Unibanco projeta retração de 0,6% para a produção em novembro ante outubro. Ao contrário da Tendências, o Itaú avalia que os primeiros indícios para dezembro não são positivos. "Isso é consistente com a nossa previsão de recuperação apenas modesta do PIB no quarto trimestre, com alta de 0,6%", afirmam os economistas do banco em relatório.

Mais otimista, Caetano, da LCA, diz que o câmbio mais desvalorizado gerou efeito positivo sobre a indústria nos últimos três meses de 2013, principalmente em setores afetados pela concorrência de produtos estrangeiros, como vestuário e tecidos. Segundo ele, dezembro deve ser um pouco mais forte para o setor automotivo.

A partir desses fatores e de um aumento modesto da confiança, Caetano acredita que a indústria vai voltar a crescer em dezembro e encerrará o último trimestre de 2013 com alta entre 1% e 1,5%. Na média do ano, o cenário da LCA conta com expansão em torno de 1,8% para a produção industrial, insuficiente para recuperar o tombo de 2,6% observado em 2012.

Fonte: Valor
Por Arícia Martins | De São Paulo

SÃO PAULO - Anunciada na sexta-feira, a decisão da Rússia de liberar as exportações de seis frigoríficos de carne bovina do Brasil deve neutralizar os impactos do embargo imposto pelos russos a outros nove frigoríficos em 2 de outubro.

Essa é a avaliação do diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne  Bovina (Abiec), Fernando Sampaio. “Com esse número de unidades [aprovadas], o Brasil  não vai perder exportações”, afirmou ele, em evento em comemoração aos 15 anos da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), na capital paulista.

Antes da liberação das seis unidades — quatro da JBS, uma da Marfrig e outra da Minerva Foods —, as empresas alegavam que conseguiriam amenizar o embargo de 2 de outubro, que vetou seis plantas da JBS, duas da Minerva e uma da Marfrig, vendendo carne bovina produzida em outras unidades.

Apesar disso, Sampaio admitiu que a liberação de novas unidades para exportar dará alguma tranquilidade para manter o atual ritmo de exportações para a Rússia, de cerca de 30 mil toneladas de carne bovina pro mês. A Rússia é o segundo principal destino das exportações de carne bovina do Brasil, atrás de Hong Kong.

FONTE: Por Luiz Henrique Mendes | Valor

Sem admitir, o governo da presidente Cristina Kirchner fez em 2013 a maior desvalorização nominal do peso desde 2002, ano em que a Argentina acabou com a paridade fixa entre a moeda nacional e a americana. O dólar terminou o ano passado cotado em 6,52 pesos, uma perda de valor de 32,8%. Apenas nos últimos 40 dias, quando Cristina trocou a equipe econômica, a desvalorização foi de 9,2%.

Com isso, o governo tenta conter a queda das reservas internacionais, que caíram 29,1% ao longo do ano passado, despencando de US$ 43,4 bilhões no fim de 2012 para US$ 30, 8 bilhões na sexta-feira. A desvalorização incentiva exportadores a não retardarem a repatriação de divisas. O governo também ganha um pouco de folga contábil: a desvalorização permite que o Banco Central melhore o seu próprio balanço, no momento em que tem que realizar uma emissão monetária maior para tapar o déficit fiscal da ordem de 4% do PIB.

Embora a desvalorização do peso tenha sido o dobro da perda de valor do real no Brasil, a avaliação de especialistas na Argentina é que o ganho de competitividade será discreto. "Desta vez a desvalorização acontece em uma circunstância de aceleração da inflação realmente existente, que está ultrapassando o patamar de 30% ao ano, o que anula os ganhos para o setor industrial exportador", comentou o economista Nicolás Dujovne, consultor independente.

Segundo Dujovne, "em termos reais, considerando a inflação de fato existente nos dois países, a desvalorização brasileira foi maior". A inflação oficial da Argentina está congelada em 10% ao ano desde 2007, mas o dado perdeu credibilidade e deixou de ser usado como referencial econômico. A inflação real do país é estimada entre 25% e 30% ao ano.

O atraso cambial argentino em relação à inflação realmente existente em anos anteriores se agudizou a partir de 2009, quando Cristina freou a desvalorização gradual da moeda. O país começou a viver uma inflação em dólares. Segundo um levantamento da consultoria Abeceb, o salário bruto médio em dólares do setor industrial passou de US$ 950 em 2009 para US$ 1.590 em 2012.

O movimento começou a ser contido a partir da reeleição de Cristina, em 2011, quando a presidente proibiu a compra de dólar para investimentos e permitiu que o Banco Central começasse a desvalorizar a moeda. A perda do valor do peso já havia sido de 14,1% em 2012.

O dólar mais caro deve frear a queda das reservas argentinas, mas acaba com a última âncora que impedia a aceleração inflacionária no país. "O governo está acelerando a desvalorização e encarecendo as importações ao mesmo tempo em que corta os subsídios ao setor privado e aumenta as tarifas", disse Dujovne.

Desde ontem, o governo argentino reduziu o subsídio para o setor de transporte coletivo, que teve um aumento de tarifa na região metropolitana de Buenos Aires de 66%. A passagem mais barata de ônibus passa de 1,50 peso para 2,50 pesos, o equivalente a cerca de R$ 1. Os subsídios ao setor privado, que já chegam a 5% do PIB, estão na raiz do aumento do déficit fiscal da Argentina, que passou de 2,5% para 4% nos últimos dois anos.

"Somente este aumento autorizado para o transporte coletivo implicará em um impacto de dois pontos percentuais sobre o índice inflacionário real na Argentina. Poderemos ter em janeiro uma inflação mensal real da ordem de 5%", avaliou Dujovne.

Fonte: Valor
Por César Felício | De Buenos Aires

BUENOS AIRES  -  Os turistas que viajarem para a Argentina estão proibidos de usar peso para pagar pacotes e serviços turísticos internacionais no país, de acordo com resolução do Banco Central publicada na semana passada.

A medida, válida para qualquer cidadão não residente na Argentina, tem como objetivo desestimular o turista a trocar moeda estrangeira de maneira informal no país.

Esta é a primeira iniciativa do governo argentino tomada para coibir a troca de divisas no mercado informal por parte de turistas estrangeiros.

Cotação

Atualmente, o dólar no mercado informal é cotado a cerca de 9,30 pesos, enquanto que no mercado legal a moeda é trocada a 6,28. Existe também um mercado negro para real, mais volátil, mas que chega a pagar um sobrepreço de 30% para a moeda brasileira, em relação à cotação oficial. Dos cerca de 2,6 milhões de turistas que entram pela Argentina anualmente através dos aeroportos da região metropolitana de Buenos Aires, cerca de 30% são provenientes do Brasil.

A resolução do Banco Central irá impedir que turistas paguem, em peso, excursões ao exterior. São comuns excursões rápidas de Buenos Aires a Colonia, no Uruguai, cidade a uma hora de travessia do rio da Prata por ferryboat. O transporte fluvial entre Argentina e Uruguai é de 300 mil passageiros por ano e não há dados sobre a quantidade de brasileiros que fazem o passeio.

É frequente também a venda de pacotes à região dos Lagos Andinos, no Chile, para turistas que estão na Patagônia argentina, sul do país. Os pagamentos de não residentes deverão ser feitos obrigatoriamente com cartão de crédito emitido no exterior ou em espécie, com qualquer moeda estrangeira.

A medida tem alcance limitado, já que não afeta reservas de hotéis e nem compra de pacotes de turismo receptivo dentro da Argentina.

Fonte: Cesar Felício | Valor

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Figueiredo, durante coletiva à imprensa, em Bali: cautelosamente otimista

A Argentina endureceu nas negociações sobre agricultura e a Índia manteve posição rígida sobre segurança alimentar às vésperas da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Bali, ampliando as dúvidas sobre a possibilidade do fechamento esta semana do primeiro acordo comercial global em quase duas décadas.

O vice-ministro de Comércio da Argentina, Carlos Bianco, afirmou, durante encontro do G-20 de exportadores agrícolas de países em desenvolvimento, que Buenos Aires não aceitará um acordo em Bali que não inclua compromisso legal no capitulo agrícola, segundo fontes que participaram da reunião.

A Argentina visa particularmente uma proposta sobre subsídios à exportação e outras formas de ajuda nas vendas externas. Pelo texto em discussão, a conferência de Bali reafirmaria o compromisso político de 2005 de eliminação de todas as formas de subsídios à exportação e, até que isso ocorra, os paises se comprometeriam a usar esse tipo de ajuda bem abaixo do limite que podem conceder atualmente.

Mas a Argentina recusa apenas uma declaração política da conferência ministerial. Quer compromissos obrigatórios para que os países desenvolvidos se comprometam com a eliminação dos subsídios à exportação agrícola, e ter, assim, a mesma forma legal que os compromissos que eles exigem dos países em desenvolvimento no texto sobre facilitação de comércio. A diferença é que, se é compromisso legal e não for respeitado, o país pode ser denunciado junto aos juízes da OMC em casos que podem terminar em retaliação comercial.

No entanto, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, que dirigiu a reunião do G-20, negou a existência de "forte divergência", expressão usada por um jornalista. "Isso é normal, sempre vai ter gente que vai dizer que o acordo) não é o que se queria. Mas o ânimo na reunião do G-20 não foi de bloqueio, e sim de querer resultado importante", afirmou.

O Brasil acha que seus interesses estão protegidos com os textos sobre agricultura e defende a conclusão do acordo global. Alguns negociadores duvidam que a Argentina conseguiria levar até o fim um bloqueio de acordo. Bolívia e Venezuela também 'resistem' ao acordo.

Reuniões informais de chefes de delegação começam amanhã à tarde. Alvo de todas as atenções, o ministro de Comércio da Índia, Anand Sharma, foi indagado pelo Valor se iria apoiar um acordo global em Bali. Segundo ele, Nova Déli quer "um acordo positivo e equilibrado" e que "não rejeitou nem aceitou" nada ainda. Acusado de colocar em risco a OMC, Sharma disse que a Índia busca um compromisso que assegure a "centralidade do sistema multilateral de comércio". E sinalizou que uma barganha pode vir entre agricultura e facilitação de comércio.

Um comunicado de ministros do G-33, grupo de países focados em segurança alimentar, levou alguns observadores a ver uma ligeira mudança, que parecia tornar mais moderada a posição indiana sobre a cláusula de paz, que dá sinal verde para uso de subsídios acima do autorizado para formação de estoques de alimentos. O G-33 diz em seu documento, aprovado pela Índia, que uma solução permanente para a questão deve ser encontrada durante o período de quatro anos da cláusula de paz, ou seja até 2017.

Mais tarde, porém, a Índia divulgou comunicado em Nova Déli, lembrando que há consenso nacional e completa unanimidade no país sobre sua política de segurança alimentar. E quer uma solução na OMC que proteja a Índia "de todas as formas de contestação" por parte de outros países - algo que os EUA, por exemplo, até agora disseram não aceitar.

Apesar desse cenário, o sentimento entre vários ministros é de que ainda é possível a conclusão do acordo de Bali, para evitar que a OMC se torne irrelevante. Figueiredo está na categoria dos "cautelosamente otimistas" sobre a possibilidade de chegar a um acordo até sexta-feira. Uma autoridade se diz "convencida"' de que haverá o acordo, porque "isso aqui está cheio de ministros e não vamos querer sair daqui de mão vazia".

Ontem, o ministro brasileiro se encontrou com seu colega da Indonésia e hoje se reúne com o ministro de Comércio da Índia. Amanhã, fala com o principal negociador americano, Michael Froman, e na sexta-feira, com o comissário de Comércio da União Europeia, Karel De Gucht, além de outros.

O ministro de Comércio da Indonésia, Gita Wirjawan, disse que somente na sexta-feira é que se terá certeza sobre o desenrolar das negociações. E sugeriu aos jornalistas estrangeiros que procurem "aproveitar a praia" de Bali até lá.

Fonte: Valor

GENEBRA  -  A Argentina elevou o tom e ameaçou bloquear um acordo de liberalização na conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Bali, na Indonésia dentro de sete semanas se não obtiver resultado na área agrícola.

Diante dos outros 158 membros, o embaixador argentino Alberto D'Alotto advertiu que, se não houver compromisso de corte de subvenção na exportação de produtos agrícolas, "a Argentina, então, não poderá se juntar ao consenso para um pacote geral de Bali".

Ao Valor, o embaixador afirmou que um compromisso nessa área "seria a prova de que a Rodada Doha não é só a favor de alguns e que os países desenvolvidos teriam vontade de realmente negociar a reforma agrícola na OMC".

Não é a primeira ameaça de bloqueio que o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, ouviu até agora e provavelmente não será a última nas próximas semanas. Em todo caso, é um novo obstáculo pela frente para mediar um pacote envolvendo facilitação de comércio, questão agrícola e medidas para ajudar países mais pobres.

Também a China já deixou explícita a ameaça de bloquear o pacote de Bali. Pequim alertou a parceiros que se uma proposta sobre administração de cotas tarifárias agrícolas não garantir o tratamento especial e diferenciado (TED) aos países em desenvolvimento não é só a proposta como o pacote de Bali que estará em risco.

A grande questão é se a Argentina, membro do G-20 agrícola, banca até o fim um eventual bloqueio de Bali. Já sobre a China, certos analistas têm menos dúvidas sobre as intenções de Pequim manter a ameaça até arrancar algo dos parceiros.

O Brasil, coordenador do G-20, tem insistido que um pacote de Bali precisa de equilíbrio entre os vários temas em negociação - facilitação de comércio, agricultura e medidas para ajudar países mais pobres.

Também o Uruguai reclamou da falta de avanço na área agrícola. Mas somente a Argentina ameaçou não se juntar ao consenso – ou seja, bloqueará na prática um acordo em Bali – se não obtiver satisfação sobre subsídios à exportação.

Buenos Aires reclamou em reunião dos 159 membros da OMC que outras áreas da negociação avançam, mas não vê movimento para atender à demandas na parte agrícola.

Na conferencia ministerial de Hong Kong, em 2005, os países da OMC tinham alcançado um compromisso para eliminar até o fim de 2013 todas as formas de subvenção à exportação, além de limites claros sobre crédito, garantias e seguros à exportação agrícola. Como a Rodada Doha não prosperou, esse entendimento não será cumprido.

Agora o G-20 agrícola propôs pelo menos a antecipação de uma parte do que ficara acertado em Hong Kong: os países desenvolvidos se comprometem a eliminar em 50% os níveis de subsídios à exportação autorizados pela OMC e os países em desenvolvimento, a cortar em 25%.

Mas os países desenvolvidos não querem nem discutir a questão. Isso mesmo quando os EUA e a União Europeia (UE) poderiam perfeitamente aceitar o compromisso de corte de 50%, já que atualmente concedem subvenções abaixo desse percentual em relação ao que estão autorizados pelos acordos atuais da OMC. A situação seria mais complicada para os campeões mundiais de subvenções agrícolas, a Noruega e a Suíça.

Os desenvolvidos alegam que subsídio à exportação deve ser negociado no pacote integral da Rodada Doha e não num compromisso intermediário para Bali, no começo de dezembro.

Não há surpresa na posição argentina. A presidente Cristina Kirchner já alertara em São Petersburgo alguns parceiros, durante a cúpula do G-20, que precisava de algum ganho na área de subsídios a exportação agrícola.

Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e bancos regionais de desenvolvimento da Ásia, América Latina, África e Europa se comprometeram no fim de semana a apoiar um pacote de medidas para facilitação de comércio na negociação da OMC.

Os bancos dizem que, desde 2008, já forneceram US$ 22 bilhões de financiamento para infraestrutura vinculada a facilitar o comércio. Agora, a ajuda deve vir para países mais pobres, que precisariam de algo entre US$ 7 milhões e US$ 15 milhões para começar a modernizar suas alfândegas e treinar seu pessoal a fim de reduzir a burocracia na fronteira.

Mas o que está no alvo fica longe do que foi acenado no lançamento da negociação sobre facilitação de comércio, em 2004. Na ocasião, países desenvolvidos prometeram inclusive financiamento para infraestrutura em países em desenvolvimento e não apenas modestos milhões de dólares para aduanas.

Faltam duas semanas para o prazo dado por Azevêdo para os países delinearem compromissos para Bali. Na área de subsídios à exportação, até agora o máximo que países desenvolvidos aceitam é reconhecer que os volumes de ajuda declinaram e a tendência é de baixar mais.

Por Assis Moreira | Valor
Fonte: Valor

Os governos do Brasil e da Argentina ainda não chegaram a um consenso sobre as novas regras do acordo automotivo, o que pode prorrogar o livre comércio de veículos entre os dois países, em vigor desde ontem. Segundo fontes dos dois países, é alta a possibilidade de que não seja possível anunciar o novo regime antes do dia 12, quando as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner se reúnem em Montevidéu para a reunião de cúpula do Mercosul.

Ao setor privado argentino, o governo do país sinalizou que pretende insistir na mudança das regras.

 

Para a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, o livre comércio não trará desequilíbrio. "Os investimentos foram feitos de um lado e de outro. Há um certo equilíbrio. Nossa expectativa é que não haja nenhum impacto imediato", afirmou. Sobre a razão da insistência nas negociações, já que não se prevê grande impacto no fluxo de comércio de veículos, Tatiana disse: "Essa é uma boa pergunta para o governo argentino".

Os impostos no comércio de veículos e peças entre Brasil e Argentina foram extintos no início dos anos 90. Mas a troca está sujeita aos chamados coeficientes de desvio das exportações, fixados em 1,95 para o Brasil e 2,5 para a Argentina. Isso significa que para cada dólar em produtos automotivos importados do país vizinho, o Brasil pode exportar o equivalente a US$ 1,95. Já a Argentina pode chegar a US$ 2,5. Os coeficientes seriam extintos a partir deste mês, se o acordo tivesse sido cumprido.

Os fabricantes de veículos, que concentram no Brasil o comando das fábricas nos dois países, não se importam de protelar as discussões. Concordam com os representantes dos governos de que não haveria desequilíbrio por enquanto. A distribuição da produção nos dois lados da fronteira é feita conforme conveniência de manufatura e de escala.

A maior preocupação da indústria é com uma ideia do governo argentino, que surgiu nos últimos encontros, de aplicar o coeficiente de exportação por empresa. Hoje o cálculo é setorial. A mudança prejudicaria montadoras com atividade menor na Argentina e que exportam para aquele mercado. Com o índice setorial, as que produzem mais no país vizinho compensam a diferença.

Entre as mudanças que os argentinos pedem está a ideia de estender à produção local os mesmos benefícios do programa Inovar Auto, que prevê descontos de IPI para veículos produzidos no Brasil com alto índice de nacionalização. Outra proposta é elevar a Tarifa Externa Comum (TEC) para peças importadas fora do bloco.

"Não fomenta a nacionalização na Argentina existir uma TEC média de 14% para autopeças e de 35% para o automóvel, por mais que isso seja conveniente para as montadoras nos dois países", disse Juan Cantarella, gerente-geral da Afac, a associação argentina de autopeças. O déficit do setor, segundo estimativas, foi de US$ 9,5 bilhões em 2012. Cerca de US$ 2,4 bilhões do total tem origem em importações brasileiras. Do lado brasileiro, a balança também é negativa. Fechou com déficit de US$ 6,5 bilhões em 2012, embora a Argentina tenha sido o principal destino das exportações, que somaram US$ 18,1 bilhões.

Para Cantarella, a Argentina poderá conviver com livre comércio no setor por seis meses sem que comece a pesar na balança a falta de competitividade, que é crescente devido a problemas de escala, inflação e câmbio. "Depois de um tempo, é natural que os desequilíbrios se acentuem e, se o acordo não for renovado, é provável que o governo intensifique as barreiras comerciais contra o Brasil. Algum acerto deve sair antes de 2014, porque a Argentina seria a principal prejudicada em uma guerra comercial", disse o economista Marcelo Elizondo, da consultoria DNI.

No Brasil, fontes apontam para a desvantagem da Argentina nessa negociação, já que, nos últimos meses, a atividade industrial no país só avançou graças ao setor automotivo. Por isso, o governo brasileiro estaria propenso a insistir para que, daqui em diante, as discussões não mais se limitem a acordos setoriais, mas envolvam todos os produtos que participam do comércio entre os dois países.

Apesar disso, o governo argentino parece disposto a insistir no objetivo de alterar as regras no comércio automotivo. Ao discursar para dirigentes do setor no Salão do Automóvel de Buenos Aires, a ministra da Indústria Débora Giorgi culpou as montadoras pela falta de competitividade.

"Não me tragam mais projetos para linhas de 30 mil carros por ano, quando no Brasil existem linhas de 300 mil para o mesmo modelo. Este tipo de investimento não nos interessa. Essa ideia de produzir onde é mais barato e vender onde se paga mais caro é insustentável. O mercado argentino vai passar a ser de quem produz aqui. Nem eu nem a presidente (Cristina Kirchner) vamos ficar regulando esta indústria para o benefício de poucos, cujos centros decisórios estão lá do outro lado", disse a ministra, em menção à Europa, EUA e Japão, sedes das montadoras.

Fonte: Valor

Por Cesar Felício, Marli Olmos, Daniel Rittner e Thiago Resende | De Buenos Aires, São Paulo e Brasília

BUENOS AIRES  -  A Argentina irá limitar em até 27,5% todas as importações da indústria automobilística , inclusive as que têm origem no Brasil. A decisão foi comunicada pela ministra da Indústria, Debora Giorgi, e o secretário de Comércio Interior, Augusto Costa, em reunião com as entidades patronais do setor na Argentina, de acordo com a agência oficial de notícias Télam. Estavam presentes no encontro os diretores da entidade das montadoras (Adefa) e das importadoras de veículos (Cidoa).

Nos primeiros dez meses do ano, a Argentina gastou US$ 5,8 bilhões em importações de automóveis, ante US$ 4,4 bilhões no mesmo período em 2012. De cada cinco automóveis emplacados na Argentina, três são importados.

Cerca de dois terços deste total são exportações brasileiras. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, as vendas de automóveis para a Argentina aumentaram 51,8% de janeiro a novembro de 2013.

O controle das importações será feito pelo governo argentino por meio da balança individual de cada empresa. As montadoras argentinas que também exportam para o Brasil, como Fiat, Volkswagen, General Motors, PSA, Renault e Toyota, entre outras, terão o direito a manter seus atuais volumes de importações, desde que suas exportações superem as compras externas. As que são exclusivamente importadoras ou que estejam deficitárias em sua balança serão obrigadas a reduzir a atividade.

Por César Felício | Valor
Fonte: valor

Pelo menos 350 mil pares de sapatos, tênis e sandálias estão prontos em fábricas brasileiras e já tiveram suas vendas fechadas à Argentina, mas não podem atravessar a fronteira por falta da declaração prévia. Esse documento é uma burocracia imposta pela Casa Rosada para administrar o comércio exterior. Funciona como pilar do esquema "uno por uno" criado pelo poderoso secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, pelo qual empresas argentinas só podem gastar um dólar em produtos importados se assumirem o compromisso de exportar outro dólar.

A dificuldade enfrentada pela indústria de calçados reacendeu uma luz de alerta nas exportações à Argentina. "Voltamos a sentir pressões do governo argentino nos últimos 30 a 40 dias", diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados, associação que representa os produtores brasileiros. O secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho, confirma que alguns setores industriais começaram a relatar dificuldades novamente em exportar para a Argentina. Mas Godinho prefere enfatizar o fato de que neste ano tem havido crescimento do comércio entre os dois países. De janeiro a julho, as exportações brasileiras ao país vizinho aumentaram 8,3%. No sentido inverso, as vendas argentinas tiveram alta de 18,2%.

As dificuldades impostas pelo governo argentino para a saída de dólares e a política estatizante tem feito minguar os investimentos brasileiros na Argentina. Neste ano, só sete projetos de investimentos no país foram até agora anunciados, todos de porte pequeno ou médio. No total, o valor desses projetos atinge apenas US$ 303 milhões, nenhum deles de grande porte.

Em vez de entrar na Argentina, as grandes corporações brasileiras saem do país. Em junho, o governo de lá rescindiu os contratos de concessão da América Latina Logística. A Vale suspendeu o projeto Rio Colorado. Em abril, a Deca, também havia deixado o país.

Fonte: Valor

BUENOS AIRES  -  A arrecadação federal cresceu 26,3% na Argentina em 2013, índice que está próximo ao da inflação do país calculado pelas empresas de consultoria econômica , o que indicaria uma estabilidade em termos reais na receita do governo argentino. De acordo com o relatório divulgado por Ricardo Echegaray, diretor da AFIP, autarquia tributária do país, o crescimento mais expressivo se deu nos impostos vinculados à importação de bens, onde houve uma alta de 41,5%.

O imposto relacionado ao comércio e à produção industrial, o IVA, aumentou 30,7% e o equivalente argentino ao imposto de renda, conhecido no país como imposto sobre as ganancias, subiu 32,7%. O maior decréscimo aconteceu em relação ao imposto vinculado a exportações, onde houve uma queda nominal de 9,5%. Na comparação mensal, o aumento da arrecadação em dezembro foi de apenas 22,2%, em relação ao mesmo mês em 2012.

Em comparação com o ano retrasado, a arrecadação argentina perdeu ímpeto. Em 2012, houve um crescimento de receita de 25,8%, semelhante ao nível do ano passado, mas em um contexto de estagnação econômica. As estimativas extra-oficiais apontam para um crescimento econômico negativo de até 1% ou um crescimento da mesma magnitude naquela ocasião. Já em 2013 as consultoras de economia projetam um crescimento econômico em torno de 3%. Em função das suspeitas de manipulação do dado oficial argentino sobre a inflação, também não há uma referência universalmente aceita para o crescimento econômico.

Fonte: Valor
Por Cesar Felício

A queda na produção de petróleo e o recuo dos preços de matérias-primas devem fazer o país ter o primeiro deficit desde 2000 no seu comércio com o resto do mundo. Os exportadores já preveem deficit de US$ 2 bilhões neste ano - o pior resultado em 15 anos.

No fim de 2012, a AEB (que representa exportadores e importadores) previa saldo positivo de US$ 14,6 bilhões, o que já representava queda de 25% em relação a 2012, mas estava longe de um cenário catastrófico.

 

A balança acumula deficit de US$ 3 bilhões no primeiro semestre, o que fez analistas iniciar um ciclo de revisões nas suas estimativas.

Na semana passada, a Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior) reduziu a projeção para o superavit de US$ 13 bilhões para US$ 4,5 bilhões.

Ontem, foi a vez de a AEB rever a estimativa e, diante da continuidade do deficit na primeira quinzena de julho, mais consultorias devem fazê-lo.

O principal motivo para a piora nos números é a balança de petróleo e derivados. A queda na produção reduzirá em 38% a receita com as exportações, enquanto o aumento no consumo elevará a importação de combustíveis em 9%, segundo a AEB.

O aumento na importação de derivados do óleo também é explicado por um artifício contábil da Petrobras, que atrasou o registro de importações de 2012 para este ano.

Rodrigo Branco, economista da Funcex, ainda espera superavit por acreditar em melhor desempenho nas vendas de petróleo nos próximos meses, devido a uma recuperação na produção sinalizada pela Petrobras.

COMMODITIES

O menor preço das matérias-primas, principais produtos exportados, também explica a queda de 5% prevista para as exportações.

"Ainda não vemos retração na quantidade exportada. Mas isso não está descartado e, se ocorrer, provocará uma queda mais forte nos preços", afirma o presidente da AEB, José Augusto de Castro.

A principal preocupação é o minério de ferro (produto mais exportado pelo país) devido à desaceleração da China e ao elevado nível dos estoques globais de aço.

Já a alta na exportação de soja, que teve produção recorde, é apontada por Branco como o principal fator positivo, mas ela deixará de impactar a balança a partir de agosto, com o fim da safra.

Para Felipe Salto, da Tendências, o desempenho dos grãos não foi suficiente para salvar estragos em outras áreas. "As commodities, que normalmente salvam a balança, não compensaram o cenário desastroso do petróleo."

Com o preço das matérias-primas abaixo do previsto, ele reduzirá a previsão de superavit, hoje em US$ 9,5 bilhões.

Os industrializados também não devem compensar as commodities. Embora a queda do real torne esses itens mais competitivos, ela não será suficiente para compensar a demanda retraída nos principais importadores.

Castro, da AEB, lembra que a redução de 30% no superavit comercial da Argentina até maio deve estimular restrições às importações no país.

Fonte: TATIANA FREITAS

BRASÍLIA  -  A balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 3,764 bilhões de janeiro a agosto. Esse é o pior resultado do comércio exterior do Brasil nos oito primeiros meses de um ano desde 1995 , quando o ficou negativo em US$ 4,127 bilhões, segundo série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), iniciada em 1993.

A conta do comércio internacional do país nesse mesmo período não era deficitária desde 1999, quando houve um resultado negativo de US$ 767 milhões.

Uma das explicações para o forte déficit no acumulado do ano é o registro de aproximadamente US$ 4,6 bilhões de importações de petróleo e derivados que ocorreram no fim de 2012, mas que foram registradas apenas no começo do ano.

O desempenho no acumulado de 2013 é bem diferente do verificado em igual período de 2012, quando foi verificado um superávit de US$ 13,149 bilhões.

O déficit dos oito primeiros meses do ano é resultado de quatro meses de resultados negativos: janeiro (US$ 4 bilhões), fevereiro (US$ 1,3 bilhão), abril (US$ 995 milhões) e julho (US$ 1,9 bilhão). A balança comercial foi superavitária nos outros quatro meses: março (US$ 163 milhão), maio (US$ 758 milhões), junho (US$ 2,3 bilhões), e agosto (US$ 1,2 bilhão).

Agosto

Em agosto a balança fechou com superávit de US$ 1,226 bilhão, o menor resultado para o mês desde 2001, quando o saldo positivo foi de US$ 634 milhões.

Na comparação com igual mês do ano passado, quando houve superávit de US$ 3,222 bilhões o saldo do comércio internacional caiu 61,9%

Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Mdic apontam que as vendas de bens nacionais para o exterior somaram US$ 21,425 bilhões em agosto deste ano, ante US$ 22,381 bilhões no mesmo mês de 2012. As importações de agosto alcançaram US$ 20,199 bilhões – acima do valor registrado no mesmo mês do ano passado, de US$ 19,159 bilhões.

A quinta semana de agosto fechou com superávit de apenas US$ 87 milhões.

Fonte: (Thiago Resende e Lucas Marchesini | Valor)

BRASÍLIA - A balança comercial brasileira fechou junho com superávit de US$ 2,394 bilhões, o melhor resultado para o mês desde 2011, quando as exportações superaram as importações em US$ 4,4 bilhões, de acordo com a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Já o semestre foi o pior desde 1995, com déficit de US$ 3 bilhões, afetado por importações de petróleo e derivados ocorridas em 2012, mas registradas no início deste ano.

Em junho, na comparação com igual mês do ano passado, houve um grande avanço no saldo do comércio exterior brasileiro. Junho de 2012 registrou US$ 800 milhões de superávit.

Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Mdic apontam que as vendas de bens nacionais para o exterior somaram US$ 21,227 bilhões em junho deste ano, ante US$ 19,353 bilhões no mesmo mês de 2012. As importações de junho alcançaram US$ 18,833 bilhões, pouco acima do valor registrado no mesmo mês do ano passado, de US$ 18,553 bilhões.

A quarta semana de junho fechou com superávit de US$ 745 milhões, resultado de exportações de US$ 5,100 bilhões e importações de US$ 4,355 bilhões.

Semestre

O saldo do comércio exterior no primeiro semestre do ano foi negativo em US$ 3 bilhões, registrando o pior desempenho para o período desde 1995, quando o déficit foi de US$ 4,2 bilhões. O valor registrado nos primeiros seis meses do ano também foi bem inferior se comparado ao superávit de aproximadamente US$ 7 bilhões, verificado em igual período de 2012.

Um dos fatores desse forte déficit em 2013 foi o registro de importações de petróleo e derivados ocorridas no ano passado, mas que só foram contabilizadas no desempenho do comércio exterior brasileiro nos cinco primeiros meses do ano. Ao todo, foram US$ 4,6 bilhões em compras desses produtos que afetaram a balança comercial somente neste ano.

O déficit de US$ 3 bilhões no primeiro semestre também é resultado de três meses de desempenho negativo: janeiro (US$ 4 bilhões), fevereiro (US$ 1,3 bilhões) e abril (US$ 995 milhões). Em março, a balança comercial foi superavitária em US$ 162 milhões. E o saldo foi positivo em US$ 758 milhões em maio e de US$ 2,394 bilhões em junho.

Sem o efeito das exportações e importações de petróleo e derivados no comércio exterior, o resultado do primeiro semestre seria positivo em US$ 8,976 bilhões.

Fonte: Valor

Por Thiago Resende e Daniel Rittner | Valor

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 383 milhões na segunda semana de dezembro, informou hoje o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

 

Foram US$ 4,896 bilhões em exportações e US$ 4,513 bilhões em importações. No ano, o resultado líquido é superavitário em US$ 15 milhões. Essa é a segunda vez no ano que a balança comercial apresenta um resultado positivo no acumulado de 2013. A primeira vez aconteceu em meados deste ano.

A média diária de US$ 908,4 milhões nas exportações nas duas primeiras semanas de dezembro é 8% inferior à média diária de US$ 987,4 milhões dos embarques realizados em todo o mês de dezembro do ano passado. Essa baixa é explicada pelas menores vendas nas três categorias de produtos: básicos, semimanufaturados e manufaturados.

As exportações de produtos básicos caíram 15,6%, de US$ 464 milhões da média diária de dezembro de 2012 para US$ 391,5 milhões no acumulado deste mês. O resultado foi puxado por algodão em bruto, café em grão, petróleo em bruto, milho em grão, carne de frango e suína, e minério de ferro.

No caso dos semimanufaturados, a média caiu 2,2%, passando de US$ 137 milhões em dezembro de 2012 para US$ 134 milhões no acumulado deste mês. Os melhores desempenhos foram verificados nos seguintes produtos: açúcar em bruto e ouro em forma semimanufaturada.

Já os manufaturados apresentaram baixa de 1,7% na comparação da média diária no acumulado deste mês (US$ 361,1 milhões) com dezembro do ano passado (US$ 367,1 milhões). Esse resultado foi encabeçado pela queda nas vendas de óleos combustíveis, bombas e compressores, açúcar refinado, autopeças, laminados planos, óxidos e hidróxidos de alumínio e pneumáticos.

Na outra ponta, as importações subiram 2,6% nas duas primeiras semanas de dezembro, com média diária de US$ 897,6 milhões, ante US$ 875,3 milhões em todo o mês de dezembro do ano passado.

As maiores altas foram registradas em farmacêuticos (+31,4%), siderúrgicos (+28,9%), aparelhos eletroeletrônicos (+27,1%), plásticos e obras (+23,6%), equipamentos mecânicos (+16,6%) e instrumentos de ótica e precisão (+8,8%).

(Lucas Marchesini | Valor)

Fonte: Valor
Lucas Marchesini

BRASÍLIA  -  A balança comercial brasileira fechou 2013 com superávit de US$ 2,561 bilhões - queda de 86,9% em relação ao ano anterior - em 2012, as exportações superaram as importações em US$ 19,396 bilhões.

O resultado comercial do ano passado foi o pior desde 2001, quando o saldo da balança foi positivo em US$ 2,684 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 2, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

 

Essa é a segunda queda consecutiva no resultado comercial brasileiro, já que, em 2012, houve uma retração de 34,8% em relação a 2011, quando a balança comercial apresentou superávit de US$ 29,793 bilhões.

No ano passado, as vendas de bens para o exterior somaram US$ 242,178 bilhões em 2013, ante US$ 242,577 bilhões em 2012, o que representa queda de 1%. Já as importações alcançaram US$ 239,617 bilhões no ano passado, 6,5% acima do valor registrado no ano anterior, que foi de US$ 223,181 bilhões.

Dezembro

No último mês de 2013, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 2,654 bilhões – alta de 18,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as exportações superaram as importações em US$ 2,243 bilhões.

Fonte: Valor
Por Lucas Marchesini e Leandra Peres | Valor

TÓQUIO - O Banco do Japão decidiu nesta sexta-feira manter, sem qualquer alteração, a política monetária do país, expressando confiança de que a economia japonesa continuará a se recuperar, mesmo com a entrada em vigor, em abril de 2014, da elevação da alíquota de tributação do consumo – a demanda doméstica tem sido um elemento importante da retomada local.

Desde o último mês de abril, o BC japonês tem conduzido uma agressiva expansão da base monetária do país, da ordem de 60 trilhões a 70 trilhões de ienes ao ano, especialmente por meio da aquisição de títulos públicos japoneses – política esta mantida ao final da reunião do conselho do banco nesta sexta-feira.

A decisão do Banco do Japão, em linha com a expectativa de todos os 10 economistas ouvidos por The Wall Street Journal, não foi acompanhada por qualquer referência ao anúncio feito pelo Federal Reserve, na quarta-feira nos Estados Unidos, de que iniciará em janeiro a redução do programa de compras de bônus, com um corte inicial de US$ 10 bilhões ao mês – hoje, o programa americano envolve a aquisição mensal de até US$ 85 bilhões em ativos financeiros.

Ainda nesta sexta-feira, o presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, dará uma entrevista à imprensa, na qual pode comentar a decisão do Fed. “No que diz respeito à perspectiva, a economia do Japão deve prosseguir em moderada recuperação, embora deva ser afetada pela ampliação e subsequente queda da demanda doméstica, antes e depois da elevação do imposto sobre consumo”, avalia  o BC do Japão em comunicado sobre a decisão de política monetária.

Pela primeira vez o aumento do imposto sobre consumo é incluído no comunicado sobre a decisão de política monetária do Banco do Japão, algo que ocorre em meio à intensificação dos rumores de que o BC precisará adotar novas medidas de afrouxamento monetário para proteger a economia local do efeito do aumento de imposto sobre a demanda das famílias japonesas. Ainda assim, o Banco do Japão elevou, levemente, sua perspectiva para o emprego e a renda no país que, na avaliação do BC, continuam a melhorar.

Por Dow Jones Newswires | Valor
Fonte: valor

BERLIM  -  O Banco Central Europeu (BCE), acolheu, na quarta-feira, a Letônia como 18º Estado-membro da União Europeia a adotar o euro como moeda, o que considera "merecido" depois das medidas implementadas pelo país para enfrentar a crise.

"O BCE aplaude a nova expansão da zona do euro", assinalou o presidente do BCE, Mario Draghi, em comunicado.

A Letônia ganhou o seu lugar no conjunto de países que partilham a moeda única e merece fazer parte integral da união monetária dentro da UE, segundo o referido comunicado.

A república báltica entrou oficialmente na zona do euro na quarta-feira, recebendo mensagens de apoio das instituições da UE e passando por cima dos receios que essa inclusão desperta em parte da sua população.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, classificou a entrada de "acontecimento" tanto para o novo Estado-membro como para a própria zona do euro.

Barroso recordou as medidas adotadas pelo país para enfrentar a crise e disse que a adesão à zona do euro é resultado dos "impressionantes esforços e da firme determinação das autoridades e da população da Letônia".

O primeiro dia de 2014 marcou também a entrada da Romênia e da Bulgária na área de livre circulação de pessoas e capitais, conhecida como Espaço Schengen.

Fonte: valor

RIO DE JANEIRO  -  A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o financiamento de R$ 630,5 milhões para o projeto de expansão do Porto de Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. A participação do BNDES é de 90% do valor total do projeto, que soma R$ 700,5 milhões e corresponde à segunda etapa da ampliação do porto.

Segundo comunicado divulgado nesta terça-feira, 7, pelo banco, estão previstas as construções de dois berços de atracação, por meio de ampliação de 600 metros do cais acostável existente no Terminal de Múltiplo Uso; uma retroárea de 69 mil metros quadrados; uma nova ponte de acesso, com 1.520 metros de extensão; alargamento transversal de 33 metros do quebra-mar existente, bem como a execução de obras complementares.

Essas obras, de acordo com o BNDES, permitirão uma expansão planejada das instalações portuárias e um crescimento harmônico das atividades do porto e dos seus níveis de competitividade. Além disso, permitirão o atendimento à demanda da Companhia Siderúrgica do Pecém, que está sendo implantada na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

A movimentação anual de produtos pelo porto, que em 2011 atingiu 3,41 milhões de toneladas, cresceu 22% em 2012, movimentando 4,15 milhões de toneladas. Até 2016, e com a conclusão da obra, estima-se que essa movimentação salte para 45,2 milhões de toneladas e, em 2020, para 83,3 milhões de toneladas.

Com esse novo financiamento, o BNDES totaliza apoio no valor de R$ 1,1 bilhão para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Em 2009, o banco aprovou financiamento de R$ 276 milhões para a implantação do Terminal de Múltiplo Uso, que já está em operação e tem capacidade de movimentação de 500 mil TEUs (unidade correspondente a 1 contêiner de 20 pés) por ano.

No ano seguinte, foi aprovado empréstimo de R$ 120,6 milhões para aquisição e instalação de um sistema de descarga e transporte de granéis sólidos com capacidade operacional de 2.400 toneladas/hora, no Terminal de Insumos e Produtos Siderúrgicos.

Fonte: Valor
Por Elisa Soares

LONDRES -  Os principais mercados europeus fecharam em queda nesta quinta-feira, 2, em um dia de divulgação de alguns dados mais fracos, entre eles um da indústria da China , em um dia de recuos também nas bolsas americanas. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,74%, ou 2,44 pontos, para 325,82 pontos.

Na China, a leitura final do Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC no país caiu de 50,8 pontos em novembro para 50,5 em dezembro. A leitura segue acima de 50 pontos, apontando para expansão da atividade, mas o indicador é apontado como um dos culpados pelo dia de quedas nos mercados.

Nos EUA, o índice de atividade industrial do Instituto para a Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 57,3 pontos em novembro para 57 em dezembro, mas ainda ficou acima da previsão dos analistas, de 56,8. Os gastos com construção subiram 1% em novembro ante outubro, acima da previsão de alta de 0,8%.

Reino Unido

Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,46%, em 6.717,91 pontos. As ações da Aberdeen Asset Management caíam 2%, após a informação de que o Credit Suisse cortou a recomendação das ações, de “outperform” para “neutral”.

Alemanha

A Bolsa de Frankfurt fechou com o índice DAX em queda de 1,6%, aos 9.400,04 pontos, em meio ao declínio das ações americanas. Houve um movimento de realização de lucros, após o DAX ter atingido a máxima histórica de 9.620,93 logo no início dos negócios.

As ações da distribuidora de energia RWE fecharam em baixa de 3,6%, por causa de uma reportagem do jornal Handelsblatt informando que a empresa busca aprovação dos acionistas para um aumento de capital. Um porta-voz do grupo recusou-se a comentar o assunto. A concorrente E.On caiu 2,7%.

França

Em Paris, o CAC-40 caiu 1,6%, para 4.227,28 pontos, em dia de volume baixo e sentindo o impacto dos Índices de Gerentes de Compras mais baixos que o esperado da França e da China.

O PMI industrial francês caiu para 47,0 pontos em dezembro, o menor nível em sete meses, e foi o destaque negativo da zona do euro. Veolia, do setor de energia, caiu 2,2%, prejudicada pelo desempenho da concorrente RWE.

Itália

Em Milão, onde o índice FTSE MIB caiu 0,2%, para 18.930 pontos. O destaque do dia ficou com as ações da Fiat, que subiram 16,4% após a montadora anunciar a compra da fatia de 41,5%, que ainda não possuía da americana Chrysler, por US$ 3,65 bilhões. O preço, segundo um operador local, foi considerado “excepcionalmente bom”.

Fonte: Valor

SÃO PAULO - A piora da produção industrial da zona do euro pressionou os índices acionários da Europa e as principais bolsas da região fecharam em queda nesta quinta-feira. Além disso, os investidores seguem apreensivos com a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), na próxima semana.

Embora os dados que saíram hoje em terreno americano tenham vindo mistos, há certo receio de que o Fed decida reduzir o programa de compra de bônus ainda em dezembro.

Pela manhã, a agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, informou que a produção industrial da zona do euro caiu 1,1% em outubro na comparação com setembro, o maior recuo mensal desde setembro de 2012. A previsão dos analistas consultados pela Dow Jones era de alta de 0,2%.

Nos Estados Unidos, os indicadores divulgados mais cedo vieram mistos. O Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos de seguro-desemprego na semana encerrada em 7 de dezembro recuou 68 mil, para o patamar sazonalmente ajustado de 368 mil. As vendas no varejo, por sua vez, subiram 0,7% em novembro, alta mais acentuada desde junho e ligeiramente acima da projeção de aumento de 0,6%.

Ainda nos EUA, os estoques das empresas avançaram 0,7% em outubro ante setembro, para US$ 1,691 trilhão, de acordo com o Departamento do Comercio. Economistas consultados pela Dow Jones Newswires esperavam alta de 0,3%.

Em Frankfurt, o DAX recuou 0,7% e fechou aos 9.017 pontos. CAC-40, de Paris, teve queda de 0,4% e fechou aos 4.069,12 pontos. Os papéis da Peugeot cederam 7,6%, depois de a fabricante de automóveis anunciar que está assumindo um encargo contábil de 1,1 bilhão de euros, reflexo da debilidade maior que a esperada em seus mercados e de movimentações adversas da taxa de câmbio na Rússia e na América Latina.  Os bancos também estão entre os maiores perdedores do dia. Credit Agricole, Société Générale e BNP Paribas caíram 1,6%, 0,8% e 0,3%, respectivamente.

Stoxx 600 caiu 1%, para 310,24 pontos, o menor nível desde 9 de outubro. Em Londres, FTSE 100 perdeu 1% e fechou aos 6.445,25 pontos. FTSE MIB, de Milão, cedeu 0,94%, para 17.804,87 pontos. Em Madri, o IBEX desvalorizou 0,93%, para 9.272,10 pontos.

Fonte: Valor
Por Ana Cristina Dib | Valor

Europa fez a acusação e estuda abrir um contencioso comercial contra o País na OMC

Depois de meses de acusações de práticas protecionistas, as maiores economias do mundo agora acusam o Brasil de estar dando "apoio proibido" a exportadores nacionais graças a reduções de impostos. Liderados pela Europa, eles pedem que Brasília desmonte seu sistema de incentivos fiscais.

 

Diplomatas estrangeiros admitiram ao Estado que, se o governo brasileiro não der uma resposta, existe o risco de que se abra uma guerra comercial que poderia ter um impacto sobre os investimentos planejados no País até 2017.

A queixa é comandada pela Europa. Mas EUA, Japão, Hong Kong, Canadá e Austrália declararam sua "preocupação" em relação as práticas brasileiras.

Numa reunião ontem na Organização Mundial do Comércio (OMC), a diplomacia da União Europeia alertou que não vai tolerar a manutenção das medidas no Brasil e diz que os incentivos fiscais dados inicialmente apenas ao setor automotivo se transformaram numa política de Estado para toda a indústria nacional.

"A União Europeia está cada vez mais preocupada com o uso do Brasil de impostos indiretos como meio de proteger e promover sua indústria manufatureira, principalmente por uso de condições de conteúdo doméstico", disse a UE na OMC.

Os europeus lembram ter demonstrado sua preocupação no passado em relação ao IPI reduzido para veículos que usem uma quantidade mínima de peças fabricadas no País. Mas agora denunciam o fato de que essa tendência está se espalhando para outros setores e beneficiando não apenas a produção nacional, mas também os exportadores.

A queixa é de que, ao dar incentivos fiscais a alguns setores, o Brasil estaria na prática subsidiando exportações, o que é proibido pela OMC.

Governos dos EUA do Japão e do Canadá demonstram insatisfação. O governo japonês foi um dos mais enfáticos e diz que o Brasil viola pelo menos três artigos das regras internacionais com esses incentivos.

Por enquanto, o tema tem sido tratado em comitês técnicos da OMC. Mas, em conversa com o Estado, diplomatas europeus garantem que Bruxelas já pensa nos próximos passos e um dos cenários será a abertura de um contencioso comercial ainda este ano.

A percepção é de que o Brasil tem ignorado a pressão e ampliado suas medidas. A questão foi levantada pelos países ricos em outubro e novembro de 2011, além de março de 2012. O assunto foi abordado em sabatina sobre política comercial a que o Brasil foi submetido no fim de junho.

Se o questionamento legal ocorrer, europeus acreditam que a política industrial da presidente Dilma Rousseff será colocada em xeque. Se a OMC determinar que se trata de violação das regras internacionais, obrigará o Brasil a retirar os incentivos, o que pode ser desastroso. Isso porque várias empresas de todo o mundo já se inscreveram nos programas e fizeram investimentos no Brasil para se beneficiar desses incentivos fiscais.

Resposta. Segundo o Itamaraty, já foram dadas várias respostas nos últimos meses aos países que questionaram a política de incentivos fiscais. Ontem, os representantes brasileiros insistiram que as medidas têm como meta "racionalizar" o sistema tributário para garantir maior inovação tecnológica e proteção ao meio ambiente.

Os diplomatas alfinetaram o Japão e a UE. Segundo eles, "várias empresas" desses países já estariam se beneficiando das isenções no mercado nacional.

Fonte: JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE
GENEBRA - O Estado de S.Paulo
12 de julho de 2013 | 2h 06

BUENOS AIRES  -  O Brasil tentará estabelecer com a Argentina uma aliança para a “defesa cibernética”, como reação direta às supostas ações de espionagem feitas pela agência de inteligência americana, a NSA, contra o governo brasileiro e a Petrobras.

A convite do governo argentino, o ministro da Defesa, Celso Amorim, foi recebido nesta quinta-feira, 12, pela presidente argentina, Cristina Kirchner, na residência oficial de Olivos. Amorim terá encontros nesta sexta, 13, com o chanceler argentino, Hector Timerman, e o ministro da Defesa, Agustín Rossi, acompanhado do general José Carlos dos Santos, comandante do Centro de Defesa Cibernética do Exército.

“Esta é a mais importante área de defesa no século 21 e nós, ainda, estamos dando os primeiros passos e o que queremos é ter uma ação coordenada, conjunta com a Argentina”, disse Amorim.

Segundo ele, após a divulgação da suposta espionagem “a presidente Dilma Rousseff recomendou interesse redobrado nas questões de defesa”.

O ministro afirmou que houve contatos de segundo escalão entre as áreas dos dois países, para a Argentina conhecer o esquema de defesa cibernética da conferência Rio +20. “Mas aquilo era um amistoso. Esta é a Copa do Mundo”, disse o ministro. Horas antes do encontro com Cristina, Amorim disse desconhecer qual o estágio argentino em defesa cibernética e não comentou sobre o que trataria com a presidente.

Há dois meses, em audiência no Senado, Amorim reconheceu a vulnerabilidade da defesa cibernética brasileira. No mesmo mês, durante a cúpula do Mercosul, em Montevidéu, o chanceler argentino, Hector Timerman, afirmou que o governo do país estava investigando o vazamento de dados de e-mails de cem políticos e personalidades argentinas, entre eles os do vice-presidente, Amado Boudou.

Fonte: Valor
Por César Felício | Valor

BUENOS AIRES  -  O Brasil tentará estabelecer com a Argentina uma aliança para a “defesa cibernética”, como reação direta às supostas ações de espionagem feitas pela agência de inteligência americana, a NSA, contra o governo brasileiro e a Petrobras.

A convite do governo argentino, o ministro da Defesa, Celso Amorim, foi recebido nesta quinta-feira, 12, pela presidente argentina, Cristina Kirchner, na residência oficial de Olivos. Amorim terá encontros nesta sexta, 13, com o chanceler argentino, Hector Timerman, e o ministro da Defesa, Agustín Rossi, acompanhado do general José Carlos dos Santos, comandante do Centro de Defesa Cibernética do Exército.

“Esta é a mais importante área de defesa no século 21 e nós, ainda, estamos dando os primeiros passos e o que queremos é ter uma ação coordenada, conjunta com a Argentina”, disse Amorim.

Segundo ele, após a divulgação da suposta espionagem “a presidente Dilma Rousseff recomendou interesse redobrado nas questões de defesa”.

O ministro afirmou que houve contatos de segundo escalão entre as áreas dos dois países, para a Argentina conhecer o esquema de defesa cibernética da conferência Rio +20. “Mas aquilo era um amistoso. Esta é a Copa do Mundo”, disse o ministro. Horas antes do encontro com Cristina, Amorim disse desconhecer qual o estágio argentino em defesa cibernética e não comentou sobre o que trataria com a presidente.

Há dois meses, em audiência no Senado, Amorim reconheceu a vulnerabilidade da defesa cibernética brasileira. No mesmo mês, durante a cúpula do Mercosul, em Montevidéu, o chanceler argentino, Hector Timerman, afirmou que o governo do país estava investigando o vazamento de dados de e-mails de cem políticos e personalidades argentinas, entre eles os do vice-presidente, Amado Boudou.

Fonte: Valor
Por César Felício

BALI  -  O ministro de Relações Exteriores, Luis Alberto Figueiredo, confia na conclusão hoje do primeiro acordo comercial global em quase duas décadas e diz que o Brasil sai ganhando com o que está sendo acertado.

Para ele, o ganho começa com o acordo de facilitação de comércio, para reduzir procedimentos aduaneiros e custo Brasil. Os brasileiros mencionam estudos internacionais, segundo os quais cada dia de atraso no desembaraço nas aduanas custa 0,8% do valor da mercadoria.

“Tudo o que facilita e torna mais rápido (o comércio) é um ganho”, afirmou o ministro. Figueiredo estima também, ao contrário de analistas do agronegócio, que o Brasil ganha no pilar agrícola acertado em Bali.

“Ganhamos na administração de cotas tarifárias”, acredita ele, fazendo referência ao mecanismo para levar os países a realmente preencher as cotas de importação de produtos agrícolas.

Além disso, ele avalia que o Brasil tem benefícios com a solução definitiva de segurança alimentar trazida pela Índia. “Isso dá tranquilidade a exportadores de commodities, como nós. A solução que está sendo encontrada nos atende plenamente”, afirmou.

Segundo o ministro, é um ganho real para o Brasil “ter a certeza de que os estoques de alimentos que um país faz por razões de segurança alimentar não sejam desovados no comércio internacional e, portanto, não deprimam os preços das commodities”.

Figueiredo destaca o programa de trabalho pós-Bali na Organização Mundial do Comércio (OMC). “A agricultura deverá estar no centro, para corrigir distorções”, disse. Ficará acertado um prazo para definir a agenda de negociações, que continuarão em Genebra.

Fonte: Valor
Por Assis Moreira

A exportação acompanha o ritmo da produção brasileira de algodão, que ora cresce, ora cai. Nesta temporada 2012/13, colhida em maio e que começou a ser embarcada em julho, o volume exportado caiu pela metade em relação ao registrado no mesmo período (entre julho e novembro) do ano passado. A área de algodão sofre concorrência do milho, cuja rentabilidade superou a do algodão no ciclo. Na próxima safra, o plantio e a exportação da pluma brasileira devem se recuperar, diante da menor rentabilidade do milho.

 

As exportações brasileiras da pluma no ano comercial 2012/13 não devem superar 400 mil toneladas, bem abaixo das 955 mil toneladas de 2011/12. O Brasil perde espaço no mercado internacional. Na safra 2010/11, havia superado a Austrália como terceiro maior exportador mundial de algodão, com 1 milhão de toneladas embarcadas, mas perdeu o posto nas safras seguintes diante da oscilação da colheita interna.

Fonte: Valor

GENEBRA - O Brasil ampliou para quatro os questionamentos contra barreiras às exportações de carnes que fará no Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS, na sigla em inglês) da Organização Mundial do Comércio (OMC), nesta quarta e quinta-feira.

A delegação brasileira vai questionar também a Indonésia por barreiras contra a entrada do frango brasileiro. O setor privado quer inclusive que o governo vá além e acione os mecanismos de disputa da OMC contra os indonésios, mas uma decisão ainda não foi tomada pelo Itamaraty.

Além disso, o país vai alvejar a China, o Japão e a Africa do Sul, com  “preocupações comerciais” por causa da interdição da entrada de carne bovina brasileira nesses mercados. Esses parceiros comerciais usam como argumento  para a proibição o caso não clássico da doença da “vaca louca” detectado no Paraná.

O Comitê de SPS, que se reúne periodicamente, é o local na OMC para examinar até que ponto medidas sanitárias rigorosas, para garantir produtos alimentares seguros ao consumidor, servem de pretexto à proteção dos produtores locais.

No caso da carne bovina,  o problema é  a manutenção da proibição às importações de carne bovina brasileira em virtude da confirmação da presença do agente causador da EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), mais conhecida como a doença da vaca louca, em uma fêmea que morreu em 2010 em uma fazenda em Sertanópolis (PR).

No começo deste ano o Brasil conseguiu manter o status de “país de risco insignificante” de doença de vaca louca, dado pelo comitê científico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês).

O comitê também afirmou que a identificação do caso único de doença da vaca louca não colocava em risco a saúde animal ou dos consumidores dos parceiros do Brasil, especialmente porque o animal no Paraná foi abatido e nenhuma parte dele entrou na cadeia alimentar. Ainda assim, o embargo continua.

Por Assis Moreira
FONTE: VALOR

BRASÍLIA  -  O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou quatro companhias aéreas – American Airlines, ABSA Aerolíneas Brasileiras, Varig Log e Alitalia – por formação de cartel no segmento de transporte aéreo de cargas. Funcionários das empresas também foram penalizados pela prática. As multas somam quase R$ 300 milhões.

O julgamento se estendeu por cerca de cinco horas na sessão desta quarta-feira.

A investigação começou após a Lufthansa, que participou da irregularidade, ter denunciado o acordo entre as companhias. Conforme antecipou ontem o Valor PRO, o órgão de defesa da concorrência, ao analisar o caso, impôs condenações, mas também absolveu algumas empresas.

A acusação contra a United Airlines foi arquivada, por falta de provas da participação dela no cartel. Por ter delatado o esquema, a Lufthansa ficou livre da penalização. O mesmo aconteceu com a Swiss Airlines, que também colaborou com as investigações.

O presidente do Cade, Vinícius Carvalho, destacou a importância da política de leniência – acordo em que participantes de prática anticoncorrencial confessam participação, colaboram e, em troca, obtêm benefícios penais – para combater cartéis. “A gente percebe o quão importante foi para o leniente ter feito o acordo”, disse, ressaltando o alto valor das multas.

As companhias aéreas Air France e KLM já tinham confessado a ilegalidade e assinaram um acordo com o Cade no começo do ano, pagando R$ 14 milhões para encerrar o processo.

De acordo com as investigações, as empresas trocaram informações entre si para definir reajustes de uma taxa adicional cobrada pelo custo do combustível no transporte de carga autorizados pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), órgão regulador que antecedeu a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Como a cobrança é relevante para o preço final do serviço de frete, as companhias perceberam a importância de combinar, além do valor, a data do aumento dessa taxa, segundo a extinta Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, ao concluir que o cartel operou de 2003 a 2005. As empresas aéreas usaram o valor máximo permitido pelo DAC.

No voto, o relator do caso, Ricardo Ruiz, afirmou que a Varig Log “teve participação ampla” no cartel. A companhia foi multada em R$ 145 milhões – a maior entre as empresas condenadas.

A ABSA recebeu uma pena de R$ 114 milhões, seguida pela American Airlines (R$ 26 milhões) e Alitali a (R$ 4 milhões). Esses valores consideraram o faturamento das empresas.

Para calcular as multas aplicadas a funcionários e diretores das empresas, o órgão de defesa da concorrência considerou o cargo de cada pessoa. Nesses casos, as penas variaram de R$ 74 mil a R$ 2,3 milhões. Os montantes serão destinados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), que usa os recursos em projetos de defesa do consumidor e ambientais, por exemplo.

Outra determinação é que as empresas condenadas publiquem e informem sobre a condenação da prática de cartel.

O cartel das companhias de transporte de cargas também foi investigado pelas autoridades antitruste dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália, da África do Sul e da União Europeia. Nos Estados Unidos, a KLM e a Air France pagaram US$ 350 milhões para encerrar o processo.

Fonte: (Thiago Resende e Juliano Basile | Valor)

A instabilidade política no Egito provocou um declínio das exportações brasileiras ao país árabe nos três últimos meses. Carnes, cereais e principalmente açúcar foram os produtos que mais sofreram contração da demanda egípcia, que caiu 35% entre maio e julho na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento , Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O aumento nos custos de seguros e frete e a atividade menor dos importadores ajudam a explicar o recuo. Nos primeiros quatro meses do ano, a demanda repetiu a de 2012, com queda de apenas 0,5% no valor dos embarques.

 

Fonte: Valor

A melhora do resultado do setor de petróleo, a desvalorização cambial, a manutenção do patamar de exportações e a estabilização do crescimento das importações deve fazer com que o Brasil tenha, em 2014 , um resultado melhor do que o do ano passado no comércio exterior.

De acordo com a média de 14 economistas ouvidos pelo Valor Data, a previsão é que neste ano a balança comercial registre superávit de US$ 9,8 bilhões, abaixo da média dos últimos anos, mas melhor do que 2013, que registrou superávit de US$ 2,5 bilhões de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A média de analistas mais especializados em comércio exterior ouvidos pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, apresenta superávit um pouco mais baixo, de US$ 8 bilhões. Há, contudo, quem destoe e veja déficit comercial em 2014.

Para Rodrigo Branco, pesquisador do Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento da UERJ (CEDES/UERJ), a maior desvalorização do real frente ao dólar e a recuperação na exportação de petróleo devem contribuir para um superávit entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões em 2014. Segundo ele, um dólar médio mais alto que o atual deve fazer com que as importações percam ritmo. Ao mesmo tempo, a produção de petróleo deve ser restabelecida, o que vai propiciar uma melhora na balança do produto e seus derivados.

Em 2013, contando os registros atrasados do relativos ao ano anterior, a balança de petróleo e derivados registrou déficit de cerca de US$ 20 bilhões segundo o Mdic. Para este ano está sendo esperada uma diminuição substancial desse saldo negativo por Lia Valls, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV). "A balança total terá superávit de US$ 8 bilhões, ajudada em grande parte pelo aumento da produção de petróleo", avalia.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima superávit de US$ 7,2 bilhões, resultado de exportações de US$ 239 bilhões (semelhante ao de 2013) e de importações de US$ 231,8 bilhões. Em parte, a estabilidade nas vendas externas virá de preços menores. Nas estimativas da AEB, o preço médio do minério de ferro deve cair de 3% a 5% neste ano, em comparação aos preços médios do ano passado. Na soja, o recuo deve ser maior, de cerca de 8%. José Augusto de Castro, presidente da associação, avalia que a produção de soja brasileira deve ser maior este ano, mas as safras dos Estados Unidos e da Argentina também devem ter bom desempenho. "Haverá grande oferta do grão e os preços devem cair." Em termos de volume, porém, diz Castro, a demanda da China por minério de ferro e soja deverá se manter estável.

A previsão da Tendências Consultoria também é de um saldo positivo de US$ 8 bilhões, mas ele vira de um crescimento das exportações para US$ 248 bilhões (4%) e importações quase estáveis, em US$ 240 bilhões, com o saldo positivo tendo maior impacto via solidificação da desvalorização cambial observada ao longo de 2013. "O cenário de crescimento doméstico fraco para o ano que vem, de 2%, não vai favorecer o incremento das compras externas", afirma o economista Silvio Campos Neto.

Em parte, o resultado da balança comercial do último trimestre de 2013 já refletiu uma mudança no ritmo das importações e exportações. As importações, que cresceram 8,7% até setembro, aumentaram 3,6% no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2012. Já as exportações, que recuaram 1,6% até setembro, fecharam o último trimestre com crescimento de 4,1%.

Ricardo Markwald, diretor-geral da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), diz que a evolução um pouco mais favorável da economia mundial e o crescimento doméstico mais modesto vai ajudar a estabilizar o nível de importações e manter a demanda e os preços das commodities que o Brasil vende.

Na avaliação do governo, as exportações serão ajudadas, de novo, pelas plataformas e, também, pela produção de petróleo. Daniel Godinho, secretário de Comércio Exterior do Mdic, acredita na melhora na conta petróleo em 2014. Ele aguarda também um câmbio mais favorável em 2014 com "uma média maior do que a de 2013 e mais estabilidade, o que é muito bom para o exportador".

Por outro lado, o MDIC teme neste ano "uma acomodação de preços de commodities agrícolas em patamares inferiores aos de 2013" e as "incertezas sobre o nível de recuperação das economias americana e da zona do euro".

A preocupação de Godinho é a principal razão para a voz discordante em relação à perspectiva de saldo positivo para o comércio exterior neste ano. A GO Associados espera déficit de até US$ 5 bilhões e Fabio Silveira, diretor de pesquisa econômica da consultoria, justifica essa projeção pela perspectiva de queda dos preços das commodities, especialmente da soja.

Minério de ferro e produtos siderúrgicos também vão render menos à balança, que vai registrar ampliação do déficit do setor químico, que foi de cerca de US$ 46 bilhões no ano passado. "Como os preços das commodities estavam altos nos últimos anos, há um aumento da produção com estabilização da oferta. Esse é um fenômeno cíclico que começa a acontecer em 2014", diz Silveira. (Colaboraram Lucas Marchesini e Leandra Peres, de Brasília)

Fonte: Valor
Por Rodrigo Pedroso e Marta Watanabe | De São Paulo

A cotação do dólar em torno de R$ 2,20 não atrapalha as exportações brasileiras, disse ontem o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. "O real mais desvalorizado ajuda mais, mas não acho que haja prejuízo para nossas exportações com o dólar em R$ 2,18, R$ 2,20."

Depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ter anunciado a decisão de manter inalterado seu programa de estímulo monetário na quarta-feira, o dólar recuou para patamar próximo ao citado pelo ministro.

"O câmbio é flutuante, vamos esperar flutuar mais um pouquinho", disse Pimentel. Sobre o comentário feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou ontem que o dólar por volta de R$ 2,40 estava "em um patamar exagerado", Pimentel respondeu: "É a opinião do ministro. A gente tem que respeitar".

Em relação à volatilidade dos mercados financeiros, Pimentel disse que esse movimento ocorre em todo o mundo e que o Brasil é um país atraente para capital estrangeiro, tanto pelos recursos naturais, como pela mão de obra, além do bom desempenho em concessões e emissões de títulos.

O ministro afirmou ainda que, dentro de 10 a 15 dias, deve haver nova reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), para discutir a proposta de acordo comercial do país com a União Europeia. Segundo ele, a proposta ainda está em discussão.

Fonte: Valor
Por Thiago Resende | De Brasília

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) vai fechar, até o fim de setembro, uma posição brasileira para a negociação de um acordo bilateral de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro decidiu seguir adiante nas discussões após consultas com o empresariado, que apoia as tratativas com os europeus.

Autoridades do Itamaraty ponderam que não existem conversas entre o Brasil e a União Europeia, mas sim negociações entre o Mercosul e o Velho Continente. Uma vez fechada a posição brasileira na Camex, ela será levada à discussão com os demais sócios do Mercosul para fechar uma proposta conjunta.

Ontem o jornal britânico "Financial Times" publicou em sua página na internet reportagem com declarações do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, indicando que o Brasil poderia negociar em separado com a União Europeia. "Há condições objetivas que criam fortes incentivos para um avanço na frente Mercosul-União Europeia", afirmou o ministro, segundo a reportagem. Mas ele também afirmou, segundo o jornal, que existe ainda "a antecipação de que cada membro do Mercosul poderá negociar em diferentes velocidades." Ontem, a assessoria de imprensa do Itamaraty esclareceu que tal declaração não significa que haverá negociações separadas. "Não existem negociações para um acordo do Brasil com a União Europeia, e sim do Mercosul com a União Europeia."

Uma fonte do Itamaraty explicou que, para acomodar diferentes interesses e situações dentro do Mercosul, uma possibilidade sempre possível é adotar diferentes velocidades de implementação desse eventual acordo com os europeus em cada um dos países do bloco da América do Sul. Mas isso é diferente de negociar em separado, algo que está fora dos planos brasileiros. As regras do Mercosul já garantem espaço para essa implantação "modular" de um eventual acordo em seu arcabouço atual, dentro de mecanismos já existentes como, por exemplo, a lista de exceção da Tarifa Externa Comum (TEC).

O interesse em um acordo de livre comércio com a União Europeia ganha maior relevância depois que o Brasil foi reclassificado pela União Europeia como um país de renda média alta, o que significa a perda de acesso privilegiado, sem pagamento de tarifas, ao mercado europeu dentro de uma lista de produtos do Sistema Generalizado de Preferências (SGP) a partir do ano que vem. "Foi uma luz vermelha", afirma a fonte do Itamaraty.

Um aspecto a ponderar, porém, é que esse mecanismo de preferência beneficia os dois lados - o Brasil e a União Europeia. Por isso, há interesses mútuo de achar um substituto num acordo de livre comércio. Muitas filiais no Brasil de empresas europeias que exportam para seus países de origem usando o SGP.

Outro fator que confere maior prioridade ao acordo com os europeus é o impasse na agenda global de liberalização comercial, que fez alguns países optarem pela negociação de acordos bilaterais. O entendimento de negociadores brasileiros é que, por si só, acordos bilaterais não garantem aumento da corrente de comércio. Mas alguns dos acordos bilaterais fechados acabam por se constituir em num "desvio de comércio" do Brasil para outras economias.

Há firme interesse do Brasil num acordo com os europeus, mas sem abrir mão dos compromissos com os demais sócios do Mercosul. "O Brasil tem uma parceria estratégica com o Mercosul", afirma a fonte. Os vizinhos sul-americanos são importantes para a industria brasileira, dado o seu atual estágio de competitividade. Além disso, o peso econômico do Mercosul, na visão brasileira, também aumenta o poder de barganha nas negociações com os europeus, pois a soma dos países do bloco representa um mercado bem maior. O avanço das negociações, porém, vão depender, mais uma vez, da disposição dos europeus de abrir seus mercados para as exportações agrícolas brasileiras.

Fonte: Valor On Line

Brasília – A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior decidiu hoje (16) prorrogar o prazo para a importação de 2 milhões de toneladas de trigo com alíquota zerada. A autorização, que valeria até 31 de julho, vigorará até 31 de agosto. A desoneração visa a evitar o desabastecimento do produto e conter a elevação do preço da farinha no Brasil.

Os importadores interessados em trazer o produto para o país com alíquota zero devem completar os trâmites até 1° de agosto. Do contrário, a cota com o benefício será redistribuída a outros importadores. Segundo a assessoria de comunicação do ministério, a medida visa a garantir que o trigo subsidiado chegue ao Brasil. A alíquota normal para o produto é 10%.

Por questões climáticas, houve quebra de safra no Brasil e nos principais fornecedores de trigo, como Argentina. Por isso, o governo decidiu desonerar a importação de uma cota de 2 milhões de toneladas de trigo originário de países que não pertencem ao Mercosul, formado por Argentina, pelo Uruguai, pela Venezuela, pelo Brasil e Paraguai, que no momento está suspenso.

Brasília (24 de junho) – A Câmara de Comércio Exterior (Camex) concedeu redução de Imposto de Importação de 14% e 16% para 2%, até 31/12/2014, para 193 máquinas e equipamentos industriais sem produção no Brasil.

A redução, sob o regime de ex-tarifário, visa incentivar investimentos, possibilitar o aumento da inovação tecnológica e gerar empregos em diferentes segmentos da economia.

A redução de alíquotas entrou hoje em vigor com a publicação da Resolução Camex n°46/2013, com a lista de 182 ex-tarifários para bens de capital (165 novos e 17 renovações) e da Resolução Camex n°45/2013, com 11 novos ex-tarifários para bens de informática e telecomunicação. Com a publicação das duas novas Resoluções Camex, o número de ex-tarifários concedidos este ano chega a 1.710.

Os investimentos globais e os investimentos relativos às importações de equipamentos vinculados aos ex-tarifários publicados hoje, são, respectivamente, de US$ 894 milhões e US$ 492 milhões. Os principais setores contemplados em relação aos investimentos globais, são os de construção civil (29,36%); de telecomunicações (18,28%); de serviços (10,87%); alimentício (7,00%); de mineração (4,49%); e o automotivo (4,42%).Os equipamentos beneficiados com a redução de alíquotas serão importados principalmente da China (31,92%); dos Estados Unidos (26,89%); da Itália (11,17%);da Alemanha (11,11%); e da Holanda (7,78%).

Entre os projetos beneficiados, destacam-se a implantação de uma indústria com capacidade para produzir inicialmente 750 mil toneladas por ano de cimento tipo Portland, no Paraná; e os investimentos na fabricação de 1 milhão de unidades por mês de telefones celulares e smartphones, em São Paulo; na prestação de serviços para exploração de petróleo e gás, no Rio de Janeiro; e para aumentar o beneficiamento e exportação de minério de ferro em Minas Gerais.

Fonte: Camex

Foi publicada hoje, no Diário Oficial da União (DOU), a Resolução n° 60/2013 da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que reduz temporariamente o Imposto de Importação de seis produtos, por razões de desabastecimento. As tarifas foram reduzidas para 2%, de acordo com as descrições dos destaques tarifários, quotas e prazos abaixo especificados:

NCM Descrição Quota Prazo

Nível ordinário da Tarifa Externa Comum

0404.10.00

Soro de leite, modificado ou não, mesmo concentrado ou adicionado de açúcar ou de outros edulcorantes

Ex 001 – Soro de leite em pó com concentração protéica compreendida entre 27,5 e 30 g/100 gramas e grau de desmineralização igual ou superior a 98%.

2.000 toneladas 12 meses 28%

5402.46.00 Outros, de poliésteres, parcialmente orientados 40.400 toneladas até 17 de janeiro de 2014 18%

7306.30.00 Outros, soldados, de seção circular, de ferro ou aço não ligado

Ex 001 – Tubos soldados, de aço carbono, de diâmetro externo maior ou igual a 17,20 mm e menor ou igual a 88,90 mm, de espessura de parede maior ou igual a 2,00 mm e menor ou igual a 10,00 mm, com cordão de solda interna removido, tendo como base a norma EN 10210-1/2. 5.000 toneladas 12 meses 14%

7306.30.00 Outros, soldados, de seção circular, de ferro ou aço não ligado

Ex 002 – Tubos soldados em aço carbono, de diâmetro externo maior ou igual a 60,30 mm e menor ou igual a 193,70 mm, de espessura de parede maior oi igual a 6,80 mm e menor ou igual a 9,70 mm, com cordão de solda interna removido, tendo com base a norma EN 10305-3. 8.000 toneladas 12 meses 14%

7607.11.90 Outras

Ex 001 – Folhas e tiras, de alumínio, de espessura não superior a 0,2 mm, com clad. 563 toneladas 12 meses 20%

7606.12.90 Outras

Ex 001 – Chapas e tiras de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm, com clad.

563 toneladas 12 meses 20%

O soro de leite em pó, código 0404.10.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), é um subproduto resultante da desidratação de soro proveniente da fabricação de queijos. O soro de leite em pó desmineralizado é um dos principais componentes das fórmulas infantis próprias para lactentes (zero a 12 meses), as quais funcionam como complemento ou substituto adequado na insuficiência ou impossibilidade do aleitamento materno.

O Fio Parcialmente Orientado – POY, código 5402.46.00 da NCM, é um filamento intermediário, utilizado como matéria-prima para a produção do filamento de poliéster. Os tubos de aço carbono, código 7306.30.00 da NCM, são utilizados para trefilação e têm como destino a cadeia produtiva dos setores de cilindros hidráulicos e automotivo (amortecedores de carro, barras de proteção de portas de veículos e cardas de tração de veículos).

As folhas, chapas e tiras de alumínio (códigos 7606.12.90 e 7607.11.90 da NCM) simplesmente laminadas com tratamento químico CLAD são utilizadas como matéria-prima em folhas quadradas ou retangulares, em tiras retangulares e em bobinas, próprias para a fabricação de tubos, aletas e outros componentes que são utilizados na fabricação de condensadores e radiadores veiculares.

As alterações da alíquota do Imposto de Importação estão previstas na Resolução GMC nº 08/2008, do Grupo Mercado Comum, que autoriza a redução do imposto de importação em caso de desabastecimento temporário.

jul 31, 2013

NA PRIMEIRA RESOLUÇÃO, A CAMEX ALTERA PARA 2% AS ALÍQUOTAS DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO PARA OS BENS DE INFORMÁTICA E TELECOMUNICAÇÃO.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a redução do imposto de importação para 15 bens de informática e telecomunicação e outros 289 bens de capital, todos na condição de ex-tarifários. A decisão consta de duas Resoluções, publicadas no Diário Oficial da União deesta terça-feira, 17. (FOTO: GETTY IMAGES)

Na primeira resolução, a Camex altera para 2% as alíquotas do imposto de importação para os bens de informática e telecomunicação, até 31 de dezembro de 2014. Em outro ato, as alíquotas do Imposto de Importação incidentes sobre bens de capital foram alteradas para 2% e 0%. São 288 itens que passarão a ter alíquota de 2% do imposto de importação, também até 31 de dezembro de 2014.

Além disso, a Camex reduziu para 0% a alíquota do imposto de importação incidente sobre combinações de máquinas, de aplicação exclusivamente ferroviária, para locomotivas diesel-elétricas com potência bruta superior a 4.400 CV. Nesse caso, a nova alíquota tem validade até 31 de julho de 2014. A resolução faz ainda algumas alterações em ex-tarifários que já estavam em vigor.

Pelo regime de ex-tarifário, há redução temporária da alíquota do imposto de importação dos bens de capital ou bens de informática e telecomunicação na Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, quando não houver a produção nacional.

O mercado mundial de petróleo alcançará um marco no mês que vem, quando a China ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o maior importador mundial líquido de petróleo, se as projeções da Divisão de Informações sobre Energia, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, estiverem corretas.

A mudança chama a atenção para a mudança das relações internacionais impulsionada pelo persistente crescimento das importações de petróleo da China e pela queda vertical das compras externas do produto pelos EUA. A Agência Internacional de Energia (AIE), o órgão de monitoramento do mercado que assessora os países ricos, projeta que as importações americanas de petróleo do Oriente Médio vão cair de 1,9 milhão de barris/dia em 2011 para apenas 100 mil b/d em 2035.

No mesmo período, as importações chinesas do petróleo da região deverão aumentar de 2,9 milhões de b/d para 6,7 milhões de b/d, segundo as projeções.

Com um ritmo de desenvolvimento inferior às esperanças anteriores em torno do petróleo de xisto, a autossuficiência da China energética ainda está muito distante. Alguns anos atrás, as discussões sobre o crescimento acelerado da demanda da China por produtos energéticos sempre foram pautadas pela crescente competição - ou mesmo pelo potencial conflito - com os EUA para garantir acesso aos escassos volumes do produto.

Mas Carlos Pascual, o representante especial do Departamento de Estado dos EUA para questões energéticas internacionais, argumenta que é do interesse americano que a China consiga suprir suas necessidades por energia e deixe de causar a disparada dos preços do petróleo. "A capacidade da China de atender à sua própria demanda será um importante fator controlador dos preços mundiais", diz ele.

Erica Downs, do Brookings Institution de Washington, argumenta que a demanda chinesa por energia pode também trazer vantagens. A China pode estar preparada para desempenhar um papel maior na salvaguarda dos fluxos mundiais de petróleo, diz ela.

Preocupações com segurança energética "podem obrigar Pequim a desempenhar um papel mais relevante na neutralização de uma ameaça ao livre fluxo de petróleo procedente do golfo Pérsico: o fechamento do estreito de Ormuz pelo Irã".

No entanto, a possibilidade de os Estados Unidos e outros países ficarem satisfeitos com uma frota naval chinesa estacionada no golfo são outros quinhentos, diz Michael Levi, do Conselho sobre Relações Exteriores. "Na prática, duvido que muitos formuladores americanos de políticas públicas gostarão da ideia de a China policiar as rotas marítimas regulares do Oriente Médio à Ásia", diz ele. "E tenho certeza de que o Japão não gostará." (EC)

Fonte: Valor
Por Financial Times

SÃO PAULO  -  A China e a União Europeia fecharam um acordo de troca de moedas de 350 bilhões de yuans, ou 45 bilhões de euros. A iniciativa representa um passo importante no processo de internacionalização da moeda chinesa, destacou a agência de notícias Xinhua.

O acordo foi acertado entre o banco central chinês e o europeu e visa apoiar o comércio bilateral e proteger a estabilidade financeira, conforme comunicado da autoridade monetária da China.

O acerto tem duração de três anos e pode ser estendido.

FONTE: VALOR

Confrontada comercialmente com diversos países, a Argentina abre espaço para a China em sua economia. Mesmo com as exportações ao país asiático estancadas há quatro anos, as importações argentinas cresceram 64% entre 2010 e 2013 , puxadas por encomendas oficiais de bens de capital, e uma empreiteira chinesa, a Gezhouba, que derrotou empresas brasileiras na licitação da principal obra pública do país, a construção de um complexo de duas usinas hidrelétricas por US$ 4 bilhões na província de Santa Cruz.

Na semana passada, o governo argentino anunciou a compra de 1.060 vagões e 111 locomotoras chinesas para renovar as linhas Mitre e Sarmiento, recentemente estatizadas. A importação, dividida em três etapas, deverá envolver um investimento de US$ 976 milhões. O material será entregue em 2014.

Tanto no caso da obra pública quanto nas importações, a chave para o avanço chinês é o financiamento. "São linhas de crédito mais baratas e concedidas com mais facilidade, algo essencial para a Argentina, com avaliação de crédito afetada no exterior pelos processos que enfrenta no Banco Mundial, no FMI, na Justiça dos Estados Unidos e na OMC", disse o economista Marcelo Elizondo, da consultora de comércio exterior DNI.

Sem recursos próprios para tocar obras e investir, o governo argentino tem dado preferência nos contratos para os parceiros que banquem as obras ou aquisições de equipamentos. No caso da hidrelétrica, o governo argentino anulou em 2011 uma licitação que havia sido ganha por um consórcio integrado pela brasileira Camargo Corrêa, em que o financiamento próprio equivalia a apenas 12% do total. A proposta do consórcio liderado pela Gezhouba garantiu financiar 100% da obra.

O modelo tende a ser replicado na construção de duas usinas térmicas na província de Buenos Aires, que devem ser licitadas em breve. "A China avançar em todas as áreas em que a Argentina tem grandes problemas para obter financiamento. Falamos de energia, mineração e infraestrutura", afirmou Ernesto Fernandez Taboada, diretor da Câmara de Comércio Sino-Argentina, a Argenchina.

Ainda em 2010, os chineses entraram no setor de petróleo, ao comprarem por 50% da Bridas, empresa da família Bulgheroni, por US$ 3,1 bilhões. A Bridas é sócia minoritária da British Petroleum na Pan American Energy (PAE) e a família Bulgheroni havia tentado, sem sucesso, adquirir o controle da petroleira. Associada à chinesa CNOOC em partes iguais, a Bridas comprou a rede de distribuição e a refinaria da Esso, em um investimento de US$ 850 milhões.

Em 2011, a chinesa Sinopec comprou a filial argentina da Occidental Petroleum. No fim do ano passado, a Bridas fez um acordo para investimento de US$ 1,5 bilhão, em conjunto com a estatal YPF, para o desenvolvimento do campo de óleo e gás não convencional de Vaca Muerta. Mas a participação chinesa no empreendimento ainda é negociada.

As relações comerciais entre a Argentina e a China haviam sofrido um solavanco em 2009, quando o governo chinês restringiu as compras de óleo de soja, em retaliação pelas barreiras argentinas a bens de consumo de origem chinesa. Desde então, as exportações argentinas não se recuperaram completamente, embora a restrição ao óleo de soja já tenha sido eliminada. "Neste meio tempo a China desenvolveu sua própria indústria de esmagamento e diversificou seus fornecedores, com a compra de grãos do Brasil", comentou o economista Alejandro Ovando, da consultora IES.

Em 2010, de janeiro a agosto, a Argentina registrou um superávit de US$ 318 milhões, em sua relação com a China. Este ano, até o mês passado, o déficit com o país asiático estava em US$ 3,04 bilhões. As compras de bens de capital crescem este ano, mas em termos proporcionais o que mais aumentou foram as compras de partes e acessórios de telefonia celular, microprocessadores e televisores. "A Argentina deixou de comprar o produto final brasileiro para fazer a montagem nacionalmente, trazendo peças produzidas na China", disse Ovando. As importações argentinas de peças e acessórios de origem chinesa passaram de US$ 905 milhões de janeiro a agosto de 2010 para US$ 2,6 bilhões no mesmo período este ano.

As exportações argentinas para a China somaram US$ 4,3 bilhões este ano, sendo US$ 3,8 bilhões do complexo soja. A tendência da primarização da balança deve se aprofundar a curto prazo: no começo deste mês, chegou à China o primeiro carregamento de milho argentino, um embarque de 60 toneladas feito pela Bunge.

Na relação entre os dois países, há outra assimetria, além do desequilíbrio da balança: a China é o segundo maior parceiro comercial da Argentina, enquanto os argentinos estão apenas no sexto posto em importância para o comércio chinês com a América Latina, atrás de Brasil, México, Chile, Venezuela e Panamá. Um intercâmbio de swap de reservas de US$ 10 bilhões, assinado em 2009, expirou este ano sem ser usado. "Como a Argentina exporta commodities, não tem como fazer o intercâmbio com a China recebendo em moeda chinesa", disse o especialista Jorge Castro, da consultoria IPE. "Em termos financeiros, o acordo não resolve o problema central da Argentina, que é de recompor reservas monetárias", disse Gustavo Girado, da ONG Asia Y Argentina.

Fonte: Valor
Por Cesar Felício | De Buenos Aires

NOVA ORLEANS  -  A China deve parar de comprar algodão para sua reservas públicas em agosto, disse Jarral Neeper, presidente da Calcot, durante a conferência do Conselho Nacinal de Algodão. Isso significa que a importação da pluma pelo país asiático “vai cair severamente” na próxima estação.

Neeper projeta que a queda nas importações será de 45% aproximadamente, para 1,30 milhão de toneladas, durante a temporada 2014/15, que começa em agosto.

A China quintuplicou seus estoques públicos de algodão nos últimos dois anos, como forma de garantir o fornecimento estável de suas usinas. Essa política encorajou agricultores de todo o mundo a produzir mais algodão. Entretanto, o ministro das finanças chineses disse, em dezembro, que o governo planeja substituir a política de estoque por pagamentos diretos aos agricultores como forma de incentivar a produção.

O fim da política de estoques da China vai adicionar uma quantidade enorme de algodão no mercado mundial. Neeper disse “vamos ver o mercado de algodão livre pela primeira vez em longo tempo e isso deve fazer os preços caírem”.

O executivo estima que as reservas públicas da China fiquem próximas a 9,27 milhões de toneladas no final da safra atual. Esse número deve cair 30% com a paralisação da política de compras do Estado chinês.

A Associação Nacional de Algodão da China divulgou, no sábado, que 5 milhões de toneladas estavam em estoque no país até o último dia 3.

Neeper disse que a falta de compras pelo governo vai fazer os produtores chineses plantarem menos algodão na próxima temporada, já que os preços domésticos tendem a cair sem o apoio estatal. Ele estimou que a área dedicada à fibra cairá até 20% em 2014/15.

A associação divulgou também em seu website que a área de plantio de algodão na China cairá pela terceira vez consecutiva em 2014, 9%, para 4,2 milhões de hectares.

"Eu acredito que passaremos muito tempo negociando o algodão entre 76 e 88 centavos de dólar no resto da temporada atual, disse Neeper. Quando os preços sobem para 84 ou 85 centavos de dólar por libra o interesse das fábricas para comprar algodão começa a cair dramaticamente", disse ele. Ontem, o contrato mais negociado da pluma na bolsa de Nova York encerrou a sessão em alta de 1,24%, a 84,67 centavos de dólar por libra-peso.

Fonte: Valor
Por Dow Jones Newswires

CHINA  -  A China planeja suspender algumas leis sobre o investimento estrangeiro em novas zonas de livre comércio, inclusive em Xangai, como meio do Premier Li Keqiang conduzir a abertura da economia chinesa e sustentar o crescimento do país. As mudanças vão proporcionar formas "inovadoras" de abertura da economia, de acordo com um comunicado do Conselho de Estado divulgado após uma reunião realizada em 16 de agosto, liderada por Li.

 

A China está aumentando os esforços para atrair empresas estrangeiras após a queda do investimento estrangeiro, no ano passado, pela primeira vez desde a crise financeira global. As zonas de livre comércio, que serão autorizadas a reduzir a burocracia e  será um teste de liberalização financeira, poderão oferecer incentivos que ajudem o governo a manter o crescimento econômico de pelo menos 7% ao ano. "O governo chinês sabe que ter investimento estrangeiro é uma coisa muito boa e quero que este seja um mercado atraente para investidores estratégicos e financeiros", disse Kent Kedl, diretor para a China e Norte da Ásia daconsultoria Control Risks, em uma entrevista por telefone.

"Muitos investidores estrangeiros estão preocupados com a burocracia e falta de clareza em torno de regulamentos, que é provavelmente a maior preocupação na entrada na China", disse ele. O investimento estrangeiro direto na China caiu 3,7% no ano passado, para US$ 111,7 bilhões em comparação com um registro de US$ 116 bilhões dólares em 2011, segundo dados do governo.

Se aprovado o projeto do Conselho de Estado, será permitido suspender algumas leis sobre o investimento estrangeiro, joint ventures sino-estrangeiras e empresas cooperativas nas áreas de livre comércio, disse. O comunicado não dá um prazo ou detalhes adicionais sobre as mudanças.

Enquanto o Conselho de Estado e meios de comunicação chineses usam o termo "zona de livre comércio", o significado é mais semelhante a uma zona de livre-mercado sujeito a uma menor regulação e interferência do Estado, em vez de uma área de comércio duty-free.

Fonte: (Bloomberg News)

Quatro anos depois de ter ultrapassado os Estados Unidos como principal país de destino das exportações brasileiras, a China agora deixa para trás a União Europeia.

A economia desacelerada, com retração da produção industrial, provocou queda na demanda europeia por produtos brasileiros. A exportação brasileira para o bloco europeu caiu 8,1% de janeiro a agosto, contra igual período do ano passado. Isso fez a fatia dos embarques brasileiros destinada à União Europeia recuar de 20,4% de janeiro a agosto de 2012 para 19,3% em igual período deste ano.

 

Em comportamento inverso, as vendas de produtos brasileiros para os chineses tiveram alta de 9,1%. O resultado foi o aumento da parcela de embarques rumo ao país asiático. Na mesma comparação, a fatia subiu de 18,2% para 20,3%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento.

A ultrapassagem da UE pela China não se deu de forma repentina. Em 2007, os chineses absorviam 7% das vendas brasileiras ao exterior. Ano a ano, porém, houve avanço nessa fatia. A UE, que comprava 24,5% de tudo o que o Brasil exportava em 2007, perdeu representatividade de forma gradativa.

Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), essa nova posição da China torna os embarques brasileiros mais dependentes do país asiático e reflete a importância que as commodities assumiram na pauta de exportação brasileira. "O desempenho da balança comercial fica cada vez mais sujeito à maior aceleração da economia chinesa."

Cristina Reis, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), diz que a evolução da exportação está relacionada aos diferentes perfis da pauta de exportação brasileira, considerando China e UE. "A produção de manufaturas no bloco europeu segue em retração desde o início de 2012, apesar da estabilidade apresentada no segundo trimestre", diz. Isso causou queda na demanda por bens intermediários.

Ao mesmo tempo, a desaceleração da economia reduz a demanda por bens industrializados que o Brasil fornece para os europeus. O efeito para o Brasil é o empobrecimento da pauta de exportação. Com o maior espaço da China, o conjunto dos embarques perde diversidade e se concentra em itens de menor valor agregado.

Dados do ministério mostram que os produtos industrializados representam quase metade da pauta de exportação aos europeus. Manufaturados e semimanufaturados respondem por 47,9% do que a UE compra do Brasil atualmente. Nas vendas para os chineses são os básicos que prevalecem, com participação de 87,4% na exportação para o país asiático.

Em 2007, quando passou à frente dos EUA como maior parceiro comercial do Brasil, a China já deixava para trás um consumidor importante de manufaturados brasileiros. Hoje, 72,4% do que os americanos compram do Brasil são bens industrializados -manufaturados e semimanufaturados.

Tanto as exportações para a China como para a UE sofreram, neste ano, a contribuição negativa da queda dos embarques de petróleo. Nas vendas aos chineses, os embarques do óleo bruto caíram 29,7% no acumulado até agosto, contra iguais meses de 2012. A soja, porém, compensou essa queda. A venda do grão à China cresceu 34% no período. A soja respondeu por 47,6% das exportações brasileira aos chineses de janeiro a agosto.

Castro lembra que a soja, em razão da sazonalidade da safra brasileira, costuma dominar a pauta de exportação para os chineses até agosto. A partir de setembro, o minério de ferro deve ganhar maior importância. No acumulado até agosto, a venda do minério para os chineses ficou quase estável, com alta de 1,6%.

Na pauta brasileira de exportação para a UE, houve queda de 33,7% na exportação de petróleo e óleos preparados de janeiro a agosto. A venda aos europeus de produtos do complexo soja, que inclui o grão e o farelo, também recuou 1,9%. Com redução de preço, o café, importante item na venda ao bloco europeu, amargou 20,2% de queda de valor exportado. O minério de ferro teve alta no valor exportado, mas pequena, de 3,3%, insuficiente para compensar o recuo de outros itens.

Cristina, do Iedi, estima que o quadro atual da destinação das exportações brasileiras não deve mudar tão cedo. Ela destaca que, segundo dados da ONU, a produção de manufaturas no mundo cresceu 2% no segundo trimestre, na comparação com mesmos meses de 2012. O crescimento foi puxado pelos países emergentes, que tiveram alta de 7,1%. Sem considerar a China, o aumento foi de 2,7%. "O avanço dos países desenvolvidos, porém, foi zero, e a expectativa é de queda para 2013", diz ela.

A economista do Iedi também relativiza a vantagem que a desvalorização do real frente ao dólar poderia trazer para a competitividade na exportação de manufaturados. "A desvalorização do real é resultado da valorização do dólar. Foram fatores externos que contribuíram para o patamar cambial atual. Por isso a desvalorização aconteceu não só para o real, mas para todas as moedas, embora com intensidades diferentes."

Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, não acredita que o avanço da China na exportação brasileira seja necessariamente uma fonte de preocupação. Para ele, o quadro atual é resultado de uma grande complementariedade entre a economia brasileira e a do país asiático. Para ele, esse nível de exportação deve se sustentar.

"A economia da China está se estabilizando num crescimento de 7,5% ao ano, o que é um nível elevado tendo em vista o crescimento de anos anteriores", diz Amaral. Além disso, afirma, o país passa atualmente por um processo de urbanização que tende a elevar demanda por produtos brasileiros.

Para Amaral, é preciso que a situação seja percebida pelas empresas como uma oportunidade para agregar maior valor para as exportações rumo à China. "Existe muito interesse de parceiros chineses e isso pode propiciar elevação de exportação, para a China e para os demais países asiáticos."

Fonte: Valor
Por Marta Watanabe | De São Paulo

PEQUIM  -  A China tinha em estoque 5,01 milhões de toneladas de algodão até a última sexta-feira, segundo a Associação de Coticultores do país.

A China, que é o maior produtor e consumidor da pluma no mundo, mantém seus estoques públicos comprando algodão dos produtores, sempre que os preços atingem um nível mínimo.

Entretanto, essa política fez os preços domésticos serem maiores que os do algodão importado no ano passado, o que fez o ministro das finanças Lou Jiwei afirmar, em dezembro, que o governo pretende substituir a compra de algodão dos produtores por subsídios diretos.

Fonte: Valor
Por Dow Jones Newswires

PEQUIM  -  O investimento estrangeiro direto (IED) na China em julho subiu 24,13% sobre o mesmo mês do ano passado, para US$ 9,408 bilhões, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira pelo Ministério do Comércio chinês.

O montante atraído pelo país em julho ficou abaixo dos US$ 14,4 bilhões de IED de junho, quando havia subido 20,12% sobre junho de 2012.

No acumulado entre janeiro e julho deste ano, o IED alcançou US$ 71,39 bilhões, em alta de 7,09% sobre o mesmo período do ano passado.

O IED não financeiro teve alta de 20% nos primeiros sete meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2012.

Fonte: Valor

SÃO PAULO  -  As avaliações de especialistas sobre as condições da economia do Brasil pioraram e, na América Latina, só estão melhores que as da Venezuela e as da Argentina, de acordo com pesquisa trimestral divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pelo instituto alemão Ifo.

O indicador de clima econômico (ICE) calculado por ambas entidades com base em informações prestadas por analistas locais, mostra que no Brasil esse índice caiu de 5,6 pontos em abril para 3,8 pontos em julho. O valor está bem abaixo da média de dez anos, de 6,1 pontos. Leituras abaixo de cinco pontos mostram expectativas desfavoráveis.

Entre os 11 países latino-americanos analisados, a pontuação brasileira só ganha da Venezuela, cujo índice caiu de 1,4 para 1,0 ponto, e da Argentina, que melhorou a pontuação, de 3,4 para 3,6 entre abril e julho. A boa pontuação do Chile em abril, 6,4 pontos, caiu para 4,4.

A média dos 11 países latino-americanos analisados cedeu de 5,2 para 4,4 pontos no período. Isso ocorreu basicamente por causa das previsões de desaceleração do crescimento da China e seus efeitos nos preços de commodities, das quais alguns países da região - como Brasil, Chile e Peru - são altamente dependentes. O indicador da China caiu de 5,8 pontos para 4,4 pontos.

Paraguai (7,3 pontos), Colômbia (6,1) e Peru (5,6) são os três mais bem avaliados no ranking de clima econômico.

Fonte: Valor
Por Ana Conceição

Depois de passarem mais de dez anos perdendo terreno para a China e outras potências exportadoras, os fabricantes americanos parecem finalmente estar recuperando a competitividade.

O déficit dos Estados Unidos no comércio de bens manufaturados caiu para US$ 225 bilhões no primeiro semestre, comparado com US$ 227 bilhões no mesmo período de 2012, segundo dados compilados por Ernest Preeg, um economista e especialista em comércio da Aliança dos Fabricantes pela Produtividade e Inovação, um grupo de pesquisa mantido pelo setor industrial. A melhora, embora pequena, ocorre após anos de déficits crescentes, à medida que os EUA foram perdendo mercado na manufatura para a China, a Coreia do Sul e outros países.

 

"É um sinal animador", disse Preeg, que usou em sua pesquisa dados oficiais dos EUA sobre o comércio de produtos manufaturados, deixando de fora outros tipos de mercadorias, como grãos e carvão. "Pelo menos nós ficamos estáveis."

Ao mesmo tempo, o Boston Consulting Group - um dos principais defensores do renascimento da manufatura americana - prevê um aumento nas exportações dos Estados Unidos, impulsionado em parte por custos menores de energia e salários estagnados. Num relatório divulgado semana passada, o BCG afirma que a alta das exportações e o "repatriamento" da produção da China para os EUA "poderiam criar entre 2,5 milhões e 5 milhões de empregos industriais e de serviços associados ao crescimento da manufatura" até 2020. Isso, afirmou o BCG, poderia reduzir a taxa de desemprego, atualmente em 7,4%, em dois ou três pontos percentuais.

No momento, aproximadamente 12 milhões de americanos estão empregados diretamente na manufatura - 20 anos atrás eram 17 milhões. O governo dos Estados Unidos fez da recuperação da indústria sua maior prioridade, e as grandes empresas se empenham em mostrar iniciativas para criar empregos na manufatura.

A longa recessão na Europa, a queda no crescimento na China e a valorização do dólar vêm prejudicando os exportadores dos EUA, mas muitos conseguiram aumentar suas vendas no exterior.

A Harley-Davidson, por exemplo, continua aumentando seu número de revendedores em outros países. "Estamos muito animados com as perspectivas de crescimento no nosso negócio internacional", afirmou o diretor financeiro, John Olin, a analistas no mês passado. A empresa, que é sediada no Estado de Wisconsin, informou recentemente que suas vendas de motocicletas no varejo durante o segundo trimestre subiram 39% na América Latina e 12% na região da Ásia e Oceania.

Assim como muitos fabricantes americanos, a Harley reformulou suas operações desde a recessão de 2008 e 2009 e criou uma força de trabalho menor e mais flexível, o que resultou em economias de custo anuais de mais de US$ 300 milhões e tornou a empresa mais competitiva.

Evan Smith, presidente da Hypertherm, localizada no Estado de New Hampshire, disse que as vendas de suas máquinas de usinagem de metais estão crescendo neste ano na América Latina e no Oriente Médio. Segundo ele, ajudou ter aberto um centro de distribuição no Brasil.

Já a Graco, de Mineápolis, aumentou na Europa Central e do Leste as vendas dos seus equipamentos para aplicar tintas em rodovias, pontes e edifícios, disse o porta-voz Bryce Hallowell.

À medida que o boom do gás de xisto reduz os preços do gás natural e da eletricidade nos EUA, e os salários ficam estagnados, "os EUA vão continuamente se tornando um dos países do mundo desenvolvido de custo mais baixo para a manufatura", afirmou o relatório do BCG. Os EUA terão uma vantagem sobre seus concorrentes quanto ao preço da energia, além de ter custos de mão de obra, ajustados pela produtividade, menores que Alemanha, Japão, França, Itália e Reino Unido, afirmou o relatório. Isso vai permitir aos Estados Unidos conquistar uma fatia maior das vendas mundiais no setor de manufatura.

"Essa é uma mudança econômica fundamental", afirmou Harold Sirkin, sócio do BCG que ajudou a redigir o relatório. "As tendências estão se movendo mais rápido do que esperávamos", acrescentou.

Mesmo assim, os Estados Unidos perderam muito terreno nos últimos 15 anos, principalmente por causa do crescimento acelerado da China e o foco do país nas exportações. Em 2011, os EUA respondiam por 11% das exportações mundiais de produtos manufaturados, comparados com 19% em 2000, disse Preeg. Durante o mesmo período, a participação da China saltou de 7% para quase 21%, e a da União Europeia caiu de 22% para 20%.

Recentemente, o desempenho da China desacelerou. As exportações de bens manufaturados dos EUA para a China cresceram 19%, para US$ 19,9 bilhões no segundo trimestre, de acordo com Preeg, mas isso representa cerca de um quinto das exportações de bens manufaturados da China para os Estados Unidos.

Os fabricantes americanos ainda têm grandes obstáculos pela frente. Muitos não conseguem encontrar um volume suficiente de mão de obra qualificada para operar e reparar equipamentos sofisticados controlados por computador - uma escassez que se agravou com a aposentadoria da geração de trabalhadores nascida depois da Segunda Guerra, conhecida como "baby boomers". Um crescimento econômico mais veloz na China, Índia e Brasil significa que muitas empresas globais ainda querem abrir mais fábricas lá.

O foco das companhias americanas nos resultados trimestrais muitas vezes desencoraja o investimento em equipamentos industriais e várias empresas do país dizem que pagam impostos mais altos e recebem menos subsídios do que suas rivais estrangeiras.

Fonte: Valor
Por James R. Hagerty | The Wall Street Journal

Ajuste de posições Depois da forte queda observada na quarta-feira, as cotações do cacau apresentaram uma tímida reação na sessão de ontem na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em dezembro fecharam a US$ 2,454 por tonelada, em alta de US$ 4. Na véspera, a baixa havia sido de US$ 70, por conta de um movimento de realização de lucros deflagrado pelas previsões de chuvas no Oeste da África,

onde estão os principais países produtores da commodity. Antes do tombo, preocupações com o clima seco na região sustentavam os preços, que chegaram a alcançar o maior patamar em 11 meses no mercado nova-iorquino. Nas praças de Ilhéus e Itabuna, na Bahia, a arroba da amêndoa permaneceu, em média, a R$ 88, de acordo com informações da Central Nacional de Produtores de Cacau.

Fonte: Valor

Teto em 1 ano e 5 meses As cotações do algodão voltaram a subir na sexta-feira na bolsa de Nova York, ainda em meio ao temor de que o clima adverso reduza a oferta da pluma americana este ano. Os EUA são o maior exportador global de algodão. Os contratos para dezembro encerraram a sessão a 93,32 centavos de dólar por libra-peso, em alta de 153 pontos sobre a véspera e o maior valor desde março de 2012. Na segunda-feira, o USDA previu que os americanos devem colher a menor safra em quatro anos. "Há um espaço muito pequeno para erros com a cultura nos EUA", disse Sharon Johnson, analista da KCG Futures. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para a libra-peso subiu 0,22%, para R$ 2,2445. No mês, a alta acumulada do indicador chega a 7,45%. A expectativa é de aumento da produção do Brasil na safra 2013/14.

Fonte: Valor

Mais uma queda
A menor preocupação com possíveis ameaças climáticas sobre os pomares da Flórida
(que detém o segundo maior parque citrícola do mundo) voltou a contribuir para a queda da commodity ontem na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em novembro encerraram a sessão negociados a US$ 1,3095 por libra-peso, em baixa de 105 pontos em relação à véspera. A tempestade tropical Erin está passando pela costa africana, ainda distante da Flórida. Há outra ameaça no Caribe, mas as chances de que se forme um ciclone tropical nas próximas 48 horas são de 50%. No mercado spot de São Paulo, cujo parque citrícola supera o da Flórida, a caixa de 40,8 quilos da laranja destinada às indústrias de suco subiu para R$ 6,85, de acordo com levantamento do Cepea/Esalq.

 

Demanda firme
A boa demanda pela soja produzida nos Estados Unidos, sobretudo por parte de clientes chineses, voltou a impulsionar as cotações do grão ontem na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em novembro encerraram a sessão negociados a US$ 12,6550 por bushel, com uma valorização de 26,50 centavos de dólar em relação à véspera. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), as vendas líquidas de soja do país alcançaram 1,883 milhão de toneladas na semana encerrada em 8 de agosto, acima do intervalo entre 600 mil e 1,1 milhão de toneladas esperado por analistas. No oeste baiano, a saca de 60 quilos saiu por R$ 56,67 no mercado balcão, de acordo com informações divulgadas pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

Mercado climático
O temor de que o tempo mais quente e seco nas próximas duas semanas venha a prejudicar as lavouras de milho dos EUA impulsionou as cotações do grão ontem n a bolsa de Chicago. Os papéis com vencimento em dezembro encerraram o pregão em alta de 17 centavos, a US$ 4,7225 por bushel. Previsões estendidas, contudo, apontam para um clima mais frio em setembro, o que faz crescer entre os agentes a tensão com possíveis geadas tardias. A demanda pelo grão também segue aquecida. Na semana entre 2 e 8 de agosto, os EUA venderam 777 mil toneladas do grão ao exterior, segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA). O volume ficou bem acima do intervalo de 300 mil a 600 mil toneladas, previsto por analistas. No Paraná, o preço da saca de 60 quilos do grão subiu 0,912%, a R$ 17,52, segundo o Deral/Seab.

Na onda do milho
Embalado pelos ganhos do milho, o trigo subiu ontem nas bolsas americanas. Em Chicago, os contratos para dezembro registraram alta de 6,75 centavos, a US$ 6,4950 o bushel. Em Kansas, onde se negocia o cereal de melhor qualidade, o mesmo vencimento teve ganho de 3,25 centavos, a US$ 7,0625 o bushel. O avanço ocorreu mesmo diante de uma safra melhor que o esperado de milho nos EUA. Se esse cenário se confirmar, a tendência é de se reduzir a demanda por trigo para uso em alimentação animal - o que, portanto, empurraria os preços do cereal para o terreno negativo. A demanda pelo trigo americano se enfraqueceu na última semana com venda de 495,6 mil toneladas, ante estimativa de 600 mil a 800 mil toneladas. No Paraná, o preço da saca de 60 quilos subiu 0,26%, a R$ 45,94, segundo o Deral/Seab.

Fonte: Valor

Realização de lucros - O cacau recuou em Nova York na sessão passada, em meio a um movimento de realização de lucros, depois de os preços se aproximarem do maior patamar em quase dois anos no início do pregão.

Os papéis para março fecharam em queda de US$ 32, a US$ 2.712 por tonelada. Ainda assim, a expectativa dos analistas é que a demanda continue a dar sinais de firmeza. Na semana passada, a Associação Europeia de Cacau informou que a moagem no terceiro trimestre do ano avançou 4,7%, ante o mesmo intervalo de 2012. Analistas creem que os números de processamento da América do Norte, que serão anunciados quinta-feira, também apontem uma elevação. Em Ilhéus e Itabuna (BA), o preço médio da amêndoa ficou em R$ 90,00 por arroba, segundo a Central Nacional de Produtores de Cacau.

Baixa liquidez - O preço do suco de laranja congelado e concentrado sofreu ontem a quarta queda seguida na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em janeiro fecharam com recuo de 105 pontos, a US$ 1,2760 por libra-peso. O mercado de suco segue enfraquecido pela escassez de informações sobre a produção nos EUA, com a paralisação parcial do governo. De acordo com a bolsa, o número de contratos em aberto caiu ao menor patamar em 20 anos na última sexta-feira. A ausência de furacões nos radares meteorológicos para a costa leste americana - particularmente, para as áreas de produção da Flórida - também abre caminho para a queda dos preços. No mercado spot de São Paulo, a laranja para a indústria subiu 0,65% ontem, a R$ 7,77 a caixa de 40 quilos.

Demanda da China - A soja avançou ontem em Chicago, em meio às especulações sobre a demanda aquecida por parte da China, maior importador mundial da commodity. Os papéis para janeiro fecharam em alta de 5,50 centavos, a US$ 12,7175 por bushel. "A margem de esmagamento na China está positiva, e próxima de níveis recordes, o que estimula a importação de soja", disse Vinícius Xavier, consultor da FCStone. Há também a previsão de chuvas fortes para o cinturão produtor dos EUA até quarta-feira, o que tende a trazer lentidão à colheita local. Porém, cresce o consenso de rendimentos acima do esperado nos EUA. "O mercado sabe que terá de ir para baixo, mas ainda não sabe quanto", concluiu Xavier. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa para a saca permaneceu estável, a R$ 73,84.

Chuvas a caminho - Após dois pregões seguidos de perdas, o milho subiu na bolsa de Chicago ontem, diante da possibilidade de chuvas sobre as regiões produtoras do grão nos EUA e das especulações sobre a demanda aquecida por parte da China. Os lotes com entrega em março encerraram em alta de 3,50 centavos, a US$ 4,4975 por bushel. Há rumores de que os chineses estariam no mercado para adquirir não apenas milho, mas também soja. Além disso, previsões apontam para a ocorrência de chuvas generalizadas esta semana nas regiões produtoras do país até quarta-feira, o que tende a atrapalhar os trabalhos de retirada dos grãos de campo. No Paraná, a saca de 60 quilos da commodity ficou em R$ 17,51, com elevação de 1,68%, de acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral).

Fonte: Valor

Poucos negócios
Os preços do açúcar refinado ficaram estáveis ontem na bolsas de Londres (Liffe), em meio ao baixo volume de negócios devido ao feriado do Labor Day (Dia do Trabalho) nos EUA.

 

Assim, os lotes para dezembro permaneceram em US$ 472,40 por tonelada. A grande oferta disponível da commodity ao redor do mundo tem impedido uma valorização dos preços. Entretanto, alguns analistas acreditam que uma nova tendência altista pode estar a caminho. Ontem, a bolsa londrina apontou que os fundos especulativos ampliaram o número de contratos de compra de açúcar (com os quais apostam na alta dos preços) em 286 lotes, para 11.504 lotes, na semana até 27 de agosto. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para a saca de açúcar ficou em R$ 44,22, alta de 0,52%.

Apostas altistas
O café robusta cedeu na bolsa de Londres (Liffe) na sessão passada. Os contratos com vencimento em novembro encerraram em baixa de US$ 21, a US$ 1.758 por tonelada. Parte dos analistas acredita que uma nova rodada de liquidação de posições pode fazer a commodity voltar a cair, mas que haveria um suporte a US$ 1.721 por tonelada. Ainda assim, aumentaram as apostas na valorização do grão robusta nos últimos dias, informou ontem a bolsa londrina. Na semana encerrada em 27 de agosto, os fundos especulativos passaram de uma posição vendida de 2.431 lotes para uma posição comprada em 1.191 lotes. No mercado doméstico, a saca de 60,5 quilos do café de boa qualidade oscilou entre R$ 295,00 e R$ 305,00, de acordo com o Escritório Carvalhaes.

Volta das chuvas
Questões climáticas e a indicação de que haveria uma sobrecompra no mercado de cacau em Londres contribuíram para que as cotações da amêndoa caíssem ontem. Os papéis para dezembro fecharam em queda de 15 libras, a 1.619 libras por tonelada. Os traders estão atentos às previsões de chuva no oeste da África, onde se concentram os principais fornecedores mundiais de cacau. A região enfrenta uma escassez de precipitações e existe o temor de que a seca reduza a colheita, que tem início em outubro. No entanto, circularam ontem informações de que voltou a chover no fim de semana em países como Costa do Marfim, Nigéria e Camarões. Em Ilhéus e Itabuna (BA), o preço médio da arroba ficou em R$ 86,00, segundo a Central Nacional de Produtores de Cacau.

Comercialização lenta
As vendas antecipadas da safra de trigo deste ano estão lentas no Rio Grande do Sul, reflexo da postura de cautela adotada por compradores e vendedores. "Estão todos arredios. Não querem fazer contratos e depois ter dificuldade em encontrar produto para cumpri-los, caso haja algum problema com a oferta", disse Marcelo de Baco, da De Baco Corretora, de Viamão (RS). No momento, os contratos com entrega futura estão em R$ 600 por tonelada. "Como há menor oferta no Paraná e no Paraguai, e como a Argentina só deve abrir exportações em janeiro, a cotação não deve cair tanto durante a safra", afirmou. A colheita começa em outubro no Estado. No mercado disponível, o indicador Cepea/Esalq para a tonelada do trigo gaúcho ficou em R$ 838,75, uma queda de 0,46%.

Fonte: Valor

Câmbio limita perdas As cotações do açúcar demerara registraram perdas marginais ontem em Nova York. Os papéis com entrega em março encerraram em baixa de 2 pontos, a 16,93 centavos de dólar por libra-peso. A valorização do real em relação ao dólar ao longo do pregão limitou a queda do açúcar.

O Brasil é o maior fornecedor mundial da commodity e o real mais firme desestimula as vendas dos produtores do país. Porém, a rúpia seguiu desvalorizada ante o dólar, o que adicionou pressão ao mercado, já que a Índia é o segundo maior produtor global de açúcar. A safra recorde esperada do Brasil também ajuda a pesar sobre os preços. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 50 quilos do açúcar cristal subiu 0,02%, para R$ 44,05.

 

Real valorizado O café arábica foi beneficiado pelo câmbio na sessão passada na bolsa de Nova York. Os lotes com vencimento em dezembro fecharam em elevação de 170 pontos, a US$ 1,1845 por libra-peso. O Brasil é o maior fornecedor mundial da commodity, por isso as movimentações do real têm influência decisiva sobre esse mercado. Como a moeda brasileira valorizou-se ante o dólar ontem, houve um desestímulo às vendas dos produtores do grão do país, na medida em que esse cenário reduz a rentabilidade das exportações. Ainda assim, a perspectiva de que a colheita brasileira de café seja abundante este ano continua a ameaçar altas mais sustentadas. No mercado doméstico, a saca de 60,5 quilos do café de boa qualidade oscilou entre R$ 295 e R$ 305, segundo o Escritório Carvalhaes.

Ainda os furacões Os preços do suco de laranja subiram ontem em Nova York, apesar da ausência de novidades do lado dos fundamentos. Os lotes para novembro fecharam em alta de 115 pontos, a US$ 1,3670 por libra-peso. Os EUA atravessam a temporada de furacões, por isso os agentes seguem atentos à possibilidade de que esses fenômenos ameacem os pomares da Flórida, que detém o segundo maior parque citrícola do mundo. Mas, por ora, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) diz que um sistema de baixa pressão que está próximo da Flórida tem chance quase nula de se tornar um ciclone tropical nas próximas 48 horas. No mercado spot de São Paulo, a caixa de 40,8 quilos da laranja destinada às indústrias segue pouco acima de R$ 7, conforme o Cepea/Esalq.

Piso em seis semanas O algodão voltou a testar o nível de suporte técnico de 84 centavos de dólar por libra-peso na sessão passada em Nova York, mas cedeu antes do fechamento. Os contratos com vencimento em dezembro encerraram em baixa de 40 pontos, a 83,75 centavos de dólar por libra-peso - o menor valor desde 17 de julho. Investidores continuaram a liquidar as apostas de que os preços subiriam, depois que a commodity caiu quase 10% na semana passada. Na opinião de analistas, a dificuldade do algodão em superar o patamar de 84 centavos de dólar pode indicar que os papéis estão suscetíveis a novas quedas. No oeste da Bahia, a arroba da pluma está sendo negociada por cerca de R$ 70, de acordo com a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

Fonte: Valor

Deverá ser publicada, no Diário Oficial da União, uma norma do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que altera a forma como as empresas deverão discriminar, na nota fiscal eletrônica (NF-e), o percentual de componentes importados no produto final. O Convênio ICMS nº 88, assinado na sexta-feira pelos Estados e Distrito Federal, também prorroga para 1º de outubro a obrigatoriedade de entrega da Ficha de Conteúdo de Importação (FCI). O prazo anterior era amanhã.

 

Pelo texto encaminhado pela Secretaria da Fazenda de Minas Gerais ao Valor, o contribuinte não precisará mais colocar na nota fiscal "o percentual correspondente ao valor da parcela importada", apenas um código.

A informação do percentual não era obrigatória em todos os Estados. "Agora as empresas só vão declarar [o percentual de importação] via Código de Situação Tributária", diz o diretor-geral da Secretaria de Fazenda do Paraná, Clóvis Rogge.

Os códigos de situação tributária já existiam, foram apenas readaptados para cumprir a nova legislação. O contribuinte, por exemplo, que fabricar um bem cujo percentual de importação estiver entre 40% e 70% deverá informar na nota fiscal eletrônica que o código da mercadoria é três.

Por uma demanda dos contribuintes, segundo Rogge, o Confaz também decidiu adiar a entrega da Ficha de Conteúdo de Importação. No documento, os contribuintes deverão discriminar o valor dos componentes importados na mercadoria final. As informações, porém, serão sigilosas. A garantia foi dada pelos Estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, que anteriormente haviam repassado informações que davam a entender que todos os dados do documento fiscal seriam públicos, levando contribuintes à Justiça.

A emissão da FCI está prevista no Convênio ICMS nº 38, que disciplina alguns procedimentos previstos na Resolução nº 13 do Senado, que pretende acabar com a chamada guerra dos portos. A resolução fixou alíquota única de 4% para o ICMS em operações com mercadoria do exterior ou conteúdo importado superior a 40%.

Rogge representou o Paraná na reunião do Confaz na qual as alterações foram discutidas, realizada em Natal (RN). "Não tenho dúvida de que essa é a última vez que o prazo para a entrega da FCI será prorrogado", afirma o diretor-geral.

Para o advogado Marcelo Jabour, diretor da Lex Legis Consultoria Tributária, as mudanças são positivas para os contribuintes. "A solução já foi dada por meio dos códigos específicos. Não é preciso divulgar o percentual exato de importação", diz.

Jabour afirma ainda que muitos de seus clientes já estavam preparados para se adequar ao preenchimento da FCI. "A grande inconformidade era prestar informações acima do necessário", diz o advogado.

O advogado Thiago de Mattos Marques, do Bichara, Barata & Costa Advogados, diz que a obrigação de calcular o percentual de importação e preencher a FCI é difícil, principalmente para empresas que recebem insumos de muitos fornecedores diferentes. "Nos casos que se têm uma mistura de insumos nacionais e importados, o contribuinte enfrenta dificuldades para preencher a FCI", afirma.

A discussão sobre a discriminação na nota fiscal de dados sobre a importação começou após a edição do Ajuste Sinief nº 19, que obrigava o contribuinte a discriminar o valor do produto importado na nota. O ajuste, que foi questionado por meio de diversos processos judiciais, foi substituído pelo Convênio ICMS nº 38, que manteve apenas a porcentagem da importação.

Fonte: Valor Econômico

SÃO PAULO  –  O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) firmou dois convênios de incentivo à realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil. Os Estados e o Distrito Federal já estão autorizados pelo órgão a importar materiais esportivos e barcos à vela para uso nas competições com isenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Nesta segunda-feira, foram publicados no Diário Oficial da União os Convênios ICMS nº 54 e 55 a respeito da benesse.

De acordo com o convênio 54, a isenção para a embarcação à vela somente se aplica às operações que estejam contempladas com isenção ou com alíquota reduzida a zero de Imposto de Importação (II) e de Imposto sobre produtos Industrializados (IPI), o que depende do governo federal. Além disso, o uso do barco no Brasil deve ser exclusivamente para os jogos olímpicos e paraolímpicos.

Já o convênio 55 determina a isenção na importação de materiais esportivos para uso nos jogos, assim como nacionais destinados ao treinamento e à preparação de atletas e equipes brasileiras. Serão beneficiadas as operações realizadas por órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios e suas respectivas autarquias e fundações, por atletas das modalidades olímpicas e paraolímpicas, pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e entidades nacionais de administração do desporto filiadas ao COB.

23 DE JULHO DE 2013
Por Laura Ignacio | Valor

A Câmara de Deputados do México aprovou ontem a maior reforma do setor energético em 75 anos, que abre a indústria petroleira ao investimento privado e coloca fim ao monopólio estatal.

Após uma tumultuada sessão de 20 horas, 353 parlamentares votaram a favor e 134 contra a reforma que modifica a Constituição e permite ao governo dar contratos e licenças a empresas nacionais e estrangeiras para que participem da exploração e produção de petróleo e gás. Até agora, a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) detinha o monopólio do setor. Será criado ainda o Fundo Mexicano de Petróleo, administrado com uma comissão encabeçada pelo Banco Central, que manejará a riqueza gerada pela renda petroleira.

 

Por alterar a Constituição, a reforma deve ainda ser aprovada por 17 dos 31 congressos estaduais. As chances de sucesso são grandes, pois o governista Partido Revolucionário Institucional (PRI) é dominante na maioria dos Estados.

Líderes da oposição de esquerda disseram que tentarão impulsionar uma consulta popular para tentar reverter a mudança.

A reforma é sensível a um país que nas últimas décadas viu a indústria petroleira como um símbolo de soberania e nacionalismo. O setor foi estatizado em 1938.

O México é um dos cinco principais exportadores de petróleo para os Estados Unidos, com mais de um milhão de barris por dia.

Depois de décadas de uma crescente produção, a Pemex tem enfrentado problemas nos últimos anos para sustentar a extração de petróleo e gás, o que levou a vários atores a considerar necessário fazer uma mudança profunda para revitalizar o setor.

A produção de petróleo no México teve seu ápice em 2004, com uma média de 3,4 milhões de barris diários. A partir de 2005, começou a decair até os atuais 2,5 milhões de barris.

Fonte: Associated Press /Valor

FRANKFURT - O sindicato GdF, que representa os controladores de tráfego aéreo da Alemanha, informou neste fim de semana que não conduzirá uma greve, conforme planejado, no dia 10 de outubro, depois de oficiais da Comissão Europeia terem concordado em encontrá-los para uma nova rodada de discussões.

A organização “guarda-chuva” dos sindicatos de controladores de tráfego aéreo na Europa anunciou no mês passado um “dia de ação”, em 10 de outubro, para protestar contra os planos da União Europeia de eliminar as fronteiras nacionais no céu e aumentar a eficiência.

A associação de sindicatos se opõe aos planos do comissário Siim Kallas, relacionados a segurança, desenvolvimento e eficiência de custo para o período de 2015 a 2019.

Organizações de controle de voo teriam de aumentar significativamente suas taxas ou cortar custos radicalmente para alcançar as metas de Kallas, disse em setembro Matthias Maas, chefe do sindicato GdF.

Os controladores argumentam ainda que o plano da União Europeia, conhecido como Céu Único Europeu, coloca em risco a segurança aérea.

(Dow Jones Newswires)
FONTE: VALOR

Simpatizantes do ditador Francisco Franco, morto em 1975, fazem a saudação fascista durante passeata em Madri

Uma série de incidentes que ganharam as manchetesnos últimos meses vem levando os espanhóis a fazer um exame de consciência sobre o legado do ditador Francisco Franco - e a possibilidade de que o extremismo venha a florescer num momento em que a Espanha atravessa uma profunda crise econômica.

Em meados do ano, vários espanhóis publicaram fotografias nas redes sociais em que aparecem empunhando bandeiras fascistas ou fazendo a saudação do nazismo. Em setembro, um grupo que se identifica como fascista invadiu um centro cultural em Madri que representa a Catalunha, região que foi reprimida durante a ditadura de Franco e agora é palco de um movimento político cada vez mais forte que quer sua independência da Espanha.

Uma semana depois, um juiz argentino solicitou a prisão de algumas autoridades de segurança do governo Franco por supostos crimes contra a humanidade. A decisão está em flagrante contraste com a passividade do judiciário da própria Espanha, que preferiu não punir os abusos do regime franquista para não perturbar a transição pacífica do país à democracia.

Agora, alguns receiam que "o Pacto do Esquecimento", como foi chamada essa recusa em confrontar devidamente o passado autoritário da Espanha, deixou a porta aberta para o surgimento do extremismo numa nova geração devastada por anos de crise econômica e um desemprego de 50% entre os jovens.

Esteban Ibarra, presidente do grupo Movimento Contra a Intolerância, disse que a Espanha está vivendo sua pior onda de extremismo de direita desde meados dos anos 90, quando o país também passou por uma crise econômica e política.

Em análise de 2012 divulgada recentemente, o grupo tabulou centenas de incidentes relacionados ao extremismo de direita. A maioria foram infrações menos graves, como pichações e discriminação no local de trabalho, mas há também uma tentativa de incendiar uma mesquita e o assassinato de um imigrante da Guiné que teve contornos racistas. Além disso, "houve um aumento impressionante na atividade extremista na internet, sites que são xenofóbicos, antissemitas, anti-islâmicos ou anti-catalões", disse Ibarra.

Os grupos de defesa dos direitos humanos reclamam da falta de estatísticas oficiais sobre crimes motivados pelo preconceito no país.

Um porta-voz do Ministério do Interior disse que embora a Espanha não tenha, como alguns países, uma agência dedicada exclusivamente a registrar e combater crimes extremistas, a polícia e as forças de segurança sabem quem são os potenciais infratores e monitoram atentamente suas ações.

Franco governou de 1939 até sua morte, em 1975, depois de ter derrubado um governo democrático e derrotado seus partidários numa guerra civil que custou meio milhão de vidas. Durante seu longo mandato, dezenas de milhares de opositores ao regime foram executados, dizem historiadores.

Em 1977, o parlamento da Espanha passou uma lei de anistia que impedia aqueles que fizeram parte da ditadura ou se envolveram em crimes da época da guerra civil, inclusive os que lutaram contra Franco, de serem processados. Desde então, muitos espanhóis que apoiavam Franco foram atraídos pelo Partido Popular, de inclinação conservadora, e começaram a assumir posições mais centristas. Essa tendência esvaziou uma possível fonte de eleitores para os partidos de extrema direita, dizem analistas.

O maior grupo neofascista da Espanha, a Alianza Nacional, tem um núcleo de 300 filiados - minúsculo quando comparado com o do grego Aurora Dourada ou do partido francês de extrema direita Frente Nacional, que já elegeram membros para cargos públicos.

Mas a absorção do legado de Franco pela política atual criou algumas contradições que atormentam a Espanha e o PP até hoje. Monumentos em homenagem a Franco e seus seguidores ainda estão espalhados pelo país, apesar de uma lei de 2007 encorajar autoridades a removê-los. "Este é o único país onde você pode ser democrata sem ser um antifacista", diz Rafael Escudero Alday, um professor de direito da Universidade Carlos III, em Madri.

Tal paradoxo ficou evidente na recente enxurrada de fotos de jovens ativistas do PP exaltando o fascismo. Numa dessas fotos, um vereador de uma pequena cidade posava ao lado do túmulo de Franco segurando uma faixa de apoio ao fascismo.

Beatriz Jurado, líder da ala jovem do PP, disse que o partido estava investigando as fotografias e se preparando para aplicar punições. Ela acrescentou que era lamentável que as pessoas estivessem tirando conclusões generalizadas baseadas na "atitude repreensível de três ou quatro pessoas numa organização de mais de 100.000 membros".

Enquanto as fotos eram debatidas, a Alianza Nacional irrompeu no centro cultural da Catalunha, em Madri, no dia 11 de setembro - um feriado regional catalão - e interrompeu a comemoração gritando "Catalunha é Espanha". Os invasores também teriam lançado uma bomba de gás lacrimogêneo.

O grupo não é filiado ao PP, que condenou a invasão. Vários suspeitos foram presos "em poucos dias", afirmou um porta-voz do Ministério do Interior.

No feriado nacional de 12 de outubro, cerca de 300 "ultras", como são conhecidos os militantes de extrema direita, fizeram uma manifestação em Barcelona, a capital da Catalunha, em que gritaram "separatistas, terroristas" e "esta é nossa terra e nós temos que defendê-la".

O líder da Alianza, Pedro Pablo Pena, chamou o evento de uma demonstração de patriotismo contra o governo pró-independência da Catalunha, que ele acusou de "fora da lei".

BUENOS AIRES  -  A presidente argentina Cristina Kirchner decidiu fundir as secretarias de Comércio Interior e Exterior do Ministério da Economia em um único órgão, que será denominado Secretaria de Comércio. Ele será ocupado pelo atual secretário de comércio interior, Augusto Costa.

Com a fusão, Cristina elimina o último núcleo de influência no setor do ex-secretário de Comércio Interior Guillermo Moreno, demitido no dia 20 passado. Moreno comandava indiretamente a secretaria de Comércio Exterior, responsável por todas as licenças formais e informais para importações, por meio de sua aliada Beatriz Paglieri, nomeada para um cargo de terceiro escalão no governo argentino.

Augusto Costa é homem de confiança do atual ministro da Economia, Axel Kicillof, e esteve reunido recentemente com o secretário brasileiro de Comércio Exterior, Daniel Godinho. Costa conduz as negociações para a proposta argentina dentro das discussões por um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

O novo secretário também está coordenando novos acordos de congelamento de preços que vigorarão a partir de janeiro para uma lista limitada de produtos. Costa também foi protagonista de novas restrições a importações argentinas, desta vez voltadas para o setor automotivo e de componentes eletrônicos, decididas em reunião nesta terça-feira.

A nomeação de Costa como secretário de Comércio foi publicada hoje no Diário Oficial.

Fonte: Valor
Por Cesar Felício | Valor

Usados na guerra, sistemas aéreos não tripulados ganham espaço no cotidiano das cidades para segurança ou trabalho. Rodney Brossart, dono de uma fazenda de 1.214 hectares em Dakota do Norte, é um definidor de tendências improvável. Em 2011, seis vacas de uma propriedade vizinha entraram em sua fazenda. Quando ele se recusou a devolver as vacas e impediu a entrada da lei em suas terras, a polícia solicitou um Predator (um veículo aéreo não tripulado) de uma base local da Força Aérea americana, que voou sobre sua fazenda para descobrir se Brossart estava armado.

No mês que vem, o fazendeiro será julgado por acusações de roubo, depois que uma corte rejeitou sua alegação de que ele foi submetido a uma "busca sem mandado". Mas ele já fez história como o primeiro cidadão a ser preso em solo americano com a ajuda de um drone - como são chamados no setor os sistemas aéreos não tripulados.

Armados com mísseis Hellfire, os drones se tornaram o símbolo da guerra global dos Estados Unidos contra o terrorismo. Operar um drone no país exige uma licença especial cuja concessão é criteriosa. Porém, o Congresso decidiu que, a partir de 2015, os drones deverão ter acesso ao espaço aéreo doméstico. Para seus defensores, isso equivale à criação do automóvel ou da internet - uma tecnologia poderosa capaz de transformar dezenas de setores da economia e mudar a ideia de distância.

Eles veem os drones, com um valor de mercado potencial de US$ 12 bilhões até 2023, como a chegada da era da robótica. "É como o lançamento do computador na década de 80, está no mesmo patamar", afirma Peter Singer, um acadêmico da Brookings Institution. "Ele apresenta muitos usos e aplicações diferentes, mas também levanta questões complexas."

Para os críticos, o advento dos drones domésticos traz a ameaça de um novo tipo de vigilância - uma versão exagerada da espionagem conduzida pela tecnologia, dramatizada recentemente pelas revelações de Edward Snowden sobre a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês). "A maior das ameaças à privacidade dos americanos é o drone, seu uso e as poucas regulamentações que existem hoje", diz Dianne Feinstein, uma importante senadora pelo Partido Democrata.

Os drones apresentam as mais diversas formas e tamanhos. Os Predators e os Global Hawks, operados pelos militares, são quase tão grandes quanto um caça. Por outro lado, o Nano Hummingbird da Aerovironment tem uma envergadura de 16 centímetros. A Harvard University está desenvolvendo um robô voador do tamanho de um inseto chamado Robobee.

Chris Anderson, ex-editor da revista "Wired" e que hoje comanda a 3D Robotics, uma companhia que fabrica pequenos drones, diz que o setor de certa forma é "um subproduto da revolução do smartphone", que criou novas câmeras, sensores e dispositivos de localização que são ao mesmo tempo pequenos e baratos. "Os militares inventaram a internet, mas as pessoas a colonizaram", diz ele. "Queremos desmilitarizar e democratizar os drones."

Agências de aplicação da lei estão vendo os drones como uma alternativa muito mais barata aos helicópteros que elas usam em algumas operações. A polícia de Boston disse que gostaria de usar um drone para monitorar a rota da maratona da cidade depois que duas bombas explodiram na reta final da competição este ano.

Don Roby, um capitão da polícia de Baltimore e um dos maiores defensores dos drones, diz que a tecnologia poderia ser eficiente em operações de busca e resgate, para mapear cenários de crimes ou monitorar acidentes de trânsito. "Imagine que haja uma criança desaparecida em uma área pequena e confinada - esse é o tipo de coisa em que poderíamos usá-los", diz ele. "Comparado aos helicópteros, estamos falando de centavos de dólar para operar."

Entre as possíveis aplicações comerciais, a indústria do transporte de cargas é um dos candidatos óbvios. Nos últimos 18 meses, os fuzileiros navais americanos vêm usando um helicóptero não tripulado chamado K-Max para transportar cargas de até 2,7 mil quilos pelo Afeganistão, que despertou a atenção de empresas de logística como a FedEx e a UPS.

A Matternet, uma companhia iniciante, quer usar os drones para entregar medicamentos e outros bens essenciais em locais com infraestrutura rodoviária ruim. Os drones podem ser usados para detectar plantações ilegais de maconha, mas também poderiam dar um jeito na larica: entre os planos de negócios já propostos, está o de minidrones para entrega de burritos e tacos para estudantes.

Mas antes dessas ideias ganharem força, intensas preocupações políticas são despertadas com o impacto dos drones sobre a privacidade e o obstáculo previsto na Quarta Emenda da constituição americana, sobre "buscas e apreensões desmedidas". Após as revelações de Snowden, aumentaram as preocupações com os riscos à privacidade representados pela vigilância do Estado.

Os drones domésticos levantam muitas dúvidas sobre quando e onde o Estado pode monitorar as pessoas e como as informações são usadas. "Os drones aglutinam vários tipos de medos quanto a mudanças tecnológicas reais", diz Daniel Rothenberg, especialista em direitos humanos da Arizona State University. "Não aconteceu até agora, mas há potencial para intrusões profundas, escandalosas".

Os partidários dos drones dizem que houve o mesmo tipo de preocupação quando helicópteros e aviões pequenos foram usados pela primeira vez em áreas urbanas e que os abusos temidos por defensores da privacidade nunca se materializaram. Muitos Estados já têm leis contra assédio que poderiam ser aplicadas aos drones.

Executivos do setor dizem acreditar que os drones ganham mais visibilidade entre muitas formas de vigilância. "Nesta manhã, passei por 32 semáforos e 19 bancos, cada um provavelmente com uma câmera. Tenho GPS em meu carro e Bluetooth em meu telefone", diz Michael Toscano, presidente da AUVSI, o grupo lobista das empresas de drones. "Não é preciso um drone para rastrear meu paradeiro".

Alguns dos avanços tecnológicos em torno aos drones tornam as preocupações mais prementes. A Boeing desenvolve um drone, alimentado por painéis solares, que a empresa espera ter capacidade para ficar no ar por cinco anos. A BAE Systems desenvolveu um avião que opera com câmera de 1,8 bilhão de megapixels e pode filmar uma cidade média. A 5,3 mil metros de altitude, poderá detectar um objeto de 15 centímetros de largura.

Essas tecnologias ainda estão em fase experimental, mas demonstram o potencial para que os drones façam da vigilância permanente uma realidade. "Os drones são um lembrete muito mais visceral da situação de vigilância do que qualquer coisa que a NSA esteja fazendo", diz Ruan Calo, especialista jurídico em questões de privacidade na University of Washington.

Os dois lados do debate sobre os drones e a privacidade esperam que uma enxurrada de casos chegue à Corte Suprema nos próximos anos. Em geral, a corte vem julgando que a política de vigilância pelo ar não infringe a expectativa razoável de privacidade do cidadão. Em 2001, no entanto, a corte determinou que a polícia não podia usar equipamentos de imagens por calor em aviões pequenos para monitorar uma casa sob suspeita de plantio de maconha. Em 2012, a corte determinou que a polícia havia se excedido ao colocar um GPS no carro de um suspeito.

Para os defensores da privacidade, uma das questões mais complicadas seria o uso de drones por empresas privadas que vendem dados. Mesmo se regras rigorosas fossem aprovadas para reger as forças da lei, essas normas não se aplicariam a empresas que não estão sujeitas à Quarta Emenda.

Da mesma forma que o Google sabe mais sobre mais pessoas do que a NSA poderia sonhar, operadoras de drones privados poderiam monitorar e coletar informações de maneiras que o Estado não teria permissão. Os clientes desses dados poderiam ser agências do governo, mas também detetives particulares ou jornais sensacionalistas. "Qualquer restrição sobre a vigilância pelo governo não valerá nada se o governo simplesmente puder comprar a mesma informação de um grupo privado", diz Catherine Crump, advogada da American Civil Liberties Union (Aclu), que já trabalhou na defesa do direito de que cidadãos tirem fotos em lugares públicos.

Já há debates consideráveis na esfera estadual sobre os drones. Mesmo antes do vazamento de informações por Snowden, 42 Estados haviam estudado leis sobre os drones e o interesse sobre o assunto deverá crescer. A polícia de Seattle desistiu de planos para usar dois drones em missões de busca e resgate após a oposição pública.

Da mesma forma que no debate sobre a NSA, a oposição a drones vem unindo estranhos companheiros, desde a direita libertária até a esquerda favorável às liberdades civis - um novo segmento político que une críticos ao "establishment". A lei antidrone mais estrita foi aprovada na Virgínia, que instituiu uma moratória de dois anos em qualquer uso de seu espaço aéreo. O autor foi Todd Gilbert, um republicano conservador, acusado pela Aclu de intolerância contra os homossexuais. Quando chegou a hora de votar o projeto de lei antidrone, no entanto, Gilbert e a Aclu de Virgínia trabalharam juntos.

Tendo em vista o emaranhado de questões jurídicas diante das empresas de drones, alguns executivos dizem que, por agora, a maior demanda pelos aparelhos virá da agricultura. À medida que as fazendas ficam maiores, os drones poderiam monitorar as colheitas em busca de doenças ou danos, permitindo aos agricultores serem mais seletivos no uso de pesticidas e na irrigação. Pesquisadores desenvolvem sensores para identificar doenças em vinhas antes de atingirem as frutas. As fábricas de drones preveem que os agricultores responderão por 80% das vendas nos EUA dentro de dez anos.

"Quem iria reclamar de agricultores sobrevoando seus próprios campos?", pergunta Steven Gitlin, executivo da Aerovironment, cujos pequenos drones que podem ser usados na agricultura.

Por Geoff Dyrer | Financial Times, de Washington
Fonte: Valor

SÃO PAULO  -  A combinação de indicadores econômicos fortes vindos dos Estados Unidos e o dado mais fraco do que o esperado do indicador industrial (PMI, na sigla em inglês) chinês gerou um ambiente favorável à disparada do dólar e dos juros e à perda das bolsas no mundo. Esse movimento é seguido de perto pelo mercado local, em um pregão em que a liquidez reduzida dá margem a oscilações mais bruscas nos preços dos ativos.

O dólar iniciou o dia com ganhos expressivos em relação às principais divisas do mundo, sob efeito da leitura de que o ambiente econômico americano pode abrir espaço para uma ação mais firme do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no processo de normalização da política monetária. Números divulgados à tarde corroboraram essa leitura. O ISM, indicador de atividade industrial americano, recuou de 57,3 pontos para 57 pontos em dezembro, acima da previsão dos analistas, que era de queda para 56,8 pontos – qualquer resultado acima de 50 pontos já significa expansão. Mais cedo, foi conhecido o número de pedidos de auxílio-desemprego, que caiu 2 mil, para 339 mil na semana, abaixo dos 345 mil esperados pelos analistas.

Na China, entretanto, foi mal recebido o PMI industrial medido pelo HSBC, que cedeu para 50,5 pontos em dezembro, de 50,8 em novembro. O número reforçou as perdas de divisas de perfil semelhante ao real. E é uma das explicações para a disparada do dólar pronto, que voltou a testar hoje o patamar de R$ 2,40.

Esse movimento do dólar, aliado à pressão permanente sobre os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), contribui para a alta dos DIs futuros nesta manhã. As taxas foram pressionadas também pela atenção com a inflação, que inicia o ano dando sinais de repique, de acordo com as coletas diárias de preços.

Nas bolsas, definem um dia negativo tanto a leitura de que a política monetária americana poderá ser revertida mais aceleradamente do que se imaginava como os dados da China, que acendem uma luz amarela para a perspectiva de recuperação da segunda maior economia do mundo. O Ibovespa acompanha o movimento externo e cai abaixo dos 51 mil pontos.

Câmbio

Às 13h04, o dólar comercial subia 1,52% cotado a R$ 2,3930 e o dólar futuro com vencimento em fevereiro avançava 1,38%. Os investidores seguraram um pouco as compras de dólares na semana passada em função da definição da Ptax do último dia do ano, que será utilizada para a correção dos balanços das empresas do quarto trimestre e também para a liquidação dos contratos futuros que vencem hoje, destaca José Carlos Amado, operador de câmbio da Renascença Corretora.

Lá fora, o Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana frente a uma cesta com as principais moedas, avançava 0,53%, depois da divulgação de dados positivos dos EUA.

No mercado interno, o ano começa com os ajustes no programa de intervenção diária no mercado de câmbio. Na segunda etapa do programa, que será estendido até 30 de junho, o BC reduzirá a oferta de dólares por meio de swaps (que equivalem à venda de dólar no mercado futuro) de US$ 2 bilhões por semana para US$ 1 bilhão, ou US$ 200 milhões por dia, e os leilões passam a ser realizados de segunda a sexta. Já os leilões de linha de dólar com compromisso de recompra deixarão de ser realizados todas as sextas, passando a ocorrer somente em momentos de demanda por liquidez no mercado.

Hoje, o BC vendeu integralmente a oferta de 4 mil contratos de swap cambial tradicional, em operação que funcionou como uma injeção de US$ 199 milhões no mercado futuro de dólar. O BC vendeu os contratos com vencimento em 2/5/2014 à taxa nominal de 1,4906% e taxa linear de 1,489%.

Segundo Amado, o mercado deve se ajustar neste início do ano à redução da oferta de dólares pelo BC. Hoje o BC informou que liquidou em dezembro, até o dia 27, US$ 3,300 bilhões por meio de leilão de linha com compromisso de recompra. Na última semana, encerrada no dia 27 de dezembro, o BC liquidou a venda de US$ 500 milhões, representado metade do total de US$ 1 bilhão ofertado no leilão de linha realizado no dia 20 de dezembro.

Juros

Os juros futuros iniciam o ano em alta firme, de olho no comportamento do mercado internacional mas também sob efeito da preocupação com o rumo da inflação local – tema que pressiona o mercado há meses. A volta da cotação do dólar hoje para o patamar de R$ 2,40 e o avanço dos juros dos Treasuries, além de salgadas coletas diárias de preços por aqui, definiram o rumo dos DIs. Operadores destacam, entretanto, que o baixo volume de negócios contribui para que as oscilações sejam mais bruscas hoje.

Às 12h54, DI janeiro/2017 operava a 12,36%, de 12,28% no ajuste anterior. Na máxima do dia, esse contrato tocou 12,41%. DI janeiro/2015 tinha taxa de 10,62%, de 10,58% (máxima de 10,65%).

Lá fora, a leva de indicadores econômicos americanos corroborou a visão de que há um processo de recuperação da economia do país, o que alimenta a tendência de alta dos juros dos Treasuries. Hoje, o rendimento do T-note de 10 anos tocou a máxima de 3,071%, enquanto o T-Bond de 30 anos chegou a ser negociado a 3,983%.

O cenário positivo da economia americana garantiu um dia de ganhos para o dólar no mundo, o que acabou pressionado também o câmbio local. Para o mercado de juros, as oscilações do dólar têm neste momento especial relevância na formação de preços, uma vez que cresce a visão de que o desempenho do câmbio pode determinar o rumo da política monetária. A permanência do dólar abaixo do patamar de R$ 2,40 pode permitir que o Banco Central encerre o ciclo de aperto monetário após subir a Selic em mais uma ou duas doses de 0,25 ponto. Mas, caso haja uma disparada da cotação, então altas adicionais podem ser necessárias.

A preocupação com inflação é outro elemento que marca a retomada dos negócios no mercado de juros. O ano começa com uma série de fatores, como a pressão de reajustes de preços no horizonte, depois que o governo decidiu segurar as correções de algumas tarifas públicas, como as do transporte. “Com os preços administrados congelados, começa a haver muita pressão para que esses reajustes ocorram, como tem havido em alguns municípios, que querem o reajuste das passagens de ônibus”, observa um operador.

O comportamento da coleta diária de preços reforça esse ambiente. Hoje, segundo informação de operadores, os números mostram um avanço de 0,79% do IPCA na ponta, ante 0,74% na coleta anterior. Os preços dos alimentos, como é normal para esta época do ano, têm grande contribuição nesse resultado: avançam 1,45%, ante 1,41% na amostra passada.

Além disso, a questão fiscal continua no centro das atenções. “Não há, até o momento, qualquer definição de meta fiscal, e isso é uma razão de desconforto”, diz um profissional.

Bolsa

O Ibovespa tem um dia de queda, afetado pelo PMI industrial da China. O índice caía 0,98% às 12h20, cotado em 51.002 pontos, em linha com as baixas na Europa e nos Estados Unidos. Em relatório com perspectivas para janeiro, o BB Investimentos diz que o indicador tem resistência em 52.500, 54.300 e 56.700 pontos. Os suportes estão em 49.800 pontos, 49.500 pontos e 47.100 pontos.

O diretor-técnico da Apogeo Investimentos, Paulo Bittencourt, diz que “esses dois pregões são meio encaixotados, com muitos investidores viajando”, o que restringe fortemente a liquidez e faz com que o início para valer dos negócios em 2014 seja postergado para a próxima segunda-feira. O giro financeiro era de apenas R$ 1,3 bilhão.

As maiores quedas do índice eram de Gafisa ON (-5,38%), Eletropaulo PN (-4,7%) e Brookfield ON (-4,34%). ALL ON perdia 4,26%.

Mercados internacionais

A queda do PMI da China em dezembro imprime um tom geral de cautela nos mercados de ações de todo o mundo, e Wall Street pode fechar em baixa no primeiro pregão do ano, algo que não ocorre desde 2008. O dólar e os juros dos Treasuries, ao contrário, tiveram uma manhã positiva em meio ao otimismo geral com os indicadores da economia americana – embora parte desse movimento tenha perdido, no início da tarde, um pouco de força.

O PMI industrial americano medido pela Markit subiu para 55 pontos em dezembro, o maior nível em 11 meses, e o índice ISM de atividade industrial caiu para 57 pontos em dezembro, ainda superando a previsão de 56,8 pontos. Os gastos com construção aumentaram 1,0% em novembro ante outubro, mais do que a previsão de alta de 0,8%.

Esses números completam o quadro geral da recuperação americana e ajudam a lembrar os investidores que, a partir deste mês, os estímulos monetários mensais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já diminuem para US$ 75 bilhões. A tendência é que o BC americano vá cortando gradativamente o programa de compras de bônus ao longo de todo este ano.

Por isso, o dólar teve uma manhã de forte alta, principalmente na comparação com o euro. Às 13h10 (de Brasília), o euro caía para US$ 1,3654, depois de ter passado pela mínima intraday de US$ 1,3636; o dólar recuava para 104,78 ienes no mesmo horário, mas manteve-se a maior parte da manhã acima dos 105 ienes. Entre os Treasuries, o yield da T-note de 10 anos cedia para 2,989% no mesmo horário acima, mas no fim da manhã o juro chegou a 3,071%, o maior nível desde julho de 2011.

Às 13h13, o Dow Jones caía 0,55%, o Nasdaq cedia 0,73% e o S&P 500 operava em baixa de 0,56%. Entre as bolsas europeias, destaque para a queda de 1,23% em Frankfurt e de 1,30% em Paris.

Fonte: Valor
Por Lucinda Pinto, Aline Cury Zampieri, Silvia Rosa e Marcílio Souza | Valor

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre precatórios já começou a ser aplicada, mesmo sem a definição de a partir de quando passará a valer.

Em julgamentos realizados nos últimos três meses, os ministros da própria Corte e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) seguiram o entendimento, firmado em 14 de março, sobre a inconstitucionalidade de duas regras previstas na Emenda Constitucional nº 62, de 2009: a aplicação da Taxa Referencial (TR) como índice de correção monetária das dívidas e o abatimento de débitos tributários dos precatórios. O STJ, inclusive, já autorizou o sequestro de bens do Estado de São Paulo para quitação de dívidas com um credor.

De acordo com advogados, as decisões dão segurança aos credores de precatórios, especialmente enquanto não é julgado o pedido de modulação dos efeitos do entendimento do Supremo, formulado por Estados e municípios. O objetivo é fixar um período de transição para Estados e municípios se adaptarem à decisão, que proibiu o pagamento parcelado em até 15 anos, e evitar prejuízos aos cofres públicos. "A modulação será para casos específicos, em que o fim do regime especial de pagamentos desorganize as finanças públicas. Mas o Supremo não autorizará o uso de dispositivos inconstitucionais", afirma o advogado Marco Innocenti, presidente da Comissão Especial de Defesa dos Credores Públicos - Precatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Advogado Marco Innocenti: modulação dos efeitos da decisão do Supremo será para casos específicos.

Precatórios são dívidas do Poder Público reconhecidas judicialmente. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juntos, Estados e municípios deviam no primeiro semestre de 2012 cerca de R$ 94 bilhões.

Em abril, com a notícia de que Tribunais de Justiça (TJs) tinham suspendido o repasse dos pagamentos por causa do vácuo legislativo, o ministro Luiz Fux determinou que, até o julgamento do pedido de modulação, os precatórios continuem sendo pagos pela sistemática anterior. Ou seja, pelas regras previstas na Emenda nº 62. Embora sem data marcada, Fux afirmou que levará a discussão a julgamento "o quanto antes".

Mas o entendimento já começou a ser aplicado pelos próprios ministros do Supremo. Ao julgar um caso de um credor do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), a ministra Cármen Lúcia reafirmou a posição da Corte de que a Taxa Referencial (TR) - que remunera a poupança - não serve para recompor a perda inflacionária da moeda. A Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o INSS, recorreu da decisão.

No dia 27 de maio, o ministro Castro Meira, do STJ, proferiu decisão semelhante, favorável a uma credora da União que teve a indenização reconhecida pela Justiça por violação de direitos fundamentais. E foi além: determinou a aplicação do IPCA para atualizar o valor dos precatórios. A União recorreu da decisão alegando que a decisão do Supremo ainda não havia sido publicada. No dia 26 de junho, a 1ª Seção do STJ rejeitou o recurso.

Segundo o advogado da credora, Marcelo Pires Torreão, sócio do escritório Torreão Machado & Linhares Dias Advocacia e Consultoria, a diferença entre os índices de correção - IPCA e TR - seria, nesse caso, de R$ 167 mil. Com a decisão do STJ, fica reconhecido o direito ao pagamento de R$ 971 mil. Segundo Torreão, a dívida da União aumentou 43% só com juros e correção monetária de 2008, quando foi condenada a pagar a indenização, até maio de 2013, quando o precatório foi expedido. "A União recorreu nove vezes nesse caso. Se não tivesse entrado com tantos recursos, o valor final a pagar seria bastante inferior", diz o advogado.

Três dias após o julgamento do Supremo sobre o regime especial de precatórios, a ministra Cármen Lúcia proibiu também a Fazenda Pública de abater dívidas tributárias de um credor. O caso era de uma indústria de Santa Catarina. A empresa corria o risco de ter um precatório de R$ 60 mil represado pela União para quitação parcial de um débito fiscal de R$ 307 mil. "O contribuinte já está pagando a dívida pelo Refis da Crise", afirma o advogado da empresa, Reni Donatti, sócio do Chiela e Donatti Consultores e Advogados.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) não recorreu da decisão e o caso transitou em julgado em abril. "A modulação de efeitos da decisão do STF, caso ocorra, também será respeitada pela PGFN", diz o órgão em nota.

No STJ, o ministro Herman Benjamin autorizou o sequestro de bens do Estado de São Paulo para pagamento de um precatório de um ex-funcionário público, reconhecido definitivamente pela Justiça em 2007. O parágrafo 13 do artigo 97 da Emenda Constitucional nº 62 protegia de sequestro de valores os entes que quitassem os débitos pelo regime especial. "Em casos semelhantes, vinha deferindo as liminares pleiteadas para sustar o sequestro dos valores", afirma Benjamin na decisão, acrescentando que, com a decisão do Supremo, não haveria mais justificativa para a proteção.

Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo diz que discutirá o sequestro no julgamento de mérito do caso. "Além disso, até que haja a conclusão do julgamento [do STF] e publicação de sua ata, segundo nosso entendimento, permanece plenamente eficaz a vedação de sequestro prevista na emenda", acrescenta o órgão na nota.

Fonte: Valor

02/07/2013 às 00h00

Por Bárbara Pombo | De Brasília

Altera o Decreto nº 1.560 de 2013, que concede redução da base de cálculo do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação e Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) na saída de suínos vivos originários do Estado.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, no uso das atribuições privativas que lhe confere o art. 71, incisos I e III, da Constituição do Estado e considerando o disposto nos art. 43 e 98 da Lei n. 10.297 de 26 de dezembro de 1996,

DECRETA:

Art. 1º O art. 1º do Decreto nº. 1.560, de 22 de maio de 2013, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º Excepcionalmente, pelo período de 60 (sessenta) dias a contar da publicação deste Decreto, fica reduzida em 83,33% (oitenta e três inteiros e trinta e três centéssimos por cento) a base de cálculo do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) nas saídas interestaduais tributadas em 12% (doze por cento) de suínos vivos originários deste Estado.

................................................................................................................”(NR)

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos retroativos a 24 de maio de 2013.

Florianópolis, 9 de julho de 2013.
JOÃO RAIMUNDO COLOMBO
Nelson Antonio Serpa
Antonio Marcos Gavazzoni

SÃO PAULO  -  A balança comercial dos Estados Unidos foi deficitária em US$ 34,3 bilhões em novembro, após déficit de US$ 39,3 bilhões em outubro (dado revisado), conforme o Departamento de Comércio americano.

As exportações somaram US$ 194,9 bilhões no penúltimo mês do ano e as importações, US$ 229,1 bilhões; em outubro, essas cifras corresponderam a US$ 193,1 bilhões e US$ 232,5 bilhões.

Em novembro, a balança de bens foi deficitária em US$ 53,9 bilhões e a balança de serviços acabou superavitária em US$ 19,7 bilhões.

Fonte: Valor

Preete, diretor da multinacional: produzir mais para um mundo cada vez maior. A demanda mundial por alimentos tende a seguir em ligeira expansão nos próximos anos e essa tendência pode prolongar o ciclo de preços elevados das commodities agrícolas, a despeito da curva de baixa observada nos últimos meses.

 

A avaliação é do vice-presidente executivo de estratégia global da multinacional americana Monsanto, Kerry Preete, que lembra que outros prognósticos de queda continuada dos preços já foram feitos no passado e que os atuais patamares seguem em geral favoráveis aos agricultores. E, conforme Preete, a produção também continuará em alta.

"Mesmo que existam pessoas que apostem na queda da demanda, sempre estaremos discutindo como produzir mais para um mundo cada vez maior", afirma. Para Preete, os constantes melhoramentos genéticos permitem que a produtividade continue em alta no mundo. A Monsanto é líder global no desenvolvimento de sementes transgênicas.

A Monsanto investe mais de US$ 1,4 bilhão por ano em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, ou cerca de 10% de seu faturamento global, que foi de US$ 13,5 bilhões no ano passado.

O cenário traçado por Preete vai contra as análises que sustentam que o atual ciclo de alta das commodities, inclusive agrícolas, pode estar com os dias contados. A tendência, segundo essa linha, é que a agricultura vai experimentar um longo período de "moderação", com maior equilíbrio entre oferta e demanda por alimentos e margens de lucro mais apertadas no campo.

Para Preete, mesmo que o ritmo de aumento demanda chinesa por carnes perca fôlego nos próximos anos, e que o mesmo aconteça com uso de milho para a produção de etanol nos EUA, por exemplo, o mercado não será prejudicado. De acordo com Preete e outros representantes de grandes grupos globais do setor de agronegócios, a população mundial ainda cresce e, consequentemente, estimula o aumento da produção de alimentos.

Para Pedro Dejneka, sócio e analista de mercado da PHDerivativos, a demanda é uma variável constante, e o que pode gerar variações nos preços são choques na oferta, principalmente por problemas climáticos. A atual falta de chuvas no Meio-Oeste americano, por exemplo, traz insegurança no volume que pode ser colhido de milho e soja e acaba puxando os preços para cima.

Por Tarso Veloso | De Saint Louis (EUA)
Fonte: Valor

O Brasil vai continuar dependente da importação de fertilizantes no longo prazo, mesmo com investimentos de US$ 13 bilhões programados pelo setor até 2018 visando aumentar a produção nacional.

A expectativa de analistas e executivos do setor é de que a demanda interna pelo produto continuará se expandindo nos próximos anos fazendo com que os investimentos apenas amenizem os volumes importados.

 

"Existe uma intenção dos empresários em reduzir as importações de fertilizantes porque a dependência externa é elevada, mas os investimentos programados não irão alterar a condição de importador líquido do Brasil", afirma Giovana Araújo, analista de agribusiness do Itaú BBA Securities. O Brasil importa, em média, 70% do nitrogênio, fósforo e potássio que o Brasil consome em fertilizantes, de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

Dos três insumos, a dependência maior de importação é do potássio, que beira os 93%. O Brasil produz 325 mil toneladas e consome 4,3 milhões de toneladas de potássio. Até 2018, a demanda deve subir para 5,2 milhões de toneladas e a produção se manter nos níveis atuais. Segundo o diretor executivo da Anda, David Roquetti Filho, há poucos investimentos de curto prazo na exploração de potássio. A Vale deve começar a produzir um novo sítio em Sergipe, mas a produção de lá vai substituir uma velha mina da Vale que está se esgotando, sem alterações significativas na produção.

Em relação ao fósforo, o Brasil produz 2,2 milhões de toneladas e consome 4,3 milhões de toneladas, precisando importar perto de 50% do total. A expectativa é de que em 2018 a produção atinja 4 milhões de toneladas ante uma demanda de 5,2 milhões de toneladas, reduzindo as importações para 23% do total. No caso do nitrogênio, a produção deve passar de 880 mil toneladas para 2 milhões de toneladas no período analisado, enquanto a demanda vai crescer de 3,5 milhões para 4,2 milhões de toneladas, com a necessidade de importação caindo de 75% para 55%. Roquetti ressalta que esta redução acontecerá se os investimentos forem concretizados e se novos projetos aparecerem. "Os investimentos têm que ser contínuos, senão voltamos a perder terreno para as importações", afirma.

Mas existem alguns entraves que podem ameaçar os investimentos. Segundo Jefferson Carvalho, analista do Food & Agribusiness Research do Rabobank, o cenário mundial é de excesso de aumento de produção de fertilizantes diante de uma desaceleração na demanda. "A China e a Índia reduziram seu consumo de fertilizantes em um momento de maior produção, fazendo com que os estoques mundiais cresçam e os preços caiam", diz. Para Giovana Araújo, com um cenário mundial de preços baixos, investimentos em produção no Brasil poderão ser postergados até que se tenha maior visibilidade de quando a relação entre oferta e demanda ficará mais justa. Para o presidente da unidade de fosfatos e nióbio da Anglo American, Ruben Fernandes, os investimentos em produção não devem ser adiados porque existe a demanda interna por fertilizantes deve ser fortalecida. (EM)

Fonte: Valor

O catarinense Darcirio Vronski chegou à Transamazônica Xingu em meados da década de 1970 e atualmente preside cooperativa de produção de orgânicos.

Às margens da rodovia Transamazônica , onde trafegar pelos trechos sem asfalto que se sucedem é sempre uma aventura, desponta o maior polo produtor de cacau no Pará. A cerca de 1.000 quilômetros a oeste de Belém, ou a duas horas de carro a partir do município de Altamira, a região, conhecida como Transamazônica Xingu, é encarada por produtores e indústrias quase como uma redenção, tendo em vista os problemas que afetam a cultura na Bahia. Dali sai 70% da colheita paraense - que, por sua vez, já representa mais de 30% do total nacional. E a tendência é que a expansão continue.

 

Os números escondem, porém, uma miríade de problemas que ainda têm de ser enfrentados para que a região aproveite as condições naturais favoráveis ao cultivo da commodity e possa ser plenamente beneficiada pela boa demanda e os atraentes preços atuais. Além dos entraves ambientais decorrentes do impacto de uma produção em maior escala, problemas trabalhistas e fundiários limitam o avanço das plantações, que também convivem com obstáculos relacionados à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

O desenvolvimento da cacauicultura na Transamazônica Xingu teve início entre as décadas de 1970 e 1980, quando agricultores de todo o país foram atraídos pela terra-roxa da região. Era uma época em que as famílias assentadas recebiam apoio do governo para explorar a terra, e desmatar era uma obrigação. Poucos conheciam o cacau e era um caminho praticamente sem volta, mas as opções de que encarou a "saga" certamente não eram melhores.

O catarinense Darcirio Vronski chegou em 1976 à Medicilândia, hoje o maior município produtor de cacau da Transamazônica Xingu - e do país. Um ano depois levou a família, e em 1978 fez o primeiro plantio. Hoje ele produz em 30 hectares, com uma produtividade média de 1 quilo por pé. Sua colheita gira em torno de 28 a 30 toneladas por ano. Como quase todos os produtores de cacau do Pará, Vronski vive em um assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em sua roça, trabalham a família e dois meeiros, além de mão de obra temporária durante a colheita.

Se não tem espaço para expandir significativamente a área de plantio, Vronski tem avançado em qualidade. Sua produção hoje é orgânica e a cooperativa que preside - a Cooperativa de Produtos Orgânicos da Amazônia (Coopoam) - faz parte de um programa que conta com o apoio de ONGs e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). (ver matéria abaixo). O custo desse tipo de cultivo é maior, mas no ano passado ele vendeu a colheita de cacau do tipo 1, para exportação, com prêmio de 100% sobre o valor do produto convencional.

Diante das dificuldades, Vronski pode ser considerado um caso de sucesso. Mas nem todos que se arriscaram no Pará tiveram a mesma sorte, e os inúmeros obstáculos existentes limitam o desenvolvimento da cacauicultura no Estado. Não por coincidência, diz Paulo Henrique Fernandes dos Santos, coordenador regional da Ceplac da Transamazônica, a demanda pelas sementes distribuídas pela comissão caiu 40% este ano. De acordo com ele, ações como as realizadas pelo Ministério do Trabalho, por exemplo, ainda preocupam os agricultores na região.

Uma das queixas é que o Ministério do Trabalho vêm colocando na ilegalidade contratos de meação feitos nos moldes do que vigoram na Bahia, ainda o maior Estado produtor de cacau do país. Normalmente, esses contratos preveem a divisão da produção, em partes iguais, entre os agricultores e os meeiros. Conforme José Ribamar Miranda da Cruz, chefe da Inspeção do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Pará, esses contratos são reconhecidos, mas outros trabalhadores contratados durante a colheita não estão sendo considerados "objeto" de contrato - daí o problema. Mas este ano não houve nenhuma ação da superintendência em áreas produtoras de cacau, apenas de equipes volantes do ministério.

Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo do ministério, Alexandre Lyra, em 2013 foram realizadas três ações na região de Medicilândia. Em uma delas, foram lavrados 20 autos de infração, com contrato de meação descaraterizado e condições impróprias para os trabalhadores encontrados na fazenda. "Hoje é inviável contratar", afirma Jay Wallace da Silva e Mota, superintendente da Ceplac no Pará. A diária de um trabalhador custa cerca de R$ 50. As discussões sobre o tema prosseguem.

Na frente ambiental, o desmatamento ilegal não é o único problema. Produtores têm dificuldades em obter autorização mesmo para o desmate de 20% de suas áreas de produção, conforme autoriza o Código Florestal para o bioma amazônico. Para preparar uma área para o cacau, muitas vezes é preciso fazer um "raleamento" (quando um pouco da vegetação de grande porte é arrancada) para abrir espaço a bananeiras, por exemplo, que são capazes de gerar um sombreamento provisório para a amêndoa. Depois entram as "essências florestais", como mogno, ipê e copaíba, que fornecerão o sombreamento definitivo.

Apesar do cultivo em sistema agroflorestal, para uma área ser classificada como de "compensação ambiental" são necessárias, no mínimo, cinco variedades diferentes de essências florestais, diz Alino Zavarise Bis, agente de atividade agropecuária da Ceplac. Segundo Jay Wallace, mesmo que o cacauicultor tenha plantado o mogno, depois ele não pode ser cortado, por ser nativo do Pará.

Apesar das dificuldades - e desde que não seja ilegal, evidentemente -, a produção em sistema agroflorestal é capaz de melhorar a qualidade do solo, já que revolve a matéria orgânica que fertiliza a terra. Um lote de 100 hectares de cacau pode alcançar R$ 1 milhão na região. A renda bruta da cacauicultura em Medicilândia chega a R$ 5 mil por hectare, considerando um rendimento médio de mil quilos por hectare. Em uma propriedade de 15 hectares (tamanho médio na região), portanto, a renda chega a R$ 75 mil anuais.

Se há problemas ambientais e trabalhistas, no âmbito fundiário o cenário não é menos complexo. Conforme Santos, da Ceplac, há produtores assentados pelo Incra há 40 anos que não têm o protocolo da instituição. E, conforme Jay Wallace, o fato de 90% das terras paraenses serem federais e de o Estado não ter ingerência sobre assentamentos do Incra inibe investimentos de empresários.

Para Santos, em virtude das dificuldades existentes a meta do governo do Estado em duplicar a área de cacau para 220 mil hectares em 2019 está comprometida. O plano foi lançado em 2011, com a previsão de que a produção poderia chegar a 250 mil toneladas. A Secretaria de Agricultura do Pará projeta que a produção em 2014 vai superar 100 mil toneladas, ante as cerca de 90 mil previstas para 2013 e as 84 mil de 2012. Já as indústrias estimam que a safra é bem menor - 54 mil toneladas no ano passado.

Nesse contexto, a hidrelétrica de Belo Monte se tornou outro problema para a cacauicultura. Em boa medida, diz Zavarise Bis, pelos reflexos que a usina poderá ter na disponibilidade de mão de obra na região. Mas Jay Wallace afirma que a expansão está garantida, até porque 24 mil dos atuais 124 mil hectares plantados com cacau no Pará ainda não entraram em produção.

De acordo com a Norte Energia S. A, consórcio responsável pela usina de Belo Monte, 1.027 propriedades com cultivo de cacau estão nas áreas do reservatório, canteiros de obras e locais necessários para a estruturação do empreendimento. São pouco mais de 2 milhões de pés de cacau, em 2 mil hectares. O consórcio não informou o valor das indenizações que serão pagas aos produtores. De acordo com uma fonte, a indenização paga, que era de R$ 96 por pé de cacau, já diminuiu para R$ 46.

A jornalista viajou a convite da Harald

Fonte: Valor
Por Carine Ferreira | De Medicilândia e Altamira (PA)

Edgard Dutra, diretor da Metalplan, diz que a redução de custos permitiu oferecer preços mais flexíveis para os clientes da fabricante de compressores.

A desoneração da folha de salários ajudou os empresários a recuperar rentabilidade ou a reduzir preços na exportação e, com isso, recuperar clientes, mas ainda não fez diferença no volume ou no valor total exportado pelo país em bens manufaturados.

Empresários de diferentes ramos da indústria de transformação consultados pelo Valor beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos relatam que a medida foi importante não só por ter reduzido os custos com mão de obra, mas também por ter elevado a competitividade das exportações. Estão nessa leva os setores de confecções e de calçados, que estão no regime desde o começo de 2012, e outros que entraram em agosto daquele ano. Na balança comercial do país, contudo, os resultados ainda não apareceram.

Calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o coeficiente de exportações mostra que, na comparação entre o terceiro trimestre de 2012 e igual período de 2013, a participação das vendas externas no faturamento das indústrias desoneradas não subiu. Neste cálculo, não há informações separadas para o segmento de transportes (autopeças, ônibus e naval).

Por outro lado, segundo a Funcex, a rentabilidade das exportações aumentou em seis de sete setores analisados no mesmo período, mesmo com alguma redução de preços decorrente da depreciação cambial. Os maiores ganhos ocorreram nas indústrias de confecções (13%) e de couro e calçados (9,3%), que desde o início de 2012 deixaram de pagar os 20% sobre a folha salarial para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, em troca, passaram a contribuir com uma alíquota de 1% sobre o faturamento, excluindo-se a receita com vendas externas.

Em agosto do ano passado, entraram no regime de desoneração da folha os fabricantes dos ramos têxtil, plástico, material elétrico, máquinas e equipamentos mecânicos, móveis, autopeças, ônibus e naval.

Na indústria de máquinas e equipamentos, a fatia das exportações sobre o faturamento recuou de 19,1% no terceiro trimestre de 2012 para 17,3% no terceiro trimestre deste ano, mas a rentabilidade das vendas externas ficou 3% maior na mesma comparação. As empresas WEG e Metalplan afirmam que, para elas, o coeficiente de exportações manteve-se praticamente estável porque também houve crescimento doméstico no período.

"Tendo na bagagem um câmbio melhor e um custo menor, ficamos mais animados para essa briga", diz Antônio Cesar da Silva, diretor de marketing da WEG, que produz motores elétricos para eletrodomésticos e equipamentos para automação industrial, geração e distribuição de energia. Segundo Silva, a redução de custos com a desoneração melhorou as margens e criou mais "gordura" para negociar preços lá fora. Do total de receitas da WEG, diz ele, cerca de metade vem do mercado externo, com influência maior das exportações da WEG Brasil do que da produção das plantas internacionais.

Para Edgard Dutra, diretor da fabricante de compressores Metalplan, a redução de custos na ordem de 5% a partir da desoneração da folha foi útil para flexibilizar descontos aos clientes externos e assim, aumentar as vendas, já que, como a taxa de câmbio não permaneceu em R$ 2,40, não foi possível diminuir a tabela de preços de exportação de modo uniforme. "Na prática, ficamos mais competitivos", conta.

De acordo com Dutra, a participação das exportações no faturamento da Metalplan, atualmente em 10%, não aumentou este ano porque também houve uma expansão significativa no mercado interno, puxada pela recuperação dos investimentos observada no primeiro semestre. "Mas, em relação a 2011, já mais que dobramos as exportações."

No setor de autopeças, o vice-presidente da Zen, Nelson Zen Filho, avalia que a desoneração foi importante para elevar as vendas ao exterior no caso da empresa, que exporta 50% de seu faturamento, mas pode não ter ajudado tanto companhias em que esse percentual é menor. "Para nós, a desoneração ajudou a manter as vendas, porque não estamos exportando alguns impostos e custos a mais", disse. Como os concorrentes lá fora estão diminuindo preços, afirmou, a medida, ao lado de um patamar "mais apropriado" do dólar, permitiu uma negociação mais competitiva com as montadoras.

Já a Metagal, que fabrica retrovisores, não viu diferença nas exportações. Davi Candido, diretor da empresa, aponta que a desoneração não foi suficiente para elevar a fatia de exportações sobre o faturamento, de 5,5%, mesmo patamar de 2012. Ele relata que a maior volatilidade cambial aumentou os preços de insumos dolarizados, que não puderam ser repassados a clientes internos e externos porque o mercado está muito "resistente" a reajustes. "Para nós, o impacto da desoneração da folha foi zero", afirmou.

Na indústria plástica, o coeficiente de exportações caiu de 7,9% no terceiro trimestre de 2012 para 7,3% no mesmo período deste ano. Ainda assim, o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, avalia que a medida ajudou o setor a exportar mais e a recuperar parte do mercado interno.

Roriz explica que, com a sazonalidade mais fraca de fim de ano, as empresas do setor costumam demitir nessa época, o que parece não ter acontecido em 2013, ou, pelo menos, ocorreu em menor escala. "Como mantivemos funcionários mais treinados e qualificados, a competitividade e produtividade aumentaram."

O setor de móveis, que também exporta pouco na média, viu sua fatia de exportações em relação ao faturamento diminuir de 6,5% para 5,1% na mesma comparação. Na catarinense Butzke, porém, esse percentual passou de 17% na média de janeiro a novembro de 2012 para 19% no mesmo período de 2013, de acordo com o diretor comercial Michel Otte. Para Otte, a desoneração "amenizou" a diferença competitiva do Brasil com outros países que não cobram impostos sobre exportações, ajudando a Butzke a fechar negócios.

Fonte: Valor
Por Arícia Martins | De São Paulo

O convênio que permitiria a dezesseis Estados e o Distrito Federal conceder isenção de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na importação de bens de capital sem similar nacional foi rejeitado. A medida havia sido autorizada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), mas o Estado do Espírito Santo manifestou-se contrário.

Na prática, segundo o advogado Marcelo Jabour, diretor da Lex Legis Consultoria, a rejeição impede a ratificação nacional, necessária para o convênio entrar em vigor. Isso porque não haveria unanimidade e relação à aprovação da benesse por todos os Estados do país.

O Convênio nº 57, de 2013, recentemente publicado, foi a norma rejeitada. O Ato Declaratório nº 15, do Confaz, publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira, formaliza a rejeição.

A Secretaria da Fazenda do Espírito Santo foi procurada para explicar o motivo da rejeição, mas ainda não se manifestou a respeito.

Para o advogado Richard Dotolli, do escritório Siqueira Castro Advogados, se fosse possível a concessão do benefício, isso reduziria a utilização do porto do Espírito Santo, além de prejudicar o benefício fiscal concedido pelo governo capixaba para incentivar a indústria metal-mecânica do Estado.

Entre as máquinas abrangidas pelo convênio estão máquinas a vapor, compressores de ar, fornos industriais e equipamentos agrícolas, entre outros.

A isenção abrangeria também o devido de diferencial de alíquotas - diferença entre a alíquota interna e interestadual de ICMS - no caso de mercadoria adquirida de empresa de outro Estado. Além disso, também seria aplicada à importação das máquinas e equipamentos sobressalentes, as ferramentas e aparelhos e outras partes e peças destinadas a garantir a operacionalidade dos bens de capital principais.

Fonte: Valor
SÃO PAULO

SÃO PAULO  -  Analistas do mercado financeiro elevaram suas estimativas para a cotação do dólar ao fim deste e do próximo ano, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), que colhe projeções entre cerca de cem instituições.

A mediana das expectativas para o fim deste ano saiu de R$ 2,30 para R$ 2,33 e para o próximo, de R$ 2,40 para R$ 2,43.

Ainda no Focus, os analistas reduziram a projeção para o superávit da balança comercial neste ano, de US$ 1,25 bilhão para US$ 1,19 bilhão, mas elevaram a estimativa para 2014, de US$ 7,45 bilhões para US$ 7,85 bilhões.

As projeções para o ingresso de investimento estrangeiro direto (IED) seguiram em US$ 60 bilhões para ambos os anos.

Fonte: Ana Conceição | Valor

SÃO PAULO  -  Os juros futuros e o dólar operam em alta firme nesta manhã, sob efeito do comportamento do mercado internacional. Dados mais fracos vindos da China e da França impulsionam ganhos do dólar em relação às principais moedas. Aqui, o volume de negócios reduzido acaba potencializando a reação da moeda americana. Segundo operadores, não há notícias de fluxo negativo de recursos.

Às 9h41, o dólar comercial avançava 2,30% para R$ 2,3970, enquanto o dólar futuro para fevereiro ganhava 1,89%, para R$ 2,4215.

Sob efeito do movimento do dólar e dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), os juros futuros também operam em alta firme. O yield do T-note de 10 anos alcançou há pouco 3,026%, refletindo a visão de que a economia americana está em processo de recuperação, o que pode acelerar os passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no processo de normalização da política monetária. Assim como no dólar, o giro é bastante reduzido, tornando o mercado mais suscetível a oscilações bruscas.

Às 9h43, DI janeiro/2017 era negociado a 12,38%, de 12,28% no ajuste de segunda-feira. DI janeiro/2015 operava a 10,62%, de 10,58% no pregão anterior.

Fonte: Valor
Por Lucinda Pinto | Valor

SÃO PAULO  -  O dólar devolve parte dos ganhos da semana passada, mas segue não muito longe de R$ 2,40, após bater R$ 2,39 na máxima de sexta-feira. A cotação sofre um ajuste de baixa em linha com o exterior, onde a moeda americana cedia em relação a uma cesta de divisas, influenciada pelo alívio no rendimento do título de dez anos do Tesouro dos EUA.

O mercado acelerou a queda após o horário previsto para o Banco Central (BC) acolher propostas para um leilão de 10 mil contratos de swap cambial tradicional, num total de US$ 500 milhões.

Pouco depois das 10 horas, o dólar comercial cedia 0,71%, para R$ 2,3700, depois de oscilar entre R$ 2,3810 e R$ 2,3730. O dólar para janeiro recuava 0,77%, a R$ 2,3735.

Fonte: Valor
Por José de Castro

O Brasil já não está "botando banca". As estimativas de crescimento para este ano colocam a maior economia na América Latina à frente apenas da Venezuela e de El Salvador, na região, e as perspectivas para o próximo ano não são muito melhores. A moeda brasileira, o real, caiu para seu nível mais baixo em relação ao dólar americano em mais de quatro anos, obrigando o governo a injetar bilhões de dólares no mercado futuro de câmbio e a elevar as taxas de juros para impedir fugas de capital - apenas alguns anos após impor um novo imposto para deter as entradas. Então, o que realmente está acontecendo no Brasil, e o que pode ser feito para assegurar um futuro próspero?

Certamente, o Brasil tem apresentado um desempenho muito bom segundo alguns indicadores de desempenho econômico ao longo da última década. Por exemplo, seus extensos programas sociais, associados ao crescimento passado do PIB, melhoraram acentuadamente a distribuição de renda no país.

No mesmo período, porém o crescimento anual do PIB foi, em média, de modestos 3,5%, e o crescimento da produtividade caiu em território negativo. A produtividade do trabalho no Brasil é um quinto da americana e inferior à mexicana e chilena. Como resultado, o Brasil pode não estar tão bem posicionado para tirar proveito de seu bônus demográfico (quando uma parcela crescente de pessoas em idade ativa cria novas oportunidades para o crescimento econômico), como acreditam seus líderes.

Nem o governo Lula nem o de Dilma absorveram a lição principal da ascensão do Leste Asiático: embora uma política industrial melhore o desenvolvimento, não é substituta para investimentos em infraestrutura, capital humano e setores focados em exportações

Um fator que limita as perspectivas do Brasil é a sua baixa produtividade, que pode ser explicada em parte por uma anêmica taxa de investimento de 18% do PIB - baixa para a América Latina e insignificante em comparação com o Leste Asiático. Investimentos insuficientes implicaram infraestrutura inadequada. Assim, apesar dos enormes gastos em estádios para a Copa do Mundo no próximo ano, os custos de logística permanecem elevados, minando a competitividade brasileira e limitando as perspectivas de crescimento do país. Enquanto isso, os escândalos de corrupção e frustração generalizada com a baixa qualidade dos serviços públicos estão alimentando o descontentamento social e reduzindo a confiança dos investidores.

O boom econômico brasileiro foi em grande parte resultado da disparada dos preços das commodities. Apesar de um esforço do banco de desenvolvimento do Brasil, o BNDES, no sentido de reforçar a competitividade e promover a formação de empresas industriais multinacionais maiores, a posição industrial do Brasil continuou a declinar. Embora o setor agrícola tenha exibido alguns ganhos de produtividade a partir de 2000, os altos custos de logística têm limitado seu impacto. O Brasil ainda está à procura de novos motores de crescimento.

O governo da presidente Dilma Rousseff, como o de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, claramente não absorveu a lição principal da ascensão econômica do Leste Asiático: embora uma política industrial possa melhorar o desenvolvimento econômico, não é substituta para investimentos em infraestrutura, capital humano e setores focados em exportações.

Apesar de o Brasil orgulhar-se de ter um sistema eficaz de arrecadação tributária e de seu banco central ter uma reputação de praticar uma política monetária prudente, recursos fiscais são desperdiçados em programas sociais e em despesas constitucionalmente obrigatórias que produzem baixos retornos devido à inadequada implementação pelo setor público. Por outro lado, os custos elevados dos empréstimos no mercado doméstico estão minando o investimento privado. De acordo com o Banco Mundial, o Brasil está na 130ª posição entre 185 países, em termos de facilidades para a atuação do empresariado.

Nesse contexto, o governo de Dilma Rousseff foi, talvez, temerário ao condenar o ingresso de "capital indesejável" nos últimos anos e de erguer barreiras a importações destinadas a proteger a indústria nacional, por assim prejudicar a concorrência no mercado. A estratégia mais prudente teria sido aumentar o investimento por meio de intermediação financeira para alocar esses recursos a empresas que estão sendo expulsas dos mercados de capitais domésticos devido aos custos excessivamente elevados dos empréstimos.

Na verdade, a abordagem do governo serviu apenas para agravar o problemas brasileiro de baixo investimento de capital, fraca concorrência e relativamente pouca inovação - problemas que impediram o país de alcançar os ganhos de produtividade total dos fatores nas duas últimas décadas. A maioria dos analistas de tendências agora estima as taxas de crescimento do Brasil bem abaixo do produto potencial. Se eles estiverem certos, será difícil manter os ganhos econômicos e sociais duramente conquistados na década passada.

Para evitar esse resultado, os líderes brasileiros deveriam incrementar a eficiência dos gastos do governo e usar os recursos liberados para alargar os gargalos de infraestrutura. O sucesso deveria ser medido de acordo com o impacto sobre, digamos, a qualidade da educação e a aquisição de competências, em vez de em relação ao nível obrigatório dos gastos públicos.

Além disso, os formuladores de políticas governamentais deveriam realizar uma reforma abrangente visando eliminar os privilégios das empresas nacionais e intensificar a competição, inclusive com empresas estrangeiras. A fim de aumentar a competitividade das exportações da indústria brasileira, a política industrial deveria apoiar a transição para produtos e serviços de alto valor. Para esse fim, os empréstimos do BNDES deveriam ser realocados - de empresas existentes para outras, inovadoras.

Um sucesso em todas essas áreas dependerá de efetiva implementação, monitoramento e cooperação entre governo e empresas. Nos próximos 10 a 15 anos, o Brasil terá uma tremenda oportunidade para capitalizar seu dividendo demográfico. A menos que o país alcance níveis suficientemente altos de produtividade e de crescimento, perderá sua oportunidade.

O setor de manufatura, que passou de 30% do PIB em 1980 para 15% em 2010, deve tornar-se um motor de inovação e de crescimento do PIB. Ao mesmo tempo, o setor de serviços em rápido crescimento - que responde por 90% dos novos empregos no Brasil - precisa ser mais produtivo, o que requer maior ênfase em serviços ligados à produção e às exportações.

Após uma década de reformas e contenção de gastos sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, e de uma década de políticas que favorecem a inclusão social no governo Lula, o Brasil necessita uma década de crescimento econômico. Seu governo não tem tempo a perder. (Tradução de Sergio Blum).

Danny Leipziger, professor de Negócios Internacionais da Universidade George Washington e diretor da Diálogo para o Crescimento, foi vice-presidente do Banco Mundial e atuou como vice-presidente da Comissão Spence sobre Crescimento e Desenvolvimento. Copyright: Project Syndicate, 2013.

www.project-syndicate.org

Fonte: Valor

Nos primeiros cinco meses de gestão do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, foram contratados 92 servidores para ocupar cargos de confiança na sede da Pasta. Este número representa cerca de 10% do total de comissionados contratados antes da posse do ministro em março. O PMDB, partido de Andrade, tem indicado as nomeações e substituído quadros técnicos.

Uma série de ofícios aos quais o Valor teve acesso mostra que o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), foi diretamente responsável por boa parte das indicações. Por meio do próprio site do ministério, é possível localizar documentos enviados em nome de Cunha com recomendações de nomes políticos para cargos técnicos de chefia.

"Dirige-se ao senhor ministro para encaminhar os currículos (em anexo) dos senhores Pedro de Camargo Neto, Flávio Braile Turquino e Rodrigo José Pereira Leite Figueiredo, com vistas a ocuparem diretorias na Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA/Mapa," diz um dos documentos (21034.002873/2013-62).

Pedro Camargo não assumiu, mas os dois outros nomes apontados - Turquino e Figueiredo - foram empossados nas vagas de diretor da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), respectivamente. Turquino era gerente de exportação do frigorífico Big Frango e Figueiredo é advogado.

Outro documento com o mesmo teor (70000.003779/2013-23) indicou Marcelo Junqueira para assumir o cargo de secretário da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Ele foi confirmado posteriormente na vaga. Por ser funcionário de carreira da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Junqueira não foi tão contestado.

As nomeações acatadas pelo ministro desagradaram os funcionários do ministério, as entidades do setor como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e fiscais agropecuários que entraram em greve justamente contra a "ingerência política e empresarial na nomeação do novo secretário de Defesa Agropecuária". Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA), Wilson Roberto de Sá, os grevistas estão "prontos para a guerra".

Apesar do grande volume de novos servidores nomeados pela gestão do PMDB, as áreas técnicas não receberam reforço, segundo os servidores de carreira do ministério. Dados dos fiscais agropecuários indicam que existem 771 profissionais para o controle de 3.251 estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF). Além disso, eles reclamam que faltam fiscais no próprio ministério para dar andamento nos milhares de processos recebidos pela SDA.

A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PSD-TO), disse no mês passado que era contra a substituição do ex-secretário de Defesa Agropecuária, Enio Marques, promovida pelo PMDB. "Quero dizer que o dr. Enio, que tinha toda a qualidade para estar nesse local, foi demitido esta semana, e em seu lugar toma posse um senhor que não tem o menor conhecimento da área. [...] como obrigação de senadora e presidente da CNA, estaremos fiscalizando [...], para que nada aconteça com a questão sanitária brasileira", disse Kátia Abreu.

Procurado, o Ministério da Agricultura não quis se pronunciar. O líder do PMDB, Eduardo Cunha, também não respondeu aos pedidos de entrevista do Valor.

Fonte: Valor
Por Tarso Veloso | De Brasília

Por volta das 8 horas desta quarta-feira, o Terminal Embraport entrou em operação no Porto de Santos. As atividades comerciais da empresa começaram com a escala do navio Mercosul Manaus, a primeira embarcação mercante a atracar na instalação, localizada na Margem Esquerda (Guarujá) do complexo santista.

Originalmente, o início das operações estava previsto para esta terça-feira. Mas o Manaus acabou prolongando sua atracação no cais do Terminal de Exportação de Veículos (TEV), onde escalou antes de seguir para a Embraport.

De acordo com a assessoria da Embraport, na noite de terça, sua direção esperava que o cargueiro conseguisse deixar o TEV e atracar no berço 1 do terminal da empresa até esta manhã, iniciando suas atividades logo em seguida.

Ainda na terça-feira, estivadores e operários portuários protestaram contra a empresa, defendendo que fossem contratados por ela para as operações de carga. No início da noite, em Santos, representantes dos trabalhadores e do terminal se reuniram para negociar. As tratativas devem continuar nesta tarde.

O primeiro

A atracação do Mercosul Manaus é resultado do primeiro contrato do terminal com uma companhia de navegação, nesse caso, a Mercosul Line, braço do Grupo Maersk especializado no transporte marítimo de cargas de cabotagem (aquelas transportadas entre portos de uma mesma costa).

O acordo prevê escalas semanais no terminal. Depois do Manaus, o próximo a parar na instalação marítima será o Mercosul Suape, na segunda-feira que vem. No dia 15, virá o Log-In Jatobá e, no dia 23, o Mercosul Santos.

Para a Embraport, que recebeu do Ibama. no final de maio, a licença de operação da fase 1 do terminal, o primeiro mês é considerado de testes para que possa ser dado o próximo passo, que inclui o recebimento de contêineres de comércio exterior.

A movimentação dessas cargas integra um segundo contrato da empresa, cujos navios devem começar a escalar no mês que vem.

A instalação começa suas operações com dois berços (650 metros de cais) e uma retro área de 530 mil metros quadrados concluídos. A continuidade de suas obras, com o término do terceiro berço destinado a contêineres e a construção do ponto de atracação para granéis líquidos, dependerá da demanda do mercado.

A implantação da unidade representou um investimento de R$ 2,3 bilhões – R$ 1,4 bilhão em obras e R$ 900 milhões para a compra de equipamentos.

Fonte: Jornal a Tribuna

Em PE, expectativa de aumento na exportação de frutas anima. No Vale do São Francisco, fazendas se preparam para a colheita.

Produtores esperam repetir ou superar exportação do ano passado.

Cada detalhe da embalagem é conferido minuciosamente. O cuidado é para atender as exigências do mercado porque as uvas e mangas do Vale do São Francisco saem direto para as mesas dos consumidores americanos e europeus. Às vésperas de começar o trabalho de exportação de frutas, as fazendas da região estão em ritmo acelerado.

Em outra fazenda, no projeto irrigado Nilo Coelho, zona rural de Petrolina, 25 hectares são de uvas sem sementes para exportação. O agricultor Edis Matsumoto, que negocia com o mercado externo há 12 anos, conta que está otimista com a colheita e comercialização da fruta.

O cenário é reflexo da reação econômica que os países importadores têm apresentado com a alta do dólar e do euro nos últimos meses. De acordo com a Câmara de Fruticultura de Petrolina, esse é o motivo que anima os produtores de frutas do Vale do São Francisco. Além da valorização das moedas estrangeiras, a região vive uma boa fase que vem desde o ano passado, quando as exportações apresentaram bons resultados.

Em 2010 e 2011, o Vale exportou 60 mil toneladas de uva e no ano passado foram 52 mil. A expectativa deste ano é repetir ou superar esse volume. A comercialização da manga também promete. Se em 2012 foram exportadas 23 mil toneladas da fruta, este ano, a previsão é chegar a 30 mil toneladas.

O clima mais seco do Nordeste favorece as duas culturas e dificulta o surgimento de manchas e doenças que comprometem a qualidade do produto.

Fonte:Globo Rural

Apesar do otimismo do governo brasileiro que anunciou que o Brasil começaria a exportar milho "imediatamente" para a China após a assinatura do acordo fitossanitário entre os dois países em novembro, os produtores ainda não estão exportando o grão para os asiáticos. A falta de uma "lista de exportadores" ainda deve atrasar os embarques para os chineses.

 

Segundo uma fonte do Ministério da Agricultura, a lista é a última etapa necessária para colocar em prática o tratado assinado em novembro. O ponto principal já foi fechado, com a assinatura do acordo fitossanitário, que definiu alguns padrões de qualidade do produto a ser embarcado para a China.

Agora, a próxima etapa, que está sendo tocada pelo Ministério da Agricultura, prevê a elaboração de uma lista de interessados em exportar. Essa relação é necessária, segundo a fonte, para definir quem se enquadra nas exigências dos chineses. Com a falta da lista, portanto, os embarques seguem travados.

Os exportadores interessados e que cumpram as exigências devem se manifestar via entidades que os representam. Essas entidades estão coletando os pedidos. Em seguida, as associações devem encaminhar a lista do ministério, que a publicará. "Esse mecanismo vai ajudar o setor privado e o importador chinês a saber quem se enquadra nos padrões estabelecidos pelos acordo fitossanitário", disse uma fonte da Agricultura.

Somente com essa etapa concluída é que os importadores chineses poderão começar a fechar contratos com os exportadores nacionais. O ministério aguarda que mais dados sejam entregues para que a publicação seja feita.

"Já recebemos bastante informações das entidades que representam os produtores e exportadores de milho, mas estamos esperando um número maior de dados antes de publicar a lista final", afirmou uma fonte da Agricultura.

Atualmente, os chineses barram a entrada do milho brasileiro por meio de uma série de exigências válidas para o grão tipo semente, apesar de o Brasil insistir que exporta o grão para consumo. Apesar de o Brasil pedir a liberação há anos, o processo somente se acelerou nos últimos meses devido ao interesse dos asiáticos. De acordo com a FAO, a agência da ONU para agricultura e alimentação, o aumento das compras chinesas é uma das razões para a alta prevista de 13% das importações globais do milho em 2013/14.

Apesar da falta de uma lista, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, tem dito que os brasileiros estão autorizados a exportar. Em entrevistas recentes e ao voltar da China, Andrade afirmou que os empresários brasileiros deveriam procurar compradores para o milho brasileiro. "A parte do governo, de propor a abertura do mercado, já foi feita. Agora é a vez do empresário negociar a venda", disse Andrade, na saída de uma reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em 26 de novembro.

A informação, porém, foi negada por fontes da área técnica da Pasta. "De fato ainda falta a publicação da lista, que já está sendo finalizada, e esperamos publicá-la o mais breve possível. Estamos aguardando uma maior adesão antes de publicar a primeira lista", disse a fonte.

A expectativa do governo é de que os embarques possam evoluir até alcançar cerca de 10 milhões de toneladas do grão por safra - o que, a preços atuais, agregaria cerca de US$ 2 bilhões às exportações do agronegócio nacional.

Fonte: Valor
Por Tarso Veloso | De Brasília

O mundo dos dados econômicos pode estar rumando para uma fase nova e substancialmente diferente.

Empresas privadas estão implantando novas tecnologias para reformular a abordagem , que já tem mais de meio século, para monitorar as variações na economia global, prometendo oferecer indicadores constantemente atualizados para orientar as grandes corporações, governos e fundos de hedge.

A mais recente a entrar no setor, Premise Data, é a primeira a criar dados da inflação em tempo real, recorrendo a centenas de pessoas, no mundo todo, que diariamente tiram fotos de prateleiras de lojas e carrinhos de supermercado para acompanhar as mudanças de preços.

A nova firma, com apoio dos investidores Google Ventures, Andreessen Horowitz e Harrison Metal, será apresentada hoje, depois de passar quase dois anos montando discretamente sua estrutura.

A Premise colocou em campo 700 funcionários com smartphones, em 25 cidades, para captar imagens de produtos, acompanhando a mudança diária dos preços. O software registra automaticamente a localização dos produtos e de cada loja e analisa as imagens de mercadorias como carne e verduras para medir as diferenças de qualidade. O usuário que visualiza as informações pode ampliar as imagens dos produtos em cada varejista, tornando assim o programa uma versão do Google Street View para prateleiras de lojas.

Os computadores da Premise também percorrem sites para capturar automaticamente os preços de lojas on-line, processo que ainda fornece cerca de 80% dos dados que a firma usa para criar indicadores de inflação em tempo real.

Em contraste, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos levanta dados de preços enviando seus funcionários para coletar o valor dos produtos uma vez por mês. As informações são então compiladas num relatório mensal de inflação.

Inovações tecnológicas como redes de abastecimento eficientes e entregas "just-in-time" "alteraram completamente a atividade econômica humana", disse David Soloff, fundador e executivo principal da Premise. "Contudo, os indicadores que as pessoas examinam pararam numa outra época."

Quando planejou a estreia da empresa, Soloff não sabia que o governo americano estaria entrando na terceira semana de uma paralisação parcial que suspenderia a divulgação da maioria dos dados econômicos oficiais. A briga política em Washington chamou a atenção para indicadores do setor privado, como uma medida muito conhecida de aumento salarial, produzida pela Automatic Data Processing, as tendências de gastos com cartões de crédito, coletadas pela MasterCard, e dados de habitação fornecidos por empresas privadas.

Mesmo quando o governo federal está funcionando normalmente, receber índices atualizados sobre o desempenho da uma economia pode deixar os usuários perplexos. Os relatórios sobre a inflação, o emprego e os gastos do consumidor, em geral baseados em "instantâneos" mensais, são divulgados com uma defasagem de semanas ou meses e podem ser corrigidos meses depois. Essas deficiências criam problemas para investidores e legisladores, que têm de agir em tempo real mesmo que a economia esteja mudando mais rápido do que os métodos existentes conseguem medir.

"Ainda há um elemento da Guerra Fria nas nossas estatísticas", disse Alan Krueger, professor da Universidade Princeton e ex-principal economista da Casa Branca, contratado como consultor da Premise há duas semanas. "Estamos numa espécie de compasso de espera. Em muitas situaç&o

Fonte: Valor
Por Sudeep Reddy | The Wall Street Journal

As dificuldades econômicas enfrentadas pela Venezuela estão afetando o comércio com o Brasil. O país petroleiro, que importa 70% dos alimentos que consome, enfrenta neste ano uma grave escassez de divisas, o que se reflete em um freio nas importações e, internamente, em falta de produtos básicos e em uma alta generalizada de preços.

As exportações brasileiras para a Venezuela entre janeiro e julho somaram US$ 2,324 bilhões, 15% a menos do que os US$ 2,758 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Em 2012, a Venezuela foi responsável pelo terceiro maior superávit comercial do Brasil com seus parceiros no mundo, de US$ 4 bilhões e só atrás da China e da Holanda.

Os números deste ano incluem a venda de seis aviões da Embraer para a estatal Conviasa, um negócio de US$ 271 milhões. Sem essa venda, contando apenas com setores mais tradicionais, como alimentos e medicamentos, a queda teria sido ainda mais drástica - de 25%, para US$ 2,053 bilhões.

Mas analistas afirmam, que esse fenômeno não se restringe ao comércio com o Brasil. Pelo contrário, eles veem nos dados do governo brasileiro mais um sinal da brusca queda esperada para as importações totais. O nível recorde de US$ 59 bilhões de 2012 deve cair para menos de US$ 50 bilhões neste ano.

No ano passado, o ex-presidente Hugo Chávez fez um grande esforço para evitar uma alta da inflação e a escassez de alimentos nos meses que antecederam a eleição presidencial de 7 de outubro. Assim, abriu os cofres para obras públicas, programas sociais e importações de produtos básicos.

As importações dispararam em 2012, enquanto a tradicional escassez de produtos foi atenuada. E a inflação fechou 2012 em 20,1%, patamar considerado baixo para os padrões venezuelanos.

A fatura, porém, chegou neste ano. Em meio à agonia de Chávez, que viria a morrer em 5 de março vítima de um câncer, o governo foi obrigado a promover um mini ajuste fiscal, com a desvalorização do bolívar de 4,30 para 6,30 por dólar - o câmbio é controlado no país -, o que por si só já encareceu os produtos importados.

A escassez de divisas fez disparar o dólar paralelo. Em outubro, a moeda era vendida por cerca de 12 bolívares nas ruas de Caracas. Ontem, segundo sites venezuelanos, passava de 34 bolívares.

Neste ano, os importadores começaram a se queixar do atraso na entrega de divisas por parte do governo para pagar seus fornecedores no exterior, inclusive os brasileiros. O problema foi atenuado com leilões governamentais de dólar, mas ainda em nível insuficiente para garantir um pleno abastecimento. "A falta de dólares golpeou sobretudo os importadores privados", diz o economista venezuelano Jesús Casique. "O governo consegue importar produtos que considera prioritários, mas a escassez é grande e a inflação disparou."

O índice de escassez medido pelo Banco Central atingiu em maio o nível recorde de 21,3%. Cedeu um pouco nos últimos meses, mas ainda está em níveis elevados, em 19,3%. Ou seja, um em cada cinco produtos está em falta nas prateleiras dos supermercados.

Nos sete primeiros meses do ano, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) já atingiu 29%, contra 8,6% no mesmo período de 2012. Analistas são unânimes em afirmar que o IPC fechará o ano acima de 40%. Alguns já falam em 50%.

Para o economista Luiz Pinto, pesquisador visitante da Columbia University, em Nova York, a Venezuela vive uma situação de deterioração econômica que tende a se aprofundar nos próximos anos. Isso decorre, em grande parte, da dependência dos venezuelanos em relação às exportações de petróleo, responsáveis por 96% dos dólares que entram no país. "Há desequilíbrios muito grandes que só têm como ser mantidos com um petróleo nos patamares atuais, a US$ 108. Mas a tendência é que o preço não se mantenha nesse nível", diz.

Fonte: Valor
Por Fabio Murakawa | De São Paulo

Por boa parte deste ano, os investidores viram o setor de commodities como um caso de evolução natural. O crescimento e a industrialização da China, propulsora do surto de expansão das commodities, que durou uma década, estavam desacelerando, segundo um consenso cada vez maior.

Os efeitos disso sobre as commodities industriais, como o minério de ferro, o cobre ou o níquel, seriam certamente sombrios. Os investidores recuaram, tirando dinheiro das commodities industriais e contribuindo para uma queda de 15% dos preços dos metais no primeiro semestre do ano.

Mas, nas últimas semanas, os sinais vindos da China melhoraram.

Dados de comércio exterior de julho mostram importações mensais recordes de commodities, de minério de ferro e petróleo a cobre e ferrocromo. A produção industrial das grandes empresas, um indicador fortemente ligado ao Produto Interno Bruto (PIB), subiu 9,7% em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado, seu ritmo mais acelerado desde fevereiro.

Ontem, um dado prévio atentamente monitorado da pesquisa do HSBC apontou para crescimento do setor industrial da China, pela primeira vez em quatro meses.

Os números desencadearam uma reavaliação das perspectivas para a China e para as commodities em geral entre investidores anteriormente pessimistas.

"O sentimento, obviamente, virou", diz Grant Sporre, analista de metais do Deutsche Bank.

Colin Fenton, diretor de pesquisa de commodities do JPMorgan, diz que as commodities "irromperam num novo regime de risco".

De fato, o preço de muitas commodities industriais teve sólida recuperação desde o fim de junho.

O cobre para entrega em três meses subiu 7,8% na Bolsa de Metais de Londres (LME), os preços da platina aumentaram 14% e os do minério de ferro, 18,2%.

Mas, com poucos dados confiáveis sobre demanda de commodities na China, é difícil distinguir entre percepções e realidade.

Uma grande parte da mudança de sentimento se deve a uma reavaliação da economia chinesa pelos investidores, e não a uma mudança drástica das condições vigentes no país, dizem traders.

"Acho que a China não chegou a ficar tão mal quanto as pessoas pensaram. As pessoas andaram pessimistas demais por alguns meses", diz um trader de metais.

Ao apresentar os resultados semestrais esta semana, executivos da mineradora Glencore disseram que a demanda chinesa se manteve acelerada o ano todo. Kenny Ives, diretor de níquel da Glencore, prevê que a demanda chinesa por níquel crescerá 11% este ano.

"Se considerarmos a China como o principal mercado para o crescimento da demanda por níquel nos últimos dez anos, o crescimento que veremos em 2013 é melhor que o que vimos em qualquer momento desde 2007", disse ele.

Banqueiros dizem que boa parte da recuperação das commodities foi puxada pela cobertura de posições vendidas. A posição vendida líquida dos investidores em cobre nos EUA, por exemplo, caiu 75% desde o fim de julho, segundo a Comissão de Negociações com Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês).

Mas houve também alguns sinais de melhora da demanda final da China nos últimos meses.

Mike Henry, diretor de marketing da BHP Billiton, a maior mineradora do mundo, disse a investidores esta semana que a produção chinesa de aço superou sua previsão devido ao "sólido investimento e à sólida construção civil".

Os indicadores do mercado físico também estão revelando solidez, com os ágios sobre o cobre - o preço pago acima dos contratos futuros referenciais - tendo subido para patamares recorde.

Será que a melhora do sentimento chinês - tanto no próprio país quanto no exterior - prenuncia uma nova alvorada para os preços das commodities? Alguns traders estão cautelosamente otimistas, e banqueiros dizem que os investidores começaram a recuperar parte de seu entusiasmo.

"Está um pouco otimista para o restante do ano", disse um destacado trader de metais. Telis Mistakidis, diretor de cobre da Glencore, prevê a intensificação da demanda pelo metal no segundo semestre do ano.

Mas muitos continuam com as barbas de molho. Apesar de a demanda chinesa nunca ter sido fraca o suficiente para atingir as expectativas dos investidores mais pessimistas, poucos discordam de que a China esteja rumando para um crescimento mais lento.

"A China está apenas se normalizando", diz David Wilson, analista de metais do Citigroup. "O país ainda será um importante consumidor. Mas a demanda não terá uma aceleração extraordinária."

De todo modo, o enfraquecimento da demanda chinesa foi apenas uma parte da narrativa pessimista: os investidores também previam aumento da oferta.

"A realidade é que simplesmente temos mais oferta", diz Sporre, do Deutsche Bank. "A demanda está boa, mas não o suficiente para neutralizar os efeitos dessa oferta."

Duncan Hobbs, analista de commodities do Macquarie, observa que, mesmo com a demanda sólida dos últimos meses, o preço de commodities não negociadas em bolsa, como manganês e cromo (às quais os investidores financeiros têm pouco acesso) caiu.

"Os investidores devem estar decepcionados pois os preços não se mostraram mais resistentes em resposta à sólida demanda chinesa. Para conseguir reação dos preços, precisamos de uma demanda ainda maior da parte da China."

Por fim, apesar da sólida demanda chinesa neste momento, ainda há riscos no horizonte. A turbulência que assola os emergentes vizinhos da China na Ásia poderá abalar facilmente a confiança dos traders chineses. Como diz um trader: "Não dá para dizer que as pessoas não vão ficar bem pessimistas de novo".

Fonte: Valor

Colheita de conilon deve ser 17% menor nesta temporada devido às condições climáticas no ES. Safra 2013/2014 deve colher 12,14 milhões de sacas de café conilon; ES, BA e RO são os principais estados produtores da variedade.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé)projeta, para a safra 2013/2014 – iniciada este mês-exportações de 32,5 milhões de sacas de 60 kg, ou 6% a mais do que o ciclo anterior. Esse volume, somado a umconsumo nacional próximo a 21 milhões de sacas, demonstra que a demanda pelo café brasileiro poderá superar em quase seis milhões de sacas a produção na atual temporada, contradizendo as especulações sobre excesso de oferta, segundo avaliação do Conselho Nacional do Café (CNC).

Os embarques de café do Brasil na temporada 2012/2013, que se encerrou em junho, totalizaram 31,1 milhões de sacas, 3,2% superiores em volume, mas 24% menores emreceita no comparativo com o resultado da safra anterior, segundo o Informe Estatístico do Café, do Ministério da Agricultura.

Com o início do Ramadã (mês sagrado para os muçulmanos), em 9 de julho, as vendas de café da Indonésia perderam força, contribuindo para a elevação das cotações do conilon.

A previsão da safra 2013/2014 de café do Brasil foi revisada para baixo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2,2 milhões de sacas, frente ao levantamento de junho. Agora, o IBGE estima que serão produzidas 47,5 milhões de sacas de 60 kg, volume 7% inferior ao colhido no ciclo cafeeiro 2012/13. A safra da variedade robusta é responsável pela principal quebra (de 17%) por causa das condições climáticas desfavoráveis noEspírito Santo. Para o grão arábica, a redução será de 4,9%, resultante da bienalidade.

Fonte: Globo Rural On-line
*Com informações do Conselho Nacional do Café (CNC)

SÃO PAULO E RIO  -  A receita com as exportações brasileiras de carne de frango  subiu 3,4% no ano passado sobre 2012 e alcançou US$ 7,966 bilhões , informou há pouco a União Brasileira de Avicultura (Ubabef). Em volume, houve uma queda de 0,7% em  2013, quando as vendas externas somaram 3,891 milhões de toneladas.

No mês de dezembro passado, os embarques caíram 4,4% na comparação com o mesmo período de 2012, para  324 mil toneladas. Também houve queda na receita, de 13,9%, para US$ 616,8 milhões.

Em nota, o presidente da Ubabef, Francisco Turra, disse que “apesar do desempenho do setor em dezembro, o ano de 2013 se consolidou como um período de recuperação da avicultura, após uma das maiores crises de sua história”.

Ele observa, na nota, que no primeiro semestre do ano passado, as exportações do setor ainda sofriam os impactos da crise de 2012, com média mensal exportada de 315 mil toneladas.  No segundo semestre, acrescenta, houve recuperação no ritmo das vendas externas,  com média de 333,62 mil toneladas exportadas ao mês.

Fonte: Valor
Por Alda do Amaral Rocha